(JB) - As forças militares brasileiras só dispõem de munições para uma hora de resistência, segundo declarou o general Maynard Santa Rosa a O Globo. No caso de uma situação de guerra, teríamos que contar com um grande esforço diplomático, a fim de ganhar tempo e mobilizar a Nação às pressas para a defesa do território. É certo que uma ocupação militar do Brasil por uma força invasora é quase impossível, e que teríamos condições de expulsa-la depois de imensos sacrifícios da população civil, mas com a destruição de nossos centros industriais mais importantes.
Guerra quer dizer tecnologia. Desde o arco e a flecha – invenção que surgiu, segundo os antropólogos, com o neolítico – os países mais poderosos são os que se mantêm na vanguarda da produção de armamentos. Preservar a paz é preparar-se para a guerra, conforme a constatação dos romanos. Seja por nossa índole, seja por desídia, ou por confiança na sorte, o Brasil talvez seja, relativamente, o país mais indefeso do mundo.
O país procura, agora, investir na defesa, mas está sendo muito moroso. E comete um erro crasso, o de não produzir seus próprios armamentos e petrechos de combate. Estamos desnacionalizando o pouco de indústria bélica de que dispomos, com a entrada maciça de empresas estrangeiras (entre elas, e de forma agressiva, as de Israel) no parque industrial brasileiro, mediante a aquisição de firmas nacionais ou de sua associação com nossos empreendedores.
No mundo inteiro, quem comanda a produção de armamentos – direta ou indiretamente – é o Estado. No Brasil, o melhor caminho deve ser o que o governo e o Congresso estão propondo, ainda que timidamente, com a criação da Amazul.
A cada ano, devido à Amazônia e ao Pré-sal, entre outras razões, cresce a importância de a Nação aumentar – como acontece na Europa com complexos industriais militares como a EADS, a Navantia e a Finmecannica - a participação direta do Estado na indústria brasileira de defesa, e o grau de conteúdo nacional nas encomendas que estão sendo contratadas junto a empresas estrangeiras.
Não se pode admitir - como ocorre com a projetada fabricação de 2.000 blindados ligeiros Guarani no município mineiro de Sete Lagoas, pela IVECO - que apenas 60% das peças utilizadas sejam fabricadas no Brasil.
Em caso de conflito, ou mera ameaça de confronto, entre o Brasil e qualquer país da OTAN (Europa e Estados Unidos) a produção desses tanques seria descontinuada, e não teríamos como substituir o material perdido em combate. É de se recordar o exemplo da Argentina, que ficou literalmente a ver navios – nesse, caso, britânicos – na guerra das Malvinas.
Por outro lado, há um verdadeiro cerco dos países geopoliticamente identificados como ocidentais à indústria bélica brasileira. Todas as empresas que desenvolveram tecnologia militar nos últimos anos tiveram o seu controle adquirido por grupos internacionais recentemente.
Com isso, essas multinacionais se apossaram do conhecimento desenvolvido por técnicos e engenheiros brasileiros, e agora podem decidir a seu bel-prazer, seguindo a orientação estratégica dos governos de seus países de origem, até que limite essas empresas que antes pertenciam a empresários nacionais poderão chegar, no desenvolvimento de novas tecnologias bélicas.
A Aeroeletrônica, empresa brasileira que há mais de duas décadas se dedica ao projeto, desenvolvimento, fabricação, manutenção e suporte logístico de produtos eletrônicos para veículos aéreos, marítimos e terrestres, e que forneceu sistemas de aviônica para o Tucano 27 e o Super Tucano, da Embraer, e para o caça ítalo-brasileiro AMX, foi adquirida, em 2001, pela ELBIT, empresa israelense criada, em 1967, sob o estímulo do Ministério da Defesa de Israel.
A ARES Aeroespacial e Defesa, que estava desenvolvendo a REMAX - estação de arma estabilizada servo-controlada, para metralhadoras, destinada a equipar os blindados Guarani dos quais falamos - e outros produtos, como colimadores, indicadores visuais de rampa de aproximação, sistemas óticos de pontaria para tiro indireto de morteiros, sistemas de lançamento de torpedos, e foguetes de chaff, para defesa de navios - também teve o seu controle adquirido pela ELBIT, no final de 2010, e foi rebatizada como AEL Sistemas.
Com isso, o REMAX, desenvolvido inicialmente por técnicos do CTEX, foi substituído pelo “UT30BR”, e o contrato para o equipamento dos blindados Guarani com essas torretas automatizadas de armamento, no valor de mais de 400 milhões de reais, foi repassado para os israelenses.
Apenas três meses depois, em janeiro de 2011, Israel dava mais um passo na sua estratégia de penetração na indústria bélica brasileira, com a compra da Periscópio Equipamentos Optrônicos S.A, especializada na área de defesa e sinalização aeroportuária.
O que causa revolta no observador mais atento, é o fato de que o retorno do baixo investimento feito por multinacionais estrangeiras para a compra dessas empresas, da ordem de algumas dezenas de milhões de reais, é líquido e certo.
