Em países em desenvolvimento,
como o Quênia, a velocidade da banda larga é maior, e o preço, muito menor, da
ordem de 4 dólares o megabite, enquanto no Brasil é de 51 dólares.
A desculpa de
que os impostos são altos não procede. Segundo um recente estudo da UNCTAD,
mesmo que a banda larga no Brasil fosse desonerada de tributos, ela continuaria
sendo a mais cara dentre as oito principais economias do planeta.
Alegou-se, no
governo FHC, que não tínhamos capital, nem tecnologia, para desenvolver a
telefonia celular. Com esse pretexto, às empresas estrangeiras foram feitas
concessões correspondentes a 80% do mercado nacional. Argumentou-se que se
tratava de empresas de países detentores
de tecnologia na área das telecomunicações. Ora, a Espanha e Portugal são
excelentes produtores de vinhos e azeite, a Itália se destaca na indústria da
moda e o México é apenas uma oficina de montagem da indústria norte-americana.
Eles venderam o que não tinham, e continuam na retaguarda dos serviços de
telefonia mundial.
A outra desculpa é a de que, com a
privatização, acabariam os cabides de
emprego das estatais, e se reduziriam as tarifas. Sabe-se agora que o genro do
rei da Espanha, ex-jogador de handebol, ocupava, até outro dia, cargo no
Conselho da Vivo, o que custava aos
assinantes brasileiros centenas de milhares de euros ao ano. Tendo saído do
cargo, por escândalos na Espanha, cedeu
lugar ao famigerado Rodrigo Rato, implicado na quebra do banco estatal Bankia,
em seu país.
O escândalo das
telecomunicações é tamanho que as mesmas pessoas que estabeleceram as normas da
transferência dos ativos às empresas privadas se tornaram diretoras da ANATEL
e, uma vez cumprido seu mandato, foram dirigir as mesmas empresas privatizadas.
A privatização da telefonia no Brasil foi, e continua sendo, negócio entre
amigos.
O governo irriga
as empresas estrangeiras, com generosos
empréstimos do BNDES, a juros subsidiados, enquanto elas, sem reinvestir,
continuam remetendo bilhões de euros ao exterior, todos os anos.
É nesse estado de coisas que o Ministro Paulo Bernardo está
defendendo, agora, a desoneração das telecomunicações para baixar o preço
da banda larga.
Como se recorda, a
queda dos dos spreads bancários só ocorreu porque o governo tinha à mão o Banco
do Brasil e a Caixa para pressionar os concorrentes privados. Os preços só baixam no Brasil quando o governo
dispõe de uma empresa estatal para regular, de fato, o mercado.
No caso das
Telecomunicações essa estatal existe e se chama Telebrás. Ela está sendo
sabotada permanentemente, dentro e fora do governo, pelas mesmas figuras que
defendem as multinacionais.
essa é a discussão que interessa.
ResponderExcluirmas, sem lei de mídia, ela fica restrita a blogs progressistas que são visitados apenas por gente de esquerda.
mesmo assim vale a pena.
nenhuma dessas palavras há de ser em vão.
emerson57
Alguém poderá explicar-me por quê esse ministro Bernardo, tão inefciente, comprometido e incapaz, permanece à frente do Ministério das Comunicações. Será influência da Globo e parceiros golpistas?
ResponderExcluirO fato é que Paulo Bernardo e outros são prisioneiros de "algo". Parece intangível esse "algo". Mas para os brasileiros compromissados com o desenvolvimento deste país a materialidade do "algo" é inquesrionável. O sr. Paulo Bernardo ou é covarde, ou todo o governo é covarde. Passou da hora de ele sair do governo. Se não sai, o "algo" é um vírus que imobiliza ações necessárias de muita gente do governo. Falta coragem. E quando isso ocorre, não há liberdade.
ResponderExcluirAs novas gerações não sabem o que era viver num país, nos tempos da telefonia estatal, com escassez extrema de telefones e onde o cidadão tinha que comprar uma linha telefônica, pagando até US$3.000, em linhas particulares e até US$10.000, em linhas comerciais. Hoje, com a privatização nas telecomunicação existe mais de um celular por habitante -- o que representa uma democratização deste serviço e uma mudança positiva astronômica em relação ao passado.
ResponderExcluirPor outro lado, as gigantes Petrobras e Eletrobras (e agora até a Embraer), cada vez mais estatizadas e sofrendo com a continua interferência politiqueira do governo do PT em suas administrações, batem recordes negativos de produtividade e tem perda brutal no seu valor de mercado. Há pessoas que olham para a realidade, mas só enxergam seus dogmas.