(JB)- Católicos ou não, cristãos ou não, somos chamados a
crer na esperança, que o papa Francisco nos traz, com seu discurso renovador. A
Igreja, como instituição, pode até mesmo encarnar as palavras de seu Chefe como forma de recuperar o seu poder profético,
abalado pelas vicissitudes conhecidas. Mas a Humanidade, em seu instinto de
permanência, deverá acatá-las como outra oportunidade de renovar a eterna
aliança entre os homens e o Absoluto.
O que o Papa vem dizendo em público – e
ele falou de forma descontraída com os jornalistas, enquanto voava rumo ao Rio
– é simples. O hedonismo, o amor ao dinheiro e ao lucro, o desperdício, estão
sepultando a História. Ao perder seu passado, o homem perde o seu futuro. Há,
em nosso tempo, e com a dissolução da família, o desprezo pelos jovens e pelos
velhos.
Os robôs, como se sabe, substituem os moços, nos processos
industriais que produzem para o descarte e o desperdício. Os velhos são vistos
como trastes imprestáveis, que necessitam de cuidados caros. Mas, conforme o
Papa, de sua experiência e saber depende a sobrevivência de todos.
A situação é ainda mais grave do que em
1962, quando se reuniu o Concílio do Vaticano II, convocado pelo Cardeal
Roncalli. O novo pontífice substituía Pio XII, acusado de haver sido protetor
de Hitler em seu tempo de arcebispo de Munique – ao contrário de seu
antecessor, Pio XI, que mandou apagar as luzes do Vaticano na noite em que o
ditador alemão pernoitou em Roma.
Roncalli era um homem de fé e simples em
sua vida pessoal - um traço em comum com o argentino Bergoglio - disposto a
restaurar alguns princípios cristãos, abandonados pela Igreja ao longo dos
séculos. Infelizmente, a sua influência, ainda que poderosa, sobre o Concílio,
durou pouco. Tendo aberto o encontro em 11 de junho, morreu menos de um ano
depois, em 3 de junho do ano seguinte.
É interessante cotejar a pregação do
Pontífice com as declarações do presidente do Banco Mundial, o sul-coreano Jim
Jong Kim, que defende, com veemência, a globalização neoliberal e os cortes nos
orçamentos sociais dos Estados. Isso, ao mesmo tempo em que a Security and
Exchange Comission norte-americana autoriza os bancos a comprar, estocar e
vender mercadorias como o alumínio, o cobre, o ouro e outros metais. Os bancos
passam, assim, a exercer o monopólio mundial dos metais, ditando os preços ao
seu arbítrio.
Já podemos prever o destino do mundo, se
não ouvirmos a mensagem cristã, que Francisco reafirma nessa sua viagem ao
Brasil, depois de haver visitado o porto de Lampedusa, porta de entrada, na
Europa, dos flagelados pela miséria na África, que chegam em botes frágeis. O Papa deixou claro,
ali, que não há fronteiras diante do
direito à vida.
Católicos ou não, cristãos ou não, somos chamados a crer na
esperança, que o papa Francisco nos traz, com seu discurso renovador. A Igreja,
como instituição, pode até mesmo encarnar as palavras de seu Chefe como forma de recuperar o seu poder profético,
abalado pelas vicissitudes conhecidas. Mas a Humanidade, em seu instinto de
permanência, deverá acatá-las como outra oportunidade de renovar a eterna
aliança entre os homens e o Absoluto.
O que o Papa vem dizendo em público – e
ele falou de forma descontraída com os jornalistas, enquanto voava rumo ao Rio
– é simples. O hedonismo, o amor ao dinheiro e ao lucro, o desperdício, estão
sepultando a História. Ao perder seu passado, o homem perde o seu futuro. Há,
em nosso tempo, e com a dissolução da família, o desprezo pelos jovens e pelos
velhos.
Os robôs, como se sabe, substituem os moços, nos processos
industriais que produzem para o descarte e o desperdício. Os velhos são vistos
como trastes imprestáveis, que necessitam de cuidados caros. Mas, conforme o
Papa, de sua experiência e saber depende a sobrevivência de todos.
A situação é ainda mais grave do que em
1962, quando se reuniu o Concílio do Vaticano II, convocado pelo Cardeal
Roncalli. O novo pontífice substituía Pio XII, acusado de haver sido protetor
de Hitler em seu tempo de arcebispo de Munique – ao contrário de seu
antecessor, Pio XI, que mandou apagar as luzes do Vaticano na noite em que o
ditador alemão pernoitou em Roma.
Roncalli era um homem de fé e simples em
sua vida pessoal - um traço em comum com o argentino Bergoglio - disposto a
restaurar alguns princípios cristãos, abandonados pela Igreja ao longo dos
séculos. Infelizmente, a sua influência, ainda que poderosa, sobre o Concílio,
durou pouco. Tendo aberto o encontro em 11 de junho, morreu menos de um ano
depois, em 3 de junho do ano seguinte.
É interessante cotejar a pregação do
Pontífice com as declarações do presidente do Banco Mundial, o sul-coreano Jim
Jong Kim, que defende, com veemência, a globalização neoliberal e os cortes nos
orçamentos sociais dos Estados. Isso, ao mesmo tempo em que a Security and
Exchange Comission norte-americana autoriza os bancos a comprar, estocar e
vender mercadorias como o alumínio, o cobre, o ouro e outros metais. Os bancos
passam, assim, a exercer o monopólio mundial dos metais, ditando os preços ao
seu arbítrio.
Já podemos prever o destino do mundo, se
não ouvirmos a mensagem cristã, que Francisco reafirma nessa sua viagem ao
Brasil, depois de haver visitado o porto de Lampedusa, porta de entrada, na
Europa, dos flagelados pela miséria na África, que chegam em botes frágeis. O Papa deixou claro,
ali, que não há fronteiras diante do
direito à vida.
Reagir, enquanto é tempo, e em todos os
lugares do mundo, é a única forma de salvar a espécie.
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