Tão grave quanto a presença de um agente federal de inteligência, teoricamente treinado para defender as instituições, estar presente em uma passeata que terminou de forma violenta, nas cercanias da residência de um governador, é o fato de a ABIN, em nota oficial, admitir que não tinha informações prévias da manifestação, e dela soube pelos jornais.
O
mínimo que se espera, por parte da área de inteligência, é que esses eventos
sejam monitorados, ou, pelo menos, que deles tenha prévio conhecimento: qualquer pessoa com
acesso a um computador é capaz de fazê-lo. Como sabemos, é mediante as redes
que se marcam as manifestações.
Deve ser do interesse da ABIN, assim como da
Polícia Federal e das organizações policiais dos estados, saber o que está ocorrendo.
Essa previsão é necessária, não para reprimir os protestos pacíficos, garantidos
pela Constituição, mas pela constante presença de grupos organizados de
arruaceiros, interessados em destruir o patrimônio público e privado, e em
provocar a repressão das forças policiais - com desastrosas conseqüências para
a governabilidade.
O
episódio da prisão do agente da ABIN, no Rio de Janeiro, se soma a outro fato
curioso, no contexto das manifestações: recordemos aqui a denúncia de um
cidadão que se intitula integralista, Marcio Hiroshi, de que o movimento do
qual participa estaria usando grupos de “carecas” para tumultuar as passeatas,
atacando militantes de partidos e as forças policiais.
Pelo noticiário, pelo menos um membro da PM de
São Paulo teria sido visto quebrando com pesada pedra o pára-brisa da própria
viatura, e um fuzileiro naval detido, durante a frustrada invasão do prédio do
Itamaraty.
Finalmente,
há três dias, algumas centenas de manifestantes mascarados dos Black Blocs
partiram mais uma vez para a violência, quebrando 13 agências bancárias na
Avenida Paulista. A arruaça contribuiu para paralisar a cidade com engarrafamento de dezenas de quilômetros.
Estranhamente,
embora ocorrida em São Paulo, a manifestação de sexta-feira estava dirigida
principalmente contra o Governador Sérgio Cabral, do Rio de Janeiro.
Compreende-se que o Governador Sérgio Cabral, com apenas 12% de aprovação nas
últimas pesquisas, não esteja vivendo, neste momento, uma fase de grande
simpatia por parte do público.
Mas,
com certeza, não é mero fruto do acaso ter sido ele o primeiro dirigente
político a merecer manifestações contrárias fora de seu estado, e ao mesmo
tempo, ter sido o primeiro governador a
designar uma Comissão Especial para investigar os atos de vandalismo que
têm ocorrido no Rio de Janeiro.
O Jacobskind também falou sobre o assunto:
ResponderExcluirhttp://www.diretodaredacao.com/noticia/mentira-grosseira-para-desviar-atencao
Prezado Santayana,
ResponderExcluirComissão esta fundada em medidas ilegais e designada a cometer ilegalidades contra os cidadãos do estado do Rio de Janeiro. Parece-me que o governador Sergio Cabral é o principal fomentador de toda esta situação por que passa o estado. Cabe a ele, sim, e somente a ele, toda a sorte de desordens e mal-estar por que passamos. Grato por sua atenção, Marco Aurélio