25 de out. de 2012

CAVALOS E BAIONETAS


O terceiro e último debate entre Mitt Romney e Obama teve um bom momento de risos, mas traz reflexões. Quando o candidato republicano, notório belicista, reclamou contra a fragilidade da defesa do país, ao afirmar que a Marinha tem menos navios do que os tinha em 1916, foi contestado com ironia por Obama: mas, governador, também temos menos baionetas e menos cavalos.
             Ter menos navios, menos cavalos e menos baionetas não torna os Estados Unidos um país militarmente débil. Como sabemos, eles continuam sendo a maior potência militar do mundo, a que dispõe de mais efetiva tecnologia para a destruição e a morte. Além de seus mísseis, capazes de atingir com precisão qualquer ponto do planeta, e de seus artefatos nucleares, com o poder de arrasar o mundo, os arsenais ianques dispõem de armas novas, já testadas, movidas a propulsão magnética, e  de aviões não tripulados que identificam eletronicamente os alvos e os atingem sem interferência humana. A cada dia mais, a tecnologia   dispensa os soldados nas operações destrutivas, e os reserva para tarefas de ocupação.
           Quando qualquer nação não consegue defender seus interesses, legítimos, ou não, mediante a diplomacia - o meio mais antigo e efetivo da política externa - apela para as armas. O uso da força é proporcional à debilidade do convencimento político. Na maioria das vezes, como demonstra a história, as nações com ambição imperial combinam  pressões diplomáticas e ameaça militar, antes do uso efetivo das armas. Nesse particular, os Estados Unidos são exemplo mais duradouro, desde que surgiram como estado independente.
          Ao mesmo tempo, a guerra pode ser vista como expediente do medo. É preciso, nesta razão zarolha, destruir o inimigo, antes que ele ameace a nossa existência. Não foi a coragem germânica que fez Hitler, mas o medo. E o medo cresce, na medida em que se acumulam os atos de violência bélica contra os outros. Sempre se teme a possível retaliação. 
           Outro problema é o desgaste do poder militar, quando lhe falta o apoio moral dos povos a que pretende servir. Sem convicção é difícil vencer os conflitos armados.  É o que ocorreu na guerra do Vietnã, e volta a ocorrer hoje, com relação ao Oriente Médio, não só nos Estados Unidos, mas também na Europa. Ainda assim, os analistas consideram que o debate sobre política internacional interessa menos aos eleitores norte-americanos de hoje. O que os move é a situação econômica, com o empobrecimento da maioria da população, e o enriquecimento, sempre mais atrevido, dos rentistas. O predomínio da ganância, na estrutura do poder nos estados modernos, está – mais uma vez – dividindo as sociedades nacionais. Isso tanto pode conduzir às revoluções libertadoras, quanto à apatia e ao conformismo, sob a tirania plutocrática.

Este  texto foi publicado também  nos seguintes sites:


http://gilsonsampaio.blogspot.com.br/2012/10/cavalos-e-baionetas.htmlhttp://brasilsoberanoelivre.blogspot.com.br/2012/10/cavalos-e-baionetas.htmlhttp://www.manoelafonso.com.br/?conteudo=texto&tipo=Sala%20de%20Espera&texID=30431http://saraiva13.blogspot.com.br/2012/10/cavalos-e-baionetas.htmlhttp://contextolivre.blogspot.com.br/2012/10/cavalos-e-baionetas.htmlhttp://militanciaviva.blogspot.com.br/2012/10/cavalos-e-baionetas.htmlhttp://blogdeumsem-mdia.blogspot.com.br/2012/10/eua-cavalos-e-baionetas.htmlhttp://valdecybeserra.blogspot.com.br/2012/10/cavalos-e-baionetas.htmlhttp://www.formadoresdeopiniao.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=20340:cavalos-e-baionetas&catid=77:politica-economia-e-direito&Itemid=132http://domacedo.blogspot.com.br/2012/10/eua-o-que-interessa-ao-eleitor.htmlhttp://nilsonsa.blogspot.com.br/2012/10/cavalos-e-baionetas.htmlhttp://ericksilveira.blogspot.com.br/2012/10/cavalos-e-baionetas.html          

            

Nenhum comentário:

Postar um comentário