30 de jul. de 2011

OS MIMOS DA HIPOCRISIA

A imprensa tem repercutido o texto de um grupo de especialistas em política internacional do Conselho de Relações Internacionais de Nova Iorque, sobre o protagonismo do Brasil no grupo das potências emergentes. O documento aconselha aos “policy makers” norte-americanos que vejam o nosso país com outros olhos, e reconheçam a sua situação de ator global, e aproveitem sua emergência, como uma oportunidade para que os Estados Unidos trabalhem com o Brasil, no desenvolvimento de políticas complementares. O documento insta aos formuladores da política externa que apóiem decisivamente a postulação brasileira de integrar o Conselho de Segurança da ONU.

Devemos ver os elogios com prudência. É certo que, como resultado da conjuntura internacional, com as dificuldades econômicas dos Estados Unidos, provocadas pelos dos déficits brutais das aventuras bélicas, e os problemas da Comunidade Européia, agravados pelos desatinos dos grandes bancos, o Brasil passou a ser o destino de fortes investimentos. É preciso atentar para o fato de que a nova economia brasileira surgiu das políticas compensatórias do governo Lula: a injeção de poucos reais no orçamento miserável das famílias mais pobres do país iniciou o ciclo virtuoso do desenvolvimento, com mais consumo, mais produção, mais investimentos, mais empregos, mais educação e mais tecnologia.

Os elogios diplomáticos e o forte afluxo de capitais externos nos estimulam à auto-estima, mas reclamam reflexões profundas, aconselhadas pela boa cautela. Um país se torna mais vulnerável aos seus competidores quando se encontra em ascensão, como é o nosso caso. Isso nos obriga a buscar defender a nossa autonomia, e criar instrumentos de dissuasão, diante das possíveis ameaças externas. Assim, é necessário modernizar e equipar devidamente as forças armadas. Por melhores sejam as nossas relações com os vizinhos mais próximos, devemos atentar para o fato de que são conhecidos na História os atos de provocação engendrados por terceiros, a fim de promover a cizânia entre os povos irmãos.

Temos, nestes últimos tempos, sido pacientes no diálogo com os paises aparentemente mais débeis, e firmes nas negociações com os mais poderosos, sem arrogância, mas sem submissão. É este o caminho a seguir. Nunca tivemos ambições expansionistas. Isso não nos inibe de expor as nossas idéias e sugestões sobre o convívio internacional.

Os cidadãos se empenham hoje no apoio às iniciativas de combate ao peculato e à corrupção tanto na administração pública quanto na estrutura do poder legislativo e do poder judiciário. Essa postura é necessária, a fim de assegurar a nova visão que os estrangeiros têm de nosso país. Um povo que não se respeita, não merece o respeito dos outros. Quando muito recebe, e com ironia, os mimos da hipocrisia.


Este texto foi publicado também nos seguintes sites:

http://www.jb.com.br/coisas-da-politica/noticias/2011/07/28/os-mimos-da-hipocrisia/

http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_secao=1&id_noticia=160104

http://politica.centralblogs.com.br/post.php?href=os+mimos+da+hipocrisia&KEYWORD=3101&POST=3895637

http://wwwterrordonordeste.blogspot.com/2011/07/os-mimos-da-hipocrisia.html

http://www.jusbrasil.com.br/politica/7403675/mauro-santayana-os-mimos-da-hipocrisia

http://www.dignow.org/post/os-mimos-da-hipocrisia-2599259-90249.html

http://nogueirajr.blogspot.com/2011/07/os-mimos-da-hipocrisia.html

http://www.dihitt.com.br/n/politica/2011/07/31/os-mimos-da-hipocrisia

http://opensanti.blogspot.com/2011/07/os-mimos-da-hipocrisia.html

http://minutonoticias.com.br/mauro-santayana-os-mimos-da-hipocrisia

http://correiodobrasil.com.br/mauro-santayana-os-mimos-da-hipocrisia/276199/

http://blogdomagnodantas.blogspot.com/2011/07/cuidados-especiais-com-tio-sam.html

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