(JB) - O Presidente Barack Obama
se nega a informar em que dispositivo da Constituição se ampara para ordenar o
assassinato de cidadãos norte-americanos. Seu concidadão, Vicki Divoll,
ex-assessor do Senado para as questões de segurança e ex-consultor jurídico da
CIA, em título de artigo publicado ontem pela edição online do New York Times,
faz-lhe a pergunta direta: Presidente, quem lhe disse que o Senhor pode matar
americanos?
O autor cita três casos
conhecidos de cidadãos americanos assassinados no Exterior, sob a ordem direta
de Obama: Anwar al-Awlaki, um clérigo muçulmano, nascido no Novo México; Samir
Khan, naturalizado norte-americano e Abdulrahman al-Awlaki, de 16 anos, natural
do Colorado, sobrinho do clérigo Anwar. Podem argumentar que todos têm nomes
árabes. Árabes são o nome e o sobrenome também do Presidente. Esses são os
casos conhecidos, mas há outros, certamente.
Há dias, Obama sancionou
lei do Congresso, autorizando o monitoramento de todos os cidadãos estrangeiros
que se tornem suspeitos de atividades contra o seu país. Como se sabe, pelo que
ocorreu a bin-Laden e a outros, os norte-americanos se arrogam o direito de não
só vigiar, mas de matar, fora das operações de guerra declarada, qualquer
cidadão estrangeiro, em qualquer lugar do mundo, em nome de sua segurança. O
lema do governo dos Estados Unidos passa a ser, assim, o de Vigiar e Matar.
Essa arrogante postura de
juiz universal, com o poder de vida e de morte, tem acompanhado os Estados
Unidos desde os seus primeiros anos, embora haja, ali, os que a combatam. Sem
ir muito longe, no passado, é de se lembrar o assassinato de Augusto César
Sandino, o grande herói do povo da Nicarágua, por ordem de Washington. O crime
foi cometido por Anastásio Somoza, que se tornou ditador e legou o país aos
dois filhos. A dinastia acabou com o movimento revolucionário que tem o nome do
próprio Sandino.
Divolli, em seu texto,
argumenta que essas ordens de Obama, se levadas ao exame dos tribunais,
serão declaradas inconstitucionais. O
Presidente pode declarar a guerra, ad-referendum do Congresso, mas não pode
mandar matar ninguém em particular – e em nenhum lugar, dentro ou fora dos
Estados Unidos. O poder executivo não é um órgão da Justiça.
O assassinato de Bin-Laden, assistido – e aplaudido – ao vivo, da Casa Branca, pelo Presidente e
sua equipe mais restrita, foi, além de um crime, pela execução em si mesma, de
um homem não condenado por tribunal competente, manifestação
insolente de arrogância imperial, na violação da soberania do Paquistão.
Se os norte-americanos se debruçarem no exame da História, irão descobrir que
os ventos da desforra custam a se organizar no horizonte, mas, uma vez reunidos, são mais devastadores
do que os tornados e tsunamis.
Este texto foi publicado também os seguintes sites:
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Pibinho alemão, nível de desemprego, etc. Vale uma análise?
ResponderExcluirhttp://economia.elpais.com/economia/2013/01/18/actualidad/1358534892_497280.html
Comentário enviado por e-mail para a redecastorphoto e postado por Castor
ResponderExcluirFaria algumas observações para complementá-lo. A primeira é que Bin Laden provavelmente não foi uma das vítimas eliminadas pela expedição das FFAA dos EUA que, em 2011, serviu como operação de propaganda para “demonstrar que Obama saberia ser duro com os inimigos dos EUA”.
Ora, nem está claro se Bin Laden chegou algum dia a ser inimigo dos EUA. O certo é que, por muito tempo, trabalhou para os EUA e lhes prestou serviços inestimáveis como ter sido um dos mentores dos talibãs quando estes fizeram a União Soviética ter perdas enormes no Afeganistão, acabando por retirar-se.
Segundo norte-americanos dignos de crédito, Bin Laden, que jamais reivindicou os ataques do 11.09.2001, faleceu nesse mesmo ano. Ademais era público e notório que então estava gravemente doente, inclusive recebendo diálise nos rins.
Mais importante e mais relacionado com a substância do artigo de Santayana, todos os que não se atém ao que conta a mídia e os meios oficiais e desejam informar-se podem ter acesso a centenas de informações de acordo com as quais não deve pairar dúvida alguma de que as torres gêmeas foram implodidas com explosivos especiais de uso militar e que o Pentágono foi atingido por um míssil. Tudo isso só poderia ter sido realizado de dentro do sistema de poder estadunidense.
Se o então presidente Bush autorizou esses auto-ataques, ou se estes foram determinados pelos que estavam controlando seu governo, não dá para esclarecer. O que não padece de dúvida é que esses auto-ataques foram determinados para “justificar” as intervenções militares em todo o “Arco de Crise” do Oriente Médio e também para “justificar” o crescente terrorismo de Estado, a pretexto de combater terroristas islâmicos, através de mais crimes ilegais, além dos tornados legais em função do clima político e de opinião suscitado pelos atentados de 11.09.
Outra coisa: what about foreigners? O presidente dos EUA está autorizado legalmente a mandar matar estrangeiros que supostamente ameaçam a segurança dos EUA, fora do contexto de guerra regular? Vale conferir. Não há dúvida, porém, que prender, torturar e manter presos os suspeitos nacionais e estrangeiros foi incluído na legislação pós 2001, grandemente reforçada durante o governo de Obama.
AdrianB