21 de jun. de 2013

O BRASIL E AS PRIVATIZAÇÕES PORTUGUESAS

     
       (HD)- A viagem da Presidente Dilma Roussef a Portugal, na semana passada, em visita de Estado, para retomar as relações com aquele país, trouxe à tona, entre outros aspectos,  a questão dos investimentos brasileiros em Portugal e de Portugal no Brasil.
      Nos anos 90, várias empresas portuguesas, entre elas algumas estatais, entraram no mercado brasileiro, aproveitando o programa de privatizações. Agora, o governo português, tolhido pela crise, prepara-se para colocar à venda várias  de suas empresas,  e a participação acionária em algumas que já se encontram sob controle de  investidores privados. Em Portugal, a imprensa especula  a possibilidade de que capitais brasileiros venham a participar desse processo.
        A opinião pública portuguesa, no entanto, e parte da classe política, preferiria, como se pode ver pelos comentários na internet, que essas empresas fossem vendidas para empresas européias, e não para firmas de ex-colônias, como o Brasil e Angola, que agora estão em melhor situação financeira, como é o caso de Brasil e Angola. 
       Nos últimos tempos,  o governo de Portugal tem feito pressão, diversas vezes, para impedir a compra de empresas portuguesas por grupos brasileiros. Isso ocorreu com a Portucel – Celulose de Portugal e, para impor uma série de controles e regulamentos a empresários brasileiros que adquiram empresas portuguesas, como a CIMPOR- Cimentos de Portugal.
        Entre outras empresas, neste momento, a Azul Linhas Aéreas está se movimentando para entrar no capital da TAP – Transportes Aéreos Portugueses, em parceria com o BNDES, e vem encontrando dificuldades.
       As relações entre países, assim como  entre as pessoas, sempre deveriam estar sob a obrigação da reciprocidade.  Há, hoje, no Brasil, capitais portugueses em fase de consolidação, em vários setores da atividade econômica. 
      Convém  dedicar atenção à atitude do governo lusitano com relação à entrada de empresas brasileiras naquele mercado, e agir em consonância,  dentro do nosso próprio mercado.
    Nesse aspecto, Portugal não é um caso isolado. O mesmo se passa com a Espanha,  a França,  os Estados Unidos, a Alemanha, e o Japão, que também investem no mercado brasileiro. É preciso que todos esses investimentos se façam com base nos princípios de  reciprocidade. Ainda que não tenhamos interesse em investir no Exterior, as regras devem ser as mesmas, tanto em um sentido, quanto no outro.
      Embora se fale muito em livre mercado, todo país tem seus próprios interesses. Se não podemos fazer com que os nossos prevaleçam sempre, pelo menos podemos lutar para que haja um mínimo de equilíbrio, a fim de que os interesses de outras nações não se sobreponham sempre aos nossos, como vem ocorrendo com freqüência.


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