28 de nov. de 2013

OS CARROS E OS TANQUES.



(JB) - Segundo informações do governo, a balança comercial apresentou déficit de US$ 1,350 bilhão na quarta semana de novembro.

Foram US$ 4,151 bilhões de exportações e US$ 5,501 bilhões em importações. No acumulado do ano, a balança apresenta um déficit de US$ 1.455 milhões.


Os dados se explicam pela queda na  venda de produtos manufaturados, mas também pelo aumento das importações, com destaque para combustíveis e lubrificantes.


Enquanto isso, piora a situação da Petrobras, com o adiamento, agora para esta semana, da discussão sobre a implantação de um sistema de reajuste automático de combustíveis, que ficou  para quinta-feira.


Em meados deste ano, a estatal tinha um prejuízo de 700 milhões de dólares por mês com a importação de combustíveis, que está sendo coberto com a venda de ativos. E o governo resiste a mudar essa situação, com receio de criar um novo indexador que poderia colocar em risco o controle da inflação.


Segundo a ANP, apesar do saldo negativo no comércio de gasolina com outros países, o país continua autossuficiente em óleo e derivados, já que as exportações de petróleo bruto compensam as importações de petróleo leve, e também da própria gasolina.


Mas isso não resolve o problema das trocas nacionais com o exterior. As exportações de manufaturados têm caído, não apenas pela questão cambial, mas também devido aos efeitos da crise internacional em outros países - principalmente da Europa e da América do Sul.


Cada dólar economizado na compra de combustíveis no exterior, evita a necessidade de conseguir divisas para pagar essas importações, e melhora, em consequência, a situação da economia nacional.


O atraso na construção das novas refinarias indica que não está próxima a solução desse problema. Se tudo der certo, a Abreu e Lima, em Pernambuco, com 280.000 barris de capacidade, ficará pronta em 2014.


Mas o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro só entrará em produção em 2016, e as refinarias do Maranhão e do Ceará, apenas em 2017 e 2018.


Considerando-se a pressão da imprensa financeira internacional e das agências de rating sobre o Brasil, em temas como o cálculo da dívida interna, o balanço de pagamentos, e a questão fiscal, pode ser tarde demais.


Urge, portanto, buscar a substituição de combustíveis importados, por fontes nacionais, e se, possível, renováveis, para a frota de automóveis, que cresceu aceleradamente nos últimos anos.


Enquanto importamos gasolina, mandamos etanol para o exterior.


Informações do setor de açúcar e álcool dão conta de que as exportações desse combustível devem continuar consistentes neste segundo semestre, favorecidas pelo câmbio, com o dólar entre R$ 2,20 e R$ 2,30.


No primeiro semestre, o Brasil exportou 710 milhões de litros de combustível para os EUA, com crescimento de mais de 100% ante o primeiro semestre do ano passado.   


Um dos caminhos que eventualmente poderiam ser trilhados seria achar uma forma de subsidiar, marginalmente, a venda desse combustível no mercado interno, para que ele ficasse no Brasil, e se voltasse a investir no aumento da produção.


É mais barato, para o país, gastar reais para aumentar a oferta de álcool nacional, do que arranjar dólares para trazer gasolina do exterior.


Outra solução seria investir em maior eficiência energética, e em outras fontes renováveis de origem nacional.


Na semana passada, o executivo brasileiro Carlos Ghosn, presidente mundial do grupo Renault-Nissan, criticou publicamente a demora nas negociações sobre a criação de uma política de incentivo para carros híbridos e elétricos no Brasil.


Já que não dá para aumentar a produção de combustíveis de um dia para o outro, é preciso fazer com que os carros rodem mais quilômetros com menos combustíveis fósseis, ou possam, eventualmente, deles prescindir.


Em declarações para mais de uma centena de jornalistas de todo o mundo no Salão Internacional de Tóquio, Ghosn declarou que há “falta de interesse” do governo brasileiro para resolver a questão.           


Para ele, apesar das declarações e da alusão à necessidade de menor emissão de poluentes, não se cogita investir em uma rede de recarga de veículos ou mobilizar o consumidor para o uso de carros elétricos.


O que ocorre com a frota particular de automóveis também se estende para o transporte público de passageiros.


Nos programas de mobilidade estabelecidos para a Copa do Mundo, não se programou o uso de ônibus movidos a gás ou a etanol, quando isso já é comum em outras cidades do mundo, e a tecnologia está amplamente disponível.


Nem a adoção, ainda que experimental, de ônibus a hidrogênio, como os desenvolvidos pela COPPE do Rio de Janeiro.


Seria recomendável pensar sinergicamente nessa questão, analisando todas as alternativas, para estabelecer uma política nacional de combustíveis que leve em consideração as características de cada região.


Só assim poderemos começar a nos livrar da dependência estrangeira e da ameaça de maiores déficits comerciais nos próximos anos.       


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25 de nov. de 2013

O VILÃO NA PLATEIA



(HD) - Espera-se que a virtual conclusão do processo da Ação – 470 sirva, ao menos, para abrir caminho para a investigação e apuração de outros casos, mais antigos ou mais recentes, de todos os tipos, lugares e tamanhos, que estão à espera de serem investigados e julgados pela justiça.
Em vez de se transformarem em espetáculo, a freqüentar de forma quase monocórdica as páginas da grande imprensa, seria melhor, para o país, que a apuração e o julgamento desses crimes se despisse do caráter de reality show que tem adquirido em certos casos, para se transformar em coisa banal e corriqueira.
Mais em uma regra do que na exceção,  superdimensionada e midiática, a que temos assistido nos últimos meses.
Primeiro porque, os tribunais, em geral se cuidam. Não desejam se transformar em palanque para quem quer que seja. Noblesse oblige – a lógica faz com que se espere deles tanto mais equilíbrio, dignidade e rito, quanto mais alta for a instância que representem.
Em segundo lugar, porque o combate à corrupção deve ser feito respeitando-se as regras constitucionais, e a essência institucional do Estado de Direito.
Dar à população, por meio de certas instituições – e de parcela da imprensa - a impressão de que a Nação é uma República de Bandidos, absolutamente inviável, do ponto de vista moral ou administrativo, não ajuda, a médio e longo prazo, a nenhum partido ou homem público, seja qual for sua orientação política ou o lado que ocupa da balança.
Toda campanha que substitui a informação pelo ódio e a ignorância, nivela, por baixo, a todos, sejam eles gregos ou troianos. Trata-se de uma faca de dois gumes, que só fortalece aos que se apóiam em sua frustração, individual ou coletiva, para pregarem a violência e a derrubada das instituições.
Os nazistas da pequena burguesia não esclarecida e do lúmpem proletariado, também enfiavam todos os “políticos” no mesmo saco. Desprezavam a República de Weimar e a democracia. Invadiam restaurantes para hostilizar deputados em que haviam votado antes, ou espancar aqueles a quem não haviam dado seu voto.
Depois, quando acabaram com as eleições e com quem defendia a democracia, mandando-os para o cemitério ou a cadeia, passaram para a pura e simples aclamação de seu líder - levantando, com sonoros Heil Hitler!   sua mão para cima - e para o covarde genocídio de seus outros inimigos, aos milhões, em campos de extermínio.
A lei existe. Basta que se cumpra, com determinação e equilíbrio, para que se combata a corrupção no Brasil. Para que se melhore o país, não é preciso acabar com o voto obrigatório, com as urnas eletrônicas, com o Congresso, com a democracia, ou com os “políticos”, como já tem gente – fascinada pela teatralização do óbvio – defendendo, por aí, abertamente.
Vamos, todos, devagar com o espetáculo. É preciso tomar cuidado. Às vezes, o vilão se esconde na platéia. 

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O BRASIL, OS EUA E A ESPIONAGEM ELETRÔNICA – O JOGO CONTINUA.


(JB) - Como o jogador de xadrez que usa todo o terbelho em busca de uma simplificação positiva que possa levá-lo a fortalecer-se na finalização, o Brasil parece ter se recuperado da divulgação das ações de espionagem da ABIN de há 10 anos, e avança, com paciência e determinação, na batalha que move contra os EUA e seus aliados na espionagem eletrônica, no âmbito da internet.
Esta semana, três movimentos foram executados nesse sentido.
O primeiro tem o objetivo de atrair o adversário para o interior de nossas linhas.
Os dois outros correspondem ao deslocamento de nossos bispos para os flancos, com a visita do Chanceler Luiz Alberto Figueiredo, ontem, a Moscou e a presença do Ministro da Defesa, Celso Amorim, na terça-feira, em Buenos Aires.
Os Estados Unidos foram formalmente convidados pelo Governo Brasileiro, para a Conferência que será realizada em abril de 2014, em São Paulo, da qual participarão vários países e instituições internacionais, para discutir uma nova governança para a internet.
Chamando os EUA, o Brasil que dar a entender que a reunião não se fará “contra” os Estados Unidos. Mas está claro que Washington será o principal alvo dos países participantes do encontro.
Em Moscou, o Chanceler Luiz Alberto Figueiredo reuniu-se com seu homólogo russo, Serguei Lavrov, para tratar também do tema – a Rússia também foi convidada – em, em declarações conjuntas, os dois países manifestaram sua preocupação com a quebra de sigilo rotineiramente praticada pelas agências de espionagem norte-americanas.
Simultaneamente, Celso Amorim reuniu-se em Buenos Aires com o Ministro da Defesa argentino, Agustin Rossi, para o estabelecimento de um Acordo Bilateral de Defesa Cibernética.
Rossi pretende visitar pessoalmente o Centro de Comunicações e Guerra Eletrônica do Exército, em Brasília. Militares argentinos serão também enviados ao Brasil, e técnicos brasileiros farão apresentações sobre o tema, no Instituto Universitário do Exército Argentino, em Buenos Aires.
Amorim afirmou que o assunto deve ser tratado na próxima reunião do Conselho de Defesa da América do Sul, e o Ministro da Defesa argentino ressaltou a necessidade dos países da UNASUL – União das Nações Sul-americanas, estabelecerem uma estratégia comum e conjunta de Defesa na área cibernética.
No dia primeiro de novembro, Brasil e Alemanha já haviam apresentado na ONU, iniciativa voltada para a criação de nova arquitetura de controle da internet.
Ontem, Brasil e Rússia também abordaram o tema na reunião de Moscou, e o Ministro das Relações Exteriores russo reafirmou o apoio de seu país ao projeto teuto-brasileiro.
Segundo Figueiredo, os Estados Unidos estão tentando frear a iniciativa apresentada por Berlim e Brasília. A intenção é modificar o texto do projeto de forma a que cada nação tivesse a responsabilidade de assegurar o direito ao sigilo das comunicações apenas de seus próprios cidadãos.
