24 de nov. de 2012

A MARCA DA MALDADE


       No sábado, dia 17, um Policial Militar de Goiânia foi preso por matar um morador de rua e sob suspeita de tráfico de drogas. Com 38 anos e 20 de corporação, ele já fora indiciado por dois homicídios contra mendigos, em 2006 e 2008; por uma tentativa de homicídio; pelo espancamento de uma mulher, também em 2008, e pelo assassinato de  William Pereira Nunes.
     Mesmo assim, o soldado Rogério Moreira da Silva, o “Xaropinho”, só chamou realmente a atenção da Corregedoria, quando, acusado de  extorquir mendigos, armado de uma pistola, e à paisana, resistiu à abordagem de seus colegas de farda.
     Nos últimos meses, como ocorreu em 24 de outubro, com Aucinéia da Silva, de 34 anos, em Contagem, Minas Gerais, moradores de rua têm sido  assassinados, por espancamento, por fogo e à bala, em todo o Brasil, como se a questão social pudesse ser resolvida pelo extermínio dos miseráveis.
     Os nazistas, tecnicamente melhor organizados,   começaram sua tentativa de “limpar o mundo”, justamente pelos moradores de rua. Depois passaram aos portadores de síndrome de Down, aos esquizofrênicos, aos maníaco-depressivos,  aos anões e os corcundas, os mutilados em defesa da Alemanha, na 1ª Guerra Mundial,  os comunistas, os socialistas, os democratas. Finalmente, construíram esquemas de aniquilar milhares de homens, mulheres,  crianças e velhos por dia, como em Auschwitz ou Maidanek, na Polônia.  Chegaram  à  marca de 6 milhões de judeus, mais de um milhão de ciganos, e vários milhões de  russos, ucranianos, letões, moldavos, eslovacos.
       Se tivessem vencido a Segunda Guerra - da qual participamos lutando na Itália,com a FEB – teriam feito o mesmo aqui. Como nutriam desprezo  pela nossa miscigenação, teriam assassinado quase todos, misturando, nos mesmos fornos crematórios, os ricos e os pobres, os metidos a besta e os moradores de rua.
     Os nazistas marcavam suas vítimas, na chegada aos campos de extermínio, com um número tatuado  no braço. O bando de covardes que atacou um morador de rua, na madrugada de anteontem, em uma Praça de Presidente Wenceslau, em São Paulo, levando-o para um banheiro e o espancando brutalmente com um tampo de pia de concreto, preferiu prestar homenagem a seus inspiradores, marcando-o, nas costas, quando já estava sangrando e desacordado, com uma cruz suástica, símbolo nazista, riscada com um caco de vidro.
      Não precisavam ter recorrido à marca da maldade para nos lembrar que não existe nenhuma diferença entre quem ataca um mendigo indefeso e os nazistas que faziam experiências médicas dissecando  crianças vivas. 
      Esta semana, o Brasil lembrou Zumbi dos Palmares, comemorando o Dia Nacional da Consciência Negra.
      Que cor terá a pele do morador de rua atacado em Presidente Wenceslau pelo bando de neonazistas?

Este texto foi publicado também nos seguintes sites        Com a intenção de “normalizar e simplificar a governança estratégica” do gigantesco grupo de armamentos EADS, assegurando, ao mesmo tempo, que a Alemanha, a França e a Espanha, protejam os seus legítimos “interesses estratégicos”, os governos dos três países acabam de fechar  acordo para manter 24 por cento das ações  nas mãos dos estados francês e alemão e 4 por cento sob propriedade do estado espanhol. Mantêm, assim, o domínio do grupo, que controla, direta e indiretamente várias empresas prestadoras de serviços na área de defesa, no Brasil, como é o caso da Cassidian.
       Enquanto no Brasil é pecado o Estado meter-se em outras áreas que não sejam segurança, saúde e educação, países admirados por muitos como paradigmas de capitalismo avançado e do livre-mercado, asseguram a propriedade  do Estado em áreas estratégicas da economia - e nem por isso o mundo vem abaixo.
       Vamos aos fatos. A participação da Espanha no capital da EADS (abreviatura da denominação, em inglês, da European Aeronautic Defense Space Company), mediante a CASA (Construcciones Aeronauticas S.A) deve ser conhecida. Embora tenha nascido da iniciativa privada, em 1923, a empresa foi sendo absorvida pelo estado espanhol, a partir de 1943, e, desde 1992, a participação estatal é de 99,2%.
       Além da construção aeronáutica, o estado espanhol comanda as empresas ferroviárias, de construção, navais e de armamento. É com essas empresas que a Espanha quer invadir o mercado brasileiro, aproveitando o financiamento farto e barato no BNDES.
     O instrumento dessa operação é uma instituição chamada SEPI - Sociedade Estatal de Participações Industriais. E atentem bem para a palavra estatal, A SEPI - a exemplo de organizações congêneres como as existentes na Alemanha, na França, ou na Itália, com o IRI -  não está presente apenas como sócio temporário, mas exerce sua tarefa permanente de controle nacional dos setores estratégicos da atividade econômica.
           No Brasil, esse é um assunto tabu. O BNDES pode financiar empresas estrangeiras, e até mesmo estatais, como é o caso da DCNS, que constrói o estaleiro onde serão montados os submarinos que compramos à França. No entanto, não admitem que o Brasil possa ter uma empresa estatal para assegurar diretamente a presença do Estado onde ela é necessária, seja como controlador, seja como indutor do processo de desenvolvimento, como ocorre lá fora.
       O temor da opinião dos "analistas" do "mercado" e de certa parcela dos meios de comunicação, já totalmente entregue aos interesses estrangeiros, chegou a um ponto que nos humilha.
         É o caso, por exemplo, da projetada concessão operacional do Aeroporto do Galeão.  Uma empresa controlada pelo Estado francês, a ADP (Aeroports de Paris) disse, claramente, que só entra no negócio se a INFRAERO (ou seja, o estado brasileiro) estiver em posição minoritária. E o governo brasileiro, como mostra a mudança no formato do modelo, obedece.
        É preciso definir o modelo correto, para que o Brasil possa se desenvolver em ritmo acelerado e garantir sua autonomia, agora e no futuro, e o respeito aos princípios de não alinhamento e não ingerência nos assuntos internos de qualquer nação. 
       Ao contrário do que aconteceu no passado, o BNDES só deve financiar empresas autenticamente brasileiras. Os estrangeiros que quiserem entrar no Brasil, principalmente no filé das obras de infraestrutura, que se submetam às nossas leis e condições - e tragam o seu próprio dinheiro. :



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