O lucro, várias vezes maior do que os investimentos, está assegurado por encomendas já contratadas, pela Marinha, o Exército e a Força Aérea. Em muitos casos, nossas forças armadas já desenvolviam sistemas em parceria com as empresas que estão sendo desnacionalizadas quando elas ainda estavam sob controle local.
Empurrada pelas aquisições, a estratégia israelense no Brasil está indo de vento em popa. Em março de 2011, a AEL, controlada pela ELBIT, criou junto com a EMBRAER uma nova empresa, a HARPIA, para a fabricação de VANTS, veículos aéreos não tripulados para vigilância e ataque, do tipo utilizado pelos israelenses nos territórios palestinos e pelos norte-americanos no Paquistão e no Afeganistão.
Outra empresa israelense, a IAL – Israel Aircraft Industries, fabricante do míssil Rafael, fornece os aviões-robôs do mesmo tipo para o sistema de vigilância de fronteiras da Polícia Federal. Esses veículos telecomandados poderiam estar sendo desenvolvidos no Brasil, onde já existem empresas incipientes formadas por universitários para atuar nesse segmento da tecnologia aérea.
Assim, seja na área de blindados, na de aviônica, de optoeletrônica, como é o caso de periscópios, ou de aviões robóticos não tripulados, os israelenses – e, por meio deles, também seus aliados norte-americanos - podem monitorar, confortavelmente, da mesa de diretoria dessas empresas, cada passo que o Brasil dê nessas áreas.
Radares e helicópteros, e, agora, submarinos, são o campo de caça dos franceses, que completaram, em setembro de 2011, com o Grupo Thales, a aquisição, iniciada em 2006, de 100% do controle da brasileira OMNISYS, empresa especializada no desenvolvimento e fabricação de radares de longo alcance, sediada em São José dos Campos.
Em alguns casos a fabricação de armamentos é feita – sem subterfúgios ou hipocrisia – por empresas diretamente controladas por governos estrangeiros. Esse é o caso da DNCS, Direction des Constructions Navales, – que tem 75% de suas ações nas mãos do governo francês. Ela se “associou” à Odebrecht, para construir, em Itaguaí, no Rio de Janeiro, quatro submarinos da classe Scorpéne, e mais o casco do futuro submarino nuclear brasileiro – encomendados pela bagatela de 7 bilhões de dólares.
O mais perto que já cheguei de um submersível foi quando li 20.000 léguas submarinas, de Júlio Verne. Mas, como disse Arquimedes, referindo-se à alavanca, “dêem-me um ponto de apoio e moverei o céu e a terra”, se derem a qualquer governo de um país com um mínimo de planejamento, 7 bilhões de dólares, ele certamente construirá bela fábrica de submarinos, desde que haja tempo para contratar as pessoas certas - aqui e no estrangeiro - e adquirir os componentes adequados, sem precisar dividir o controle desse ativo estratégico com ninguém.
Com uma parcela desse dinheiro, o Brasil poderia montar uma completa universidade naval, formando centenas de engenheiros especialistas na construção de belonaves, entre elas, submarinos, por ano, no lugar dos 26 brasileiros que passaram alguns meses na França, em uma escola de submergíveis, por conta do acordo. Por aí se pode ver que os especialistas brasileiros formados no âmbito desse contrato milionário - negociado pelo então Ministro da Defesa Nelson Jobim - cabem todos em um micro-ônibus. Rezemos para que não aconteça um acidente.
Considerando-se, obviamente, que o Brasil ficou anos sem investir um centavo em armamentos, e que teve a sua indústria bélica desmantelada durante a tragédia neoliberal dos anos 1990, devido á ojeriza a qualquer coisa que se aproximasse de uma política industrial decente, compreende-se que o governo Lula esteve, nessa área, motivado por boas intenções.
Ocorre que a pressa não justifica a adoção de certo tipo de acordos, por parte do Brasil, principalmente quando se sabe que alguns contratos, como os assinados com os franceses, na área dos submarinos, ou com os italianos da IVECO, para a fabricação de blindados – com projeto do Exército Brasileiro - têm uma duração de 20 anos.
A Helibras, única fábrica latino-americana de helicópteros, é controlada, em mais de 75%, pela Eurocopter francesa, que por sua vez, pertence em 100% à EADS, com 15% das ações pertencentes ao governo francês. A EADS é um consórcio europeu, que conta com a participação, direta e indireta de outros governos, como o alemão e o espanhol.
Como muitos grupos de defesa multinacionais que funcionam no Brasil, a Helibras tem sido também irrigada com milionários contratos pelas Forças Armadas. É o caso da encomenda de 50 helicópteros pesados, destinados ás três forças, apesar do conteúdo nacional desses produtos ser mínimo e a da maior parte dos lucros seguir todos os anos para a Europa, infelizmente.
É fácil ver que o avanço dos franceses – assim como o dos outros países geopoliticamente classificados como “ocidentais” - sobre a indústria de nacional de armamento é um processo duradouro, organizado e persistente.
