1 de dez. de 2011

A REY MUERTO, REY PUESTO.O ENTERRO DA “IBEROAMERICA” E O BATISMO DA CELAC.

Não faz mais de um mês, em Assunção, no Paraguai, foi sepultado, sem choro e sem velas, o projeto neocolonial que embalou os sonhos da Espanha, nos anos 90, de voltar a exercer, com a ajuda de conhecidos neoliberais de plantão, algum poder real na América Latina.



Naqueles anos nefastos, de submissão e desnacionalização da economia, os espanhóis, do alto da ilusão conquistada pelo dinheiro recebido a fundo perdido dos países mais ricos da Comunidade Européia - e graças aos baixos juros cobrados pelos bancos europeus, quando comparados com o preço do dinheiro na América Latina - compraram dezenas de nossas empresas, e tentaram institucionalizar o termo “iberoamérica” para referir-se a este pedaço do planeta. Acreditavam que eram a oitava economia do mundo e que iriam sentar-se à mesa do G-7.



Hoje, o G-7, substituído de fato pelo G-20 - clube do qual a Espanha não faz parte - é uma ficção estratégica. O grupo do qual mais se fala, na mídia internacional, atende pelo nome de BRICS. Consolidaram-se, na América do Sul, o Mercosul, a UNASUL e o Conselho de Defesa Sulamericano. A Espanha está a dois passos de falir, com uma dívida externa de 165% do PIB e mais de 22% de desemprego.



Foi nessa situação, de duro aprendizado histórico, que os espanhóis insistiram em organizar, nos últimos dias de outubro, na capital paraguaia, mais uma cúpula “iberoamericana”.



Para a reunião, trouxeram o então primeiro-ministro José Luis Zapatero, e o Rei Don Juan Carlos, que ficaram – como bons navegantes – a ver navios, já que os presidentes da Argentina, Brasil, Colômbia, Costa Rica, Cuba, El Salvador, Honduras, Nicarágua, República Dominicana, Uruguai e Venezuela não compareceram.



Trinta dias depois, o Presidente Hugo Chaves (a quem o Rei da Espanha ousou lançar, com arrogância, a ofensa de um por que no te callas ? ) exercita, com prazer, a oportunidade de colocar - com um belíssimo tapa de luvas - sua majestade em seu devido lugar, recebendo, com pompa e circunstância, entre hoje e terça-feira, 32 Presidentes e Chefes de Estado de paises ao sul do Rio Grande, para a reunião de fundação, em Caracas, na Venezuela, da CELAC - Comunidade dos Estados da América Latina e do Caribe.



A organização da CELAC mostra que no início deste século XXI, nós já estamos maduros para discutir nossos próprios assuntos e forjar, com base na cooperação e no respeito mútuo, nosso destino, sem a presença incômoda, quando não constrangedora, dos Estados Unidos, de Portugal e da Espanha.



O slogan da cúpula de Caracas já diz tudo: CELAC - El camino de nuestros Libertadores. O sonho de Simon Bolivar e do brasileiro Abreu e Lima, que foi seu general na gesta libertadora por uma América Latina livre e mais unida, estará, a partir da próxima semana, mais perto de se realizar.

Este texto foi publicado também nos seguintes sites:

http://correiodobrasil.com.br/celac-rey-muerto-rey-puesto/337332/

http://altamiroborges.blogspot.com/2011/12/celac-rey-muerto-rey-puesto.html

http://www.viomundo.com.br/politica/mauro-santayana-rei-morto-rei-posto.html

http://democraciapolitica.blogspot.com/2011/12/mauro-santayana-rei-morto-rei-posto.html

http://www.correioprogressista.com.br/2011/12/03/

http://luisnassif.com/profiles/blogs/a-celac-e-el-rey-muerto

http://www.torres-rs.tv/site/pags/nacional_politica2.php?id=1957%22

http://deciovanderleinogueira.com.br/celac-%E2%80%9Crey-muerto-rey-puesto%E2%80%9D/





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