A recuperação da indústria
em novembro, a primeira desde março de 2012, não deu para ocultar o fato de que
a competitividade dos manufaturados nacionais vem caindo, principalmente por
causa do câmbio e a invasão dos importados. Um dos piores desempenhos no mês
foi o da indústria de material eletrônico e de comunicação, e isso apesar da
explosão de consumo, por causa das vendas de Natal no fim do ano.
As horas trabalhadas no
setor caíram expressivos 23,5% e o emprego recuou 11,7% na comparação com
novembro de 2011. A utilização da capacidade instalada diminuiu 4,2 pontos
percentuais e a massa salarial real registrou queda de 1,3%.
Se o governo não agir logo,
chamando os fabricantes de equipamentos a substituir parte das importações por
fornecedores locais, e não deixar o dólar seguir se valorizando, pouco a pouco,
para aumentar o custo dos insumos que vem de fora, corremos o risco de ver a
indústria eletrônica naufragar definitivamente até meados do próximo ano. Não
adianta melhorar o consumo, se ele continuar tendo a sua expansão suprida com
produtos feitos fora do território brasileiro. A nossa maior riqueza é o
mercado interno. É preciso administrá-la como um diferencial estratégico, há
que existir um toma lá dá cá, no acesso ao mercado brasileiro, senão vamos
voltar a ser apenas colônia
mercantilista que fomos a maior parte do tempo antes e depois da independência.
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