No dia 12 de junho de 2012, há menos de dois meses, portanto, a OPTOVAC Mecânica e Optoeletrônica Ltda, especializada em equipamentos de optrônica e visão noturna, e parte de um seleto grupo de pequenas e médias empresas inovadoras, assim classificadas pelo Ministério da Defesa, foi também comprada – sem qualquer oposição - pela SAGEN francesa, do grupo SAFRAN, controlado em mais de 30% pelo governo daquele país.
Os ingleses, naturalmente, também não poderiam ficar de fora do processo da tomada de controle de nossas empresas de defesa e das encomendas do governo. A British Aeroespace, ou BAE Systems, acaba de fornecer três navios de patrulha oceânica para a Marinha, por quase 400 milhões de reais, em uma compra de “oportunidade”. As naves estavam antes destinadas a Trinidad-Tobago.No final de 2011, essa empresa também assinou contrato – depois do necessário nihil obstat do governo norte-americano – para modernizar um primeiro lote de 150 veículos blindados sobre lagartas M-113, utilizados em transporte de tropas, avaliados em 43 milhões de dólares. O valor pode aumentar proporcionalmente, caso o processo se estenda para toda a frota brasileira desse tipo de veículos, que chega a 350 blindados.
Na área aeroespacial, a BAE inglesa foi selecionada para fornecer os sistemas de controle eletrônico de voo do novo jato militar de transporte KC-390 da EMBRAER, e agora, como informam meios especializados, busca “parcerias estratégicas”, para participar das licitações do Sisfron - Sistema Integrado de Fronteiras e do Sisgaaz - Sistema de Monitoramento da Amazônia Azul, avaliados em 15 bilhões de dólares.
Poderíamos falar aqui também dos planos e manobras da Finmeccanica, italiana, ou da Navantia, espanhola, no Brasil, ambas com participação acionária de seus respectivos governos.
É preferível, no entanto, lembrar a diferença entre o tratamento que damos aos grupos estrangeiros de defesa – aqui representados, ás vezes, por pessoal da reserva de nossas forças armadas que já serviu no exterior - e aquele que recebem as nossas empresas quando tentam penetrar no mercado de algum país do hemisfério norte.
Nos países ditos capitalistas e de suposto “livre mercado”, a compra de armamentos, e a propriedade empresas fabricantes de material bélico costumam ser tratados como assuntos estratégicos e de segurança nacional.
Na Europa, para comprar um projétil que seja, procura-se, primeiro, uma empresa local, depois, se a encomenda tiver de ser feita a uma empresa estrangeira, por uma questão de preço ou de escala, busca-se alguma que tenha participação acionária de algum grupo do país comprador, ou, em último caso, uma empresa que pertença a um dos enormes complexos militares controlados diretamente por governos europeus, como é o caso da EADS.
Os Estados Unidos são ainda mais curtos – e grossos – nesse aspecto. Para vender qualquer arma ao governo dos Estados Unidos ou às suas Forças Armadas, a empresa estrangeira terá que estar instalada nos Estados Unidos, onde obrigatoriamente deverá produzir a encomenda, e estar associada minoritariamente a uma empresa diretamente controlada por capitais norte-americanos.
Devido a essa postura – que deveríamos estar praticando aqui há muito tempo, se mais não fosse por uma questão de isonomia – a mera hipótese da entrada de uma empresa brasileira de tecnologia de defesa naquele mercado, como fornecedora das Forças Armadas norte-americanas, mesmo que cumprindo rigorosamente todos os requisitos a que nos referimos – acaba se transformando em uma questão nacional.
Foi o que descobriram os executivos da EMBRAER no ano passado quando, depois de se associar a uma parceira norte-americana, a Sierra Nevada Corporation, venceram uma licitação de menos de 400 milhões de dólares, para o fornecimento de 20 aviões ligeiros Super-Tucano para uso no Afeganistão e a concorrência foi anulada.
Uma campanha movida em todo o país, com o apoio de congressistas republicanos. pela Hawker Beechcraft, que tinha tido seu avião desclassificado por problemas técnicos na licitação, levou a Força Aérea norte-americana a anular a concorrência que beneficiava a Embraer.
Isso, apesar de que a fabricação do avião seria feita em território norte-americano e a maior parte das peças das aeronaves serem produzidas pelos Estados Unidos ou pelos seus parceiros do NAFTA.
Podemos imaginar o que não ocorreria no Brasil – e o escândalo que não fariam certos veículos de comunicação – caso viesse a ocorrer o mesmo por aqui, e um contrato de fornecimento de armamento norte-americano para nossas forças armadas fosse bloqueado no Congresso, devido ao pedido de uma empresa concorrente de capital 100% nacional.
A estratégia dos Estados Unidos e da Europa Ocidental, com relação ao Brasil, está cada vez mais clara:
- impedir o desenvolvimento de tecnologia nacional própria, com a compra de qualquer empresa que procurar desenvolvê-la;
- associar-se à empresa que não se puder comprar, oferecendo cooperação no desenvolvimento da tecnologia, com o intuito aparente de ajudar o país a queimar etapas, mas, na verdade, para impedir que qualquer avanço se faça à sua revelia, sem a sua vigilância ou participação.
- impedir que o dinheiro gasto com o reaparelhamento das Forças Armadas chegue às mãos de empresas sob controle nacional, e que esse dinheiro não seja investido para avanços de caráter tecnológico que coloquem em risco a hegemonia de suas empresas no mercado brasileiro e no exterior.
