O homem público não deve fazer negócios, nem o negociante fazer política. Quando o homem de negócios decide entrar para a vida pública, deve separar bem os dois interesses. Os mais prudentes entregam a direção de suas empresas a sócios ou subordinados de sua confiança, a fim de se dedicarem apenas aos assuntos públicos.
Há homens de negócios – e Sílvio Berlusconi é um deles – que acham fácil comprar seus mandatos (e, de forma direta ou indireta, os compram) como adquirem uma mansão residencial, um iate de 100 metros ou uma empresa de petróleo.
Desde que começou a reunir a grande fortuna que tem, Berlusconi é acusado de não ter escrúpulos, e de se associar à Máfia. Uma grande empresa brasileira de comunicações montou, nos anos 80, com transmissores em Mônaco, emissora de televisão que tinha seus estúdios em Roma. Não conseguiu crescer, nem mesmo manter-se no mercado. Sílvio Berlusconi, já poderoso senhor da televisão, parece ter contado com seus amigos de Palermo. Os equipamentos de retransmissão da TV Monte Carlo, como as de outros competidores eram sistematicamente danificados por desconhecidos no interior da Itália.
Há quem suspeite de que, no estranho comportamento de Berlusconi haja manifestação de demência precoce. Não parece normal a atração alucinada por call-girls, o uso de sapatos de solado alto, para aumentar a estatura, o hábito de enfiar o dedo no nariz em público e sugá-lo com a boca, e gestos semelhantes, além das sucessivas gafes políticas. É difícil acreditar em sua plena lucidez.
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