(HD)-A visita do papa Francisco o Brasil foi, mais do que um encontro de católicos, uma festa cristã, tendo em vista a pregação do Pontífice. Francisco vem com a promessa da paz que se funda na igualdade, a mesma igualdade que Cristo pregou ao longo de sua vida, até mesmo no fel do martírio. Em razão disso houve eminentes pastores que viram, na visita, um benefício a todos os cristãos, pois, que têm um inimigo comum no mundo: o materialismo que sustenta a opressão de povos inteiros pelos donos do dinheiro.
Wojtyla e seu conselheiro teológico
Ratzinger perseguiram mais de 500 teólogos católicos, e condenou o brasileiro
Leonardo Boff ao silêncio. Agora, segundo se informa, o novo papa deseja receber
Boff, tão logo conclua a reforma da Cúria Romana. É interessante registrar o esforço inútil de
alguns comentaristas políticos, alinhados com o pensamento de direita em nosso
país, em desnaturar o discurso de
Francisco, reduzindo a visita a uma simples busca da juventude que revitalize a
Igreja em momento de crise histórica. Ora, o sentido evangelizador de sua
prédica é reconhecido pelos principais jornais do mundo – e pelos próprios porta-vozes
do Vaticano.
A mensagem cristã do Cardeal Bergóglio
não pode ser mais cristalina. Ele condena o mundo do hedonismo e da exclusão. O
mundo e, nele, a vida, é um dom divino para o usufruto de todos, e não só de
alguns. Os pobres não são pobres por vontade de Deus, mas porque a isso são
condenados pelos ricos e poderosos. E sem que os ricos deixem de ser exagerados
em sua riqueza, os pobres serão sempre pobres.
Quando os apóstolos ergueram sua
primeira comunidade cristã – a Igreja do Caminho – ao exigir de todos a
renúncia aos bens pessoais, construíram o germe do que poderá vir a ser, um
dia, a civilização da solidariedade e radical igualdade – o Reino de Deus na
Terra.
Ora, o discurso extremo dos poderosos é
simples. Os recursos da Natureza não bastam para levar os cinco bilhões de seres
humanos ao padrão de consumo promovido pela tecnologia. O ideal, segundo seus
cálculos, seria dizimar a população, reduzi-la a 500 milhões de pessoas. Embora
disponham de meios técnicos para isso, o projeto parece inviável. É impossível
admitir que noventa por cento dos seres humanos estejam dispostos a esse
holocausto. Eles reagirão, e nova
civilização poderá surgir, com outra forma de convivência, na igualdade
proposta pela vida e pelo testemunho de sangue que nos deixou o homem de
Nazaré.
O Papa irá confrontar-se com uma
resistência poderosa. Contra ele se levantam os setores mais conservadores da
Igreja que, coincidentemente, estão comprometidos com os prelados corruptos e
corruptores, com os lavadores de dinheiro via Banco do Vaticano, e outros
aproveitadores. Mas, também e principalmente, com os donos do mundo e os
governos que controlam, no mundo inteiro. Ele só poderá contar com Deus – e com
os homens justos - para levar sua Igreja
adiante, em um mundo melhor.
Um comentário:
Excelente artigo de Mauro santayana.
Como mesmo disse o Papa: faz mais barulho uma árvore que cai na floresta que milhares que crescem em silêncio. O Papa com sutileza foi na veia e apontou o mercado; o sistema financeiro e lucro a qualquer custo como pano de fundo de todos os males condenando bilhões de pessoas à miséria; ao desemprego e à desagregação familiar e social. Dentro da Cúria e fora tem muita gente boa e espero que possamos fazer a reforma para o bem da humanidade. Parabéns Santidade que nos ganhou com sua humildade, pobreza e simplicidade.
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