- cooptar, com associações ou contratos de representação e de “lobby”, pessoal da reserva das forças armadas, principalmente ex-adidos militares brasileiros no exterior, para vender, como uma coisa ideologicamente natural, a associação do Brasil com empresas ocidentais para a produção de armamento, de forma a impedir que a Nação recorra a outras opções.
- impedir a reunião, coordenada, de pequenas empresas brasileiras de grande potencial tecnológico, em grandes consórcios industriais militares de inspiração ou controle público, como os que existem no Ocidente, como a Lockheed Martin, ou a própria EADS.
- Diminuir, via participação na maioria dos contratos, a realização de parcerias entre empresas brasileiras de defesa de qualquer porte e empresas não ocidentais, como as existentes nos países BRICS, e, se não puder impedir a cooperação entre uma empresa brasileira de defesa e uma congênere do BRICS, estar presente acionariamente ou como participante do projeto, do lado brasileiro, para “controlar” essa aproximação.
- estabelecer, coordenadamente, via supervisão dos métodos de produção e administração e baixos índices de conteúdo nacional, um alto grau de dependência da indústria nacional de defesa com relação aos seus “parceiros” e controladores ocidentais, tornando-se capaz de paralisar as linhas de montagem de seus armamentos em nosso país, em caso de conflito, ou de potencial conflito, entre o Brasil e esses países.
Ao enfrentar uma situação absurda e desastrosa, com a criminosa aprovação, no Governo Fernando Henrique Cardoso de emenda constitucional que transformou, para todos os efeitos, em “brasileira” qualquer empresa instalada no Brasil - mesmo que controlada por capitais públicos ou privados estrangeiros – a Presidente Dilma tem tentado fazer o que pode, na área de defesa, embora não tenha conseguido impedir que o processo de desnacionalização tenha chegado ao ponto que chegou.
Temos uma legislação perversa, que faz com que o País, do ponto de vista da defesa do capital nacional, tenha que subir ao ringue com as duas mãos atadas. Somos obrigados a concorrer com empresas que contam com descarado apoio – direto e indireto – dos governos de seus países de origem.
As agências “reguladoras” nacionais, incluindo o CADE, não fazem nenhuma distinção entre empresas de capital nacional ou estrangeiro, até mesmo quando grandes grupos autenticamente nacionais tentam se expandir, via aquisições, no mercado internacional.
E, além disso, o Brasil precisa ainda enfrentar a oposição de seus inimigos internos.
Nesse sentido, a pior herança que nos deixaram os anos 1990, foi toda uma geração de presumidos formadores de opinião que insistem em ser mais realistas que o rei, e mais neoliberais do que os executivos de Wall Street, na defesa do entreguismo e da capitulação da Nação.
E isso em um mundo em que os países que mais intervêm na economia são justamente os que mais crescem, como é o caso da China, e em que os países mais poderosos são justamente os mais nacionalistas, como é o caso da própria China, dos Estados Unidos, da Alemanha e do Japão.
É nesse Brasil absurdo que alguns industriais defendem a elite paraguaia, que só nos manda armas e drogas e o mais maciço e rasteiro contrabando. É essa mesma gente que insiste que estreitar a “parceria” com os Estados Unidos - com quem temos mais de 5 bilhões de dólares de prejuízo no comércio exterior - enquanto ataca duramente a entrada da Venezuela - que nos compra quase 5 bilhões de dólares em alimentos e manufaturados com um superávit brasileiro de mais de 3 bilhões e 200 milhões de dólares - no Mercosul.
E o pior é que ninguém pergunta aos milhares de trabalhadores, empreendedores, pecuaristas, agricultores e empresários brasileiros que produziram e venderam esses 7 bilhões de reais aos venezuelanos em 2011 o que eles pensam sobre o assunto.
Voltando à questão do cerco ocidental à indústria bélica, a entrada do BNDES no capital da AVIBRAS, no final do governo Lula, ao permitir que essa empresa honrasse a entrega de importante pedido ao Governo da Malásia, e a encomenda de um sistema ASTROS 2020 para os fuzileiros navais, apontam para a direção correta.
A criação da AMAZUL – Amazônia Azul Tecnologias e Defesa, aprovada por uma Comissão Especial da Câmara dos Deputados no dia 30 de maio, para cuidar da produção do propulsor nuclear que irá equipar o futuro submarino nuclear brasileiro, também foi um passo fundamental para a independência do Brasil na área de defesa. Isso, embora já se organize a resistência de conhecidos grupos a fim de sabotar a empresa.
A AMAZUL, uma estatal, que não poderá ser vendida a nenhum grupo estrangeiro, poderá representar – se houver decisão política nesse sentido por parte do governo – um divisor de águas na política brasileira de defesa.
Ela poderá ser – e o Brasil precisa disso - a primeira de grandes empresas cem por cento nacionais, destinadas à produção de armamento. E se transformar no embrião de um grande estaleiro estatal, acoplado a uma importante escola de engenharia naval, para a Marinha, além de constituir exemplo para a criação de uma empresa desse porte também para a força terrestre.
