Espionar os eventuais inimigos é
uma prática universal, desde que se desenharam as fronteiras políticas. Os
espiões têm que ser recrutados com extremo cuidado, a fim de que se garanta a
sua lealdade. Ainda assim, os riscos são imensos, porque não há só a
espionagem; existe também a contra-espionagem. Por isso mesmo, o mais famoso
agente-duplo do mundo, o britânico Harold Russel Kim Philby, que chefiava uma das seções mais poderosas do MI6, era
também o chefe da espionagem soviética no Reino Unido. Philby deu um sério
conselho aos jovens que sonham com o romantismo e as emoções da espionagem:
trabalhassem sempre por dinheiro, porque nunca saberiam a quem estariam
realmente servindo.
Contratar empresas privadas para
cuidar da segurança nacional pode ter sido a principal “lambança” de
Washington, mas não foi a única. E contratar exatamente a Booz Allen pode ter
contribuído para que a lambança fosse ainda maior, já que, a veracidade e a importância
das informações recolhidas não devem ter sido de muita ajuda à Agência Nacional
de Segurança dos Estados Unidos.
Por falar nisso: há alguns anos, essa mesma
Booz Allen, que levou 25 milhões de dólares do governo Fernando Henrique, para
identificar “os gargalos” regionais que impediam o desenvolvimento do país, foi
encarregada de planejar a reforma do Serviço de Promoção Comercial do Itamaraty.
A empresa apresentou o seu projeto, seguido à risca pelo governo: reduzir ao
máximo os funcionários contratados e as atividades do setor, de forma a
eliminá-lo, na prática. Seguramente essa conclusão interessava aos EEUU. As
embaixadas e os consulados americanos, pelo mundo a fora, têm duas tarefas
primordiais: espionar e exercer o seu papel de braço avançado do comercio
exterior e no apoio às suas multinacionais.
A obsessão norte-americana pelo
controle do mundo, mediante seus agentes, e da corrupção de servidores públicos
dos países periféricos, torna seus serviços de inteligência altamente
vulneráveis. É impossível fiar-se na fidelidade de trinta e cinco mil pessoas, entre
servidores de carreira e pessoal contratado, no caso, pela Booz Allen, para
colher informações e propor providências ao poder executivo.
Sabemos, agora, que somos dos países
mais vigiados pelos norte-americanos. Aos nossos protestos, eles respondem com
a mesma cantilena: irão entender-se com
os “parceiros e aliados” mediante os canais diplomáticos usuais.
Diante dos fatos, cabe-nos agir com
lucidez e a urgência. Se é impossível blindar as comunicações eletrônicas,
vulneráveis aos hackers, oficiais ou não, e a satélites espiões, devemos, pelo
menos, criar sistema autônomo para as
comunicações oficiais brasileiras. Devemos fortalecer com rapidez a nossa
Telebrás. É necessário adquirir, de fornecedor confiável (melhor seria se fosse
de um dos Brics), sistemas de satélites próprios, de rádio e cabo nossos, que
sejam operados por oficiais brasileiros.
É em momentos como estes que vê-se a falta que faz uma emprezsa estatal de telecomunicações própria. Essa companhia existe, e se chama Telebras, mas não se permite que ela concorra diretamente no mercado e ela tem sido constantemente sabotada pelos interesses que defendem as multinacionais que exploram, com péssimos serviços e preços altíssimos, o mercado brasileiro de telecomunicações. Havia uma subsidiária da Telebras que cyuidava dos nossos satélites, a Embratel, que foi entregue, em outra grande lambança, ao mexicano Carlos Slim. A Telebras , como telecom, foi esquartejada, e seu mercado entregue aos estrangeiros.
É em momentos como estes que vê-se a falta que faz uma emprezsa estatal de telecomunicações própria. Essa companhia existe, e se chama Telebras, mas não se permite que ela concorra diretamente no mercado e ela tem sido constantemente sabotada pelos interesses que defendem as multinacionais que exploram, com péssimos serviços e preços altíssimos, o mercado brasileiro de telecomunicações. Havia uma subsidiária da Telebras que cyuidava dos nossos satélites, a Embratel, que foi entregue, em outra grande lambança, ao mexicano Carlos Slim. A Telebras , como telecom, foi esquartejada, e seu mercado entregue aos estrangeiros.
Há outro fato, da mesma ou de maior
gravidade: os Estados Unidos mantiveram (ou ainda mantêm?) sistema de
rastreamento das comunicações de satélites em Brasília, ao que se informa sem o
conhecimento das autoridades brasileiras.
De passo em passo, de desastre em desastre, a
credibilidade dos Estados Unidos despenca. Eles continuam a ser temidos. Mas
deixaram de ser confiáveis, até mesmo para seus aliados.
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Um comentário:
temos que ter o devido cuidado com os americanos pois para atender seus interesses, não se importam se vão morrer inocentes, exemplo< A DITADURA NA AMERICA LATINHA. financiada por eles.
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