18 de nov. de 2012

ISRAEL E A NOVA GUERRA MUNDIAL


         Ao convocar 75.000 reservistas para as fileiras, o governo de Israel deixou claro que prepara  nova  invasão terrestre da Faixa de Gaza, como passo prévio a uma aventura maior, contra o Irã. Desta vez, no entanto, há sinais de que a violência encontrará a resistência dos paises árabes vizinhos. A visita do primeiro ministro do Egito, Hisham Kandil, a Gaza e a clara advertência do novo presidente, Mosri, de que os egípcios não deixarão os palestinos sós,  deveriam conter os alucinados direitistas de Tel-Aviv, mas não parece que isso ocorra. Ao contrário, há todas as indicações de que se encontram dispostos a ir ao tudo, ou nada.
       Ocorre que as coisas mudaram nos países árabes. Os aliados de Israel haviam visto, na primavera árabe, uma democratização à americana, que laicizaria as sociedades muçulmanas e as levaria à absorção pela civilização do consumo. Se assim fosse - era a ilusão de Israel - os palestinos seriam compelidos a aceitar, resignados, o fim de sua luta pela sobrevivência como nação. Rapidamente as coisas se mostraram como são.
      Os árabes não saíram às ruas para contestar o Islã, mas com o propósito de recuperar os princípios de solidariedade do Corão e contestar o alinhamento de seus governos aos interesses de Washington. Não é por outra razão que os radicais de Al Qaeda contribuíram para o levante contra Kadafi.
        O Egito, sob Murbarak, sempre foi fiel aos Estados Unidos em sua política regional, e aliado confesso de Israel. Com Mosri, a situação mudou. O novo presidente egípcio tem mantido consultas sucessivas com outros chefes de Estado e de governo árabes e reuniu, no Cairo, o presidente da Turquia, Recep Erdogan,  o emir de Catar, Hamad bin Khalifa Al Thani, e outros dirigentes políticos da região, para discutir o problema da Palestina. O emir de Catar visitou recentemente a Faixa de Gaza e doou 254 milhões de dólares para a reconstrução de seus hospitais.
      A atitude mais clara do Cairo foi a de enviar a Gaza seu primeiro ministro Hisham Kandil, sexta-feira passada. Israel prometeu que suspenderia seus ataques aéreos contra a área durante as três horas da visita do dirigente egípcio – mas antes que Kandil deixasse a cidade pelo passo de Rafa, reiniciaram-se os bombardeios. Os judeus usam mísseis ar - terra, como o que matou o primeiro ministro do Hammas. E também aviões não tripulados, os criminosos drones. Dezenas de crianças estão gravemente feridas e, entre outras vítimas infantis, morreu um menino de apenas onze meses.
      Se Israel, além de arrasar Gaza, como é o confessado propósito de seus extremistas, atacar o Irã, será quase impossível evitar uma terceira guerra mundial. O momento, sendo de recessão econômica global, é propício ao desvario dos conflitos armados. Como registra a História, nada melhor para o capitalismo do que um grande conflito, do qual ele sempre emerge fortalecido. Mas não parece que, desta vez, os vencedores venham a ser os mesmos. 

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3 comentários:

  1. Bom saber que não sou só eu que vejo o momento atual como um empurrão intencional na direção da 3ª Guerra, ardentemente desejada pelo consórcio Israel-USA.

    A questão é que por trás de sua força militar convencional, que tem limites visíveis, os EUA têm um poderio atômico praticamente ilimitado.

    Dizer que "os vencedores não serão os mesmos" é uma frase esperançosa, mas parece pressupor que os EUA não recorrerão ao arsenal nuclear, quando com o pretexto de uma guerra mundial me parece provável que o fizessem.

    Por isso minha curiosidade: no que o sr baseia sua esperança de que os vencedores não sejam os mesmos desta vez?

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  2. O que vemos agora é uma repetição dos inúmeros ataques já realizados por Israel contra os palestinos. Tal como nos passados, os judeus proclamam sua força, fazem questão de exibi-la e a aplicam contra seus inimigos de forma absolutamente desproporcional. São muito mais ricos, avançados tecnologicamente e ainda contam com o apoio incondicional da maior potência do mundo. Nestas condições, podem se dar ao luxo de impor seus ditames, ainda que ilegais, e ignorar as várias resoluções da ONU contrárias aos seus interesses.
    De fato, algo parece mudado. A começar pela postura do Egito, livre do governo ditatorial, corrupto e capacho dos americanos exercido por Mubarak. Hoje Israel precisa tomar mais cuidado, pois tem um flanco vulnerável, já não pode ir com tanta sede ao pote.
    Um segundo fato que os israelenses deveriam ponderar com cuidado é o seu plano de atacar o Irã. Eles estão se baseando em duas premissas: O seu poderio nuclear e a aliança norte-americana, que não poderia lhe ser negada na hora H. Ocorre que este gigantesco projeto hegemônico, fatalmente, vai se chocar contra uma muralha sino-russa, podendo, de fato, dar origem a uma Terceira Guerra Mundial. Rússia e China agem com prudência, mas sabem que os Estados Unidos, mesmo que percam a condição de maior economia do mundo, não abrirão mão jamais de preservar sua hegemonia militar. Eles já estão se movimentando com os olhos voltados para a Ásia.

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  3. Exatamente... Repetem-se as histórias. De algumas sabemos algumas partes muito mal contadas. E imaginemos aquelas que não sabemos... sim, porque o que nos chega é somente a ponta do icberg, uma vez que a imprensa e a mídia internacional é controlada pelas grandes agências do ocidente. Dizem os noticiários que CENTENAS de mísseis palestinos foram jogados em Israel, mas que apenas um acertou o alvo, matando 3 israelenses. Isso justifica os mísseis CIRÚRGICOS mandados por israel à Faixa de Gaza, que já ceifou a vida de mais de 100 pessoas - números ocidentalizados.
    É preciso estar alerta para não acreditar em estórias da carochinha contadas na TV.

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