Com complexos industriais desse nível, o Brasil estaria pronto para estabelecer parcerias com as grandes empresas estatais dos países BRICS, para desenvolver, ainda nas próximas décadas, toda uma nova geração de armamentos.
A cooperação de empresas brasileiras como a que está em curso entre a Mectron e a DENEL sul-africana para a construção de um míssil A-Darter pode quebrar um pouco da antipatia que ainda existe com relação à cooperação com a Rússia, a Índia e a China, os outros BRICS, no desenvolvimento de material de defesa.
Não se trata de recusar a tecnologia ocidental, mas sim de impedir que se tome de assalto o nosso sistema de produção de armamentos. Além disso, a subordinação do Brasil às empresas norte-americanas, européias e israelenses nos fechará o mercado de boa parte do mundo – como os próprios países árabes – que não são simpáticos a Israel ou aos Estados Unidos. Ou os próprios BRICS, com quem teremos que cooperar, caso não queiramos colocar os nossos ovos – ou nossas empresas de armamento – em uma só cesta.
Não podemos correr o risco de ficar desarmados e inermes frente a eventuais inimigos, por cooperar só com um lado do mundo, e com empresas que estão todas, política e corporativamente, ligadas entre si, até do ponto de vista acionário.
O Governo Federal está preparando novas medidas para a área bélica, que incluem maiores incentivos fiscais e de crédito para empresas que estejam baixo controle teoricamente brasileiro.
Com a aprovação, em, março, da Lei 12.958, grupos que atuam na área de infraestrutura e construção civil, como a Odebrecht (já associada à EADS), OAS, Engevix,Queiroz Galvão, Camargo Correa e Synergy, além da própria Embraer, terão vantagens tributárias e condições especiais de crédito para participar de licitações na área de defesa.
O problema é que todos esses grupos estão negociando a participação de empresas estrangeiras, todas dos Estados Unidos ou da Europa, na composição dessas novas empresas, em troca de “tecnologia”.
Estamos partindo do pressuposto de que a única maneira de ter acesso a tecnologia na indústria bélica mundial é se associar - minoritariamente, na maioria das vezes - a um parceiro mais forte, e, ainda por cima estrangeiro.
Essa é uma premissa absolutamente falsa, para não usar palavra mais forte. Com dinheiro e decisão política, qualquer um vai atrás da tecnologia, pesquisa planos, copia projetos, contrata especialistas, entre os milhares de engenheiros e cientistas estrangeiros que estão desempregados por causa da crise na Europa e nos Estados Unidos.
Ou associa-se, em igualdade de condições, com países que desenvolveram de forma autônoma a sua própria indústria de defesa, como a China e a Rússia, sem depender de associações desse tipo com os países ocidentais.
No entanto, no lugar de aproveitar a janela de oportunidade aberta pela crise para nos apropriarmos de pessoal especializado e da tecnologia que está disponível lá fora sem abrirmos mão de controlar, sozinhos, uma área que é estratégica para o país, o que estamos fazendo, e com financiamento público e benefícios fiscais ?
Aprofundando a nossa dependência do Ocidente, a longo prazo, e, como já acontece nas telecomunicações, por exemplo, usando o dinheiro do BNDES para a expansão e o fortalecimento em território nacional de empresas estrangeiras – “associadas” ou não a grupos nacionais – que em última instância não tem, e nunca terão, o menor compromisso estratégico com o Brasil.
Como lembra a fábula de Jean de La Fontaine, - ou a “joint venture” do porco com a galinha para vender ovos com bacon - não existe pacto possível entre lobos e cordeiros. Em uma associação de uma construtora brasileira e um grande grupo multinacional de defesa, com eventual participação estatal, ou “golden share”, do governo de seu país de origem, não seremos nós os lobos, e eles os cordeiros.
Essas “joint ventures”, se vierem a acontecer, para o fornecimento, sem garantia de 100% de conteúdo nacional e de 100% de controle brasileiro, de armamentos que levam décadas para ser desenvolvidos e produzidos, equivalerão à entrega e capitulação de nossa indústria bélica, agora e no futuro, à Europa e aos Estados Unidos, e o Governo Dilma Roussef, por pressão, pressa ou ingenuidade, será responsabilizado perante a história se prosseguir nesse caminho.
Crédito e condições fiscais especiais devem ser entregues apenas a empresas que tenham 100% de capital nacional, com claúsulas que assegurem, se necessário, a intervenção soberana do Governo e impeçam a sua venda, como já aconteceu no passado e continua acontecendo agora, a capitais estrangeiros.
Tecnologia compra-se lá fora, quando existe dinheiro, sem ser preciso entregar uma única ação aos concorrentes. Além disso, a presença de empresas da Europa e dos Estados Unidos na composição acionária das futuras “superbélicas” “nacionais” irá impedir que essas empresas possam comprar tecnologia dos nossos parceiros nos BRICS, como a Rússia, a China e a Índia, caso não haja interesse de países como a França ou a Itália em fornecê-la.
É preciso romper o cerco ocidental à indústria brasileira de defesa. Estamos assinando acordos que equivalem a entregar a alma ao diabo, sem nenhuma garantia de que não iremos depender de peças ou de decisões estrangeiras para a fabricação das armas que teriam que nos proteger no futuro.
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https://groups.google.com/forum/?fromgroups=#!topic/brigadaspopulares/rnh3NBhYoRk
http://neovisao.blogspot.com.br/2012/08/santayana-o-cerco-industria-brasileira.html
http://www.facebook.com/permalink.php?story_fbid=433717693338382&id=220271668063849
http://pizzariadopoder.blogspot.com.br/2012/08/o-brasil-e-o-pais-mais-indefeso-do-mundo.html
http://spatiumimperium.blogspot.com.br/2012/08/a-desnacionalizacao-da-industria-belica.html
http://www.alertatotal.net/2012/08/o-cerco-industria-brasileira-de-defesa.html
http://amapanocongresso.blogspot.com.br/2012/08/a-industria-da-defesa-esta-sendo.html
http://br.groups.yahoo.com/group/politica-br/message/118959
http://www.engenhariaemsolucoes.com.br/index.php/o-cerco-a-industria-brasileira-de-defesa/
http://glaucogouvea.blogspot.com.br/2012_08_22_archive.html
http://webkits.infopop.cc/eve/forums/a/tpc/f/342106667/m/8717006953
http://www.maquina.inf.br/maquinaNet/techEngine?sid=MaquinaNet&command=noticiaClippingSite&action=visualizar&RSS=true&idCliente=46&idNoticia=5345135909591&idClienteRSS=46
http://defesa.forums-free.com/industrias-t119s50.html
http://www.feemjesus.com.br/post/o-cerco-a-industria-brasileira-de-defesa-1230
https://plus.google.com/u/0/110523612892377239219/posts/dRek2UvmnrU
http://br.dir.groups.yahoo.com/group/aeroespacial/message/47539
https://groups.google.com/forum/?fromgroups=#!topic/comunidade-verde-oliva/oSUBMNrPDec
http://www.siemaco.com.br/mais%20noticias/16082012/O%20cerco%20%C3%A0%20ind%C3%BAstria%20brasileira%20de%20defesa.pdf
http://www.orkut.com/Main#CommMsgs?cmm=69619&tid=5777931160347219905&start=1
http://opropulsormaritimo.info/noticias/index.php?option=com_content&view=article&id=3402:o-cerco-a-industria-brasileira-de-defesa-
http://buracosdebelemvelho.blogspot.com.br/
http://jardimgrandearora.blogspot.com.br/2012/08/o-cerco-industria-brasileira-de-defesa.html
http://groups.yahoo.com/group/MidiaeProfecia/message/26420
https://groups.google.com/forum/?fromgroups=#!topic/comunidade-verde-oliva/aZaJtCq2__8
Os países que hoje estão caindo sob a intervenção dos EUA, e alguns países da Europa, tiveram a infeliz ideia de depender de compra de armas deles. França, EUA e Israel aos poucos entra no Brasil e pela porta da frente.Nossos militares devem estarem ganhando alguma coisa para ficarem calado, e uma pena. Não é a toa que Iraque, Lípia, e agora a síria estão caindo nas mãos de Israel e EUA seus militares se fendem todos!!!!!!
ResponderExcluirApenas uma simples correção ao excelente artigo: a cidade onde serão construidos os cinco submarinos , um deles nuclear , é
ResponderExcluirItaguaí , no RJ e não Itajaí.
Obrigado pela observação, amigo, a informação já foi corrigida. Um abraço
ResponderExcluirSou engenheiro e sei que o país sofre carência de mão de obra,especialmente na referida carreira,em especial na eletrônica, telecomunicações e mecânica. Existem motivos para tal e são originados lá no passado,na década perdida dos 80. Cursos de engenharia miguavam, pois,até estágio era coisa difícil. Emprego então,era coisa de sonho . As especialidades citadas necessitam de professores atualizados,além de laboratorial em permanente atualização,graças aos avanços, o que, para muitos donos de universidades era, naquela época, um investimento sem retorno, pois, as entidades particulares tinham o lucro como meta e pretendiam somente cumprir o básico exigido para diplomar um engenheiro. Sem laboratórios apropriados,sem pesquisa/desenvolvimento e remunerando mal os mestres,além de um futuro incerto, fizeram muitos abandonarem o curso e os que se formavam, vagavam por emprego. Lá nos 80 e 90, muitos perdiam o emprego ou largavam para se dedicarem ao comércio,mesmo em área bastante diferenciada, como aquele famoso caso do engenheiro que havia virado vendedor de sucos(O engenheiro que virou suco).Os poucos que tinham condições, saiam do país,alguns conseguiam chegar a exercer a profissão graças às possibilades financeiras da família.Poucas as universidades se dedicavam à pesquisa e desenvolvimento,como as federais e algumas estaduais.O mercado era péssimo e muita gente boa largava a carreira que se preparou a vida inteira para se entregar aos concursos públicos em área diametralmente oposta,especialmente na área de direito, graças aos salários e benefícios que diferem muito das áreas do setor produtivo de riquezas e tecnologia. Os anos 90 foram piores, pois, muitos que conseguiam seguir a carreira ,perderam o emprego, graças aos processos neo-liberais e entreguistas daquele período. Hoje, vemos a enorme carência em vários setores da engenharia. Muitos diplomados,mas, poucos engenheiros. Curso de engenharia sem pesquisa e desenvolvimento forma diplomados,somente. Muitas indústrias estão tendo dificuldades de iniciarem suas atividades no Brasil graças a carência de engenheiros e técnicos,fruto dos anos seguidos de crise e do neo-liberalismo. No caso da indústria bélica a situação é gravíssima. A carreira militar foi desvalorizada e o histórico das entidades afastavam muitos,pois muitos temiam a falta de liberdade de pensamentos ou a perda da liberdade pessoal. Os que lá estavam naquele período,foram verdadeiros heróis, pois conseguiram tirar água da pedra, desenvolvendo tecnologia que chegou a incomodar os tradicionais fabricantes de armamentos, como o super-blindado Osório e o temível Astro,além de outras ferramentas de defesa. O governo deve investir muito mais em educação e caçar cérebros,tratando-os como são tratados os astros do futebol-mídia, pois, um país desprovido de pesquisadores e desenvolvedores é o mesmo que não se interessar pelo seu futuro ,tanto na sua planta produtiva quanto bélica.
ResponderExcluirCaro Mauro, bom dia.
ResponderExcluirOntem lhe enviei aqui nesse espaço, algumas informações sobre a atuação da BAE Systems no Brasil. Vc chegou a vê-las? Espero que elam tenha sido suficientes e esclarecedoras. Se precisar de mais alguma coisa, por favor não hesite em falar comigo.
Saudações,
Paulo Henrique Alves - paulohenrique@gaspar.com.br
G&A Comunicação - Assessoria BAE Systems
Prezado Mauro
ResponderExcluirMilitares latino-americanos em geral, brasileiros em particular, são traidores de seus povos ATÉ HOJE. É por esta razão que os EUA-OTAN não necessitam de bases militares no Brasil. Eles já as tem.
Castor Filho
redecastorphoto.blogspot.com e http://blogoosfero.cc/castorphoto/blog
Lúcido e objetivo artigo. Aponta na mesma direção dos estudos desenvolvidos na Universidade Federal Fluminense.
ResponderExcluirTomei a liberdade de incluir link no Portal do Instituto de Estudos Estratégicos (INEST) da Universidade Federal Fluminense (UFF), acrescido de comentários e links para outros artigos correlatos publicados no mesmo portal.
http://www.inest.uff.br/index.php?option=com_content&view=article&id=404:o-cerco-a-industria-brasileira-de-defesa-&catid=3:industria&Itemid=79
Acredito ser do interesse de todos os brasileiros comprometidos com a construção e sustentação de uma indústria de defesa que o Brasil merece.
Prezado Mauro Santayna.
ResponderExcluirEste não é um comentário ao seu artigo e sim uma maneira de fazer contato.
Achei extraordinariamente lúcida sua análise e fiquei impressionado com o conhecimento detalhado que você demonstrou. Já havia gostado de outras análises suas.
Coordeno um Programa de Pesquisa sobre a Base Logística de Defesa e um Núcleo de Estudos de Defesa, Inovação, Capacitação e Competitividade Industrial (UFFDEFESA) na Universidade Federal Fluminense (UFF) que tratam exatamente dos temas que você abordou e gostaria muito de poder conversar pessoalmente com você sobre esses temas.
At,
Eduardo Brick
brick@producao.uff.br
Deslindar a verdade, diante do caos que se apresentam os fenômenos é uma tarefa fascinante. Porém, é dolorida e desesperançosa. Há, efetivamente, a implantação de um Governo Mundial. Parecemos anõeszinho diante da ameaça que representam. Diante da impossibilidade de desistir, só nos resta ser fortes.
ResponderExcluirPrezado Eduardo, obrigado pelas observações. Tão logo seja possível, farei contato, por meio do seu email.
ResponderExcluirUm abraço.
Paulo Henrique,
ResponderExcluirsuas informações, por alguma razão, não chegaram a este espaço. Se quiser você pode enviá-las novamente, por aqui mesmo e/ou diretamente para o email
maurosantayana@maurosantayana.com
Artigo extremamente lúcido, coloca o dedo na ferida em que os governantes insistem em ignorar: a imensa fragilidade e incapacidade operativa da Força Armada do Brasil. São tantas deficiências, que fica difícil apontar por onde começar a enfrentá-las. No que concerne à Força Aérea, seria pertinente que a comandante-em Chefe das Forças Armadas zerasse o jogo da concorrência FX-2 e optasse por uma solução meio-termo: adquirir os Sukhoi SU-35 SF, para substituir os velhos Mirage (que estão a cair), e aderir ao protocolo russo/indiano do prospecto T-50 PAK-FA, um caça de 5ª geração que supera inclusive os F-22 Raptor, projetado para entrar em operação em 2018 (Já há protótipos voando). Se o governo brasileiro não fizer essa opção, lamento dizer, continuaremos a ser presa fácil, como bem demonstra o artigo do Santayana.
ResponderExcluirBrasil acima de tudo!
P. R. Costa Gomes
Oficial-Aviador
1º GDA
ResponderExcluirPrezado Tenente Costa Gomes,
Obrigado pelas observações. Também acho que é um total absurdo o Brasil pensar em comprar o Rafale, um avião projetado há mais de 30 anos, pelo preço que querem os franceses, no lugar do SU-35 SF, e não entrar depois no projeto russo-indiano, considerando-se que, com os custos já diluídos entre os primeiros sócios, poderíamos contar com avião digno do século XXI, fabricado aqui mesmo, como previsto no caso da Índia e da Rússia, que terão linhas de montagem locais, com uma imbatível relação custo-benefício, sem falar dos benefícios estratégicos derivados da participação direta no desenvolvimento da tecnologia de um caça-bombardeio de Quinta Geração. É importantíssimo saber que existem profissionais da ativa, como o senhor, que defendem esse tipo de solução, porque a impressão que temos, aqui de fora, e por outras reações que vimos ao artigo, é que, em muitos círculos o assunto está sendo politizado e ideologizado, quando o que está em jogo é a sobrevivência da Nação. Tem gente que defende até mesmo que o Brasil simplesmente adira à OTAN. Quem sabe para virar uma província do nível de uma Espanha ou de um Portugal, que sequer tem direito de decidir soberanamente sua própria política externa e sua economia, e que nos tornemos peças auxiliares dos anglo-saxões em teatros de operações como a Líbia, o Iraque e o Afeganistão, para que comecem a explodir bombas em nossos aviões de passageiros e estações de metrô, como punição por termos aberto mão de nossa autonomia para ficar tirando as castanhas do fogo para os ingleses e norte-americanos no que eles consideram "terceiro mundo". Muita gente não entende que não há nenhuma razão lógica para que os russos, chineses, sul-africanos ou indianos entrem em combate conosco, pelo menos não neste século, a não ser, pelo contrário, que nos alinhemos, automaticamente, aos europeus e norte-americanos. Primeiro, porque suas respectivas áreas de influência não concorrem, a não ser do ponto de vista comercial, e ainda assim, de forma incipiente, com as nossas, e, segundo, porque nós não pertencemos às tradicionais áreas de influência da China ou da Rússia, que se encontram a milhares de quilômetros de distância, mas sempre fomos considerados – e até mesmo do ponto de vista militar - como parte de sua área de influência pelos europeus e os norte-americanos.. Reconheço, portanto, a sua lucidez e a sua coragem, de vir aqui expor a sua opinião de patriota. É também devido à existência de oficiais como o senhor, que colocam o Brasil à frente de qualquer outra consideração, que entendemos e defendemos a necessidade de uma melhor remuneração e de melhores condições de trabalho para nossas Forças Armadas, como fizemos neste artigo, publicado recentemente:
http://www.maurosantayana.com/2012/08/a-remuneracao-das-forcas-armadas.html
Leiam o link. Um trecho de nossa história no site da Alerj:
ResponderExcluirhttp://www.alerj.rj.gov.br/livro/pag_109.htm
Tal conteúdo esteve presente num site de um grande jornal,ícone de nossa democracia,mas,modificado nos arquivos on-line da história do jornal. Pressões ?
Assim que Vargas tomou decisões nacionalistas, incomodou descendentes da Casa Grande e a "metrópole". Meu pai,já falecido,trabalhou na Standard Oil e sempre dizia que "eles" não engoliram a criação da PETROBRAS. A CLT foi outro problema para as elites.O Trabalhador ficou, digamos assim, "caro".Seu artigo diz tudo e o link, também. Hoje,ainda atuam, manipulando a informação, desinformando e agindo contra a liberdade de imprensa, travestidos de "órgão de imprensa de grande vulto". E afirmo que o foco deles é a PETROBRAS, NOSSO petróleo.
Maceió/AL, 05/11/2013.
ResponderExcluirPrezado Sr. Mauro Santayana,
Sou também jornalista autodidata como V.Sa. e, desde a Comissão Afonso Arinos de Estudos Pré-constitucionais, da qual participei em 1986/88, e, até hoje, guardo o seu atencioso telegrama ao jovem jornalista de Alagoas que, na "terra dos marechais", SOLITÁRIO, lutava pela TOTAL DEMOCRATIZAÇÃO DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO DO BRASIL e ganhou o "corporativismo chapa branca" da Constituição da "República" Federativa do Brasil (sou monarquista), acompanho a sua luta PATRIÓTICA por um país que ainda é "uma terra habitada", como dizia o jurista Sobral Pinto. Parabenizo-lhe por este DEMOCRÁTICO blog, fruto de seu ESPÍRITO NOBRE.Hoje, estou fora do jornalismo, uma profissão de "papagaios de piratas" antes "cumunistas", agora petistas, o que dá no mesmo porque stalinistas-leninistas e vão "dar um tiro de misericórdia" nesse PAÍS DE IMPATRIOTAS."Deus castiga..." SUCESSO! Mariano Paredes. isdeaero@yahoo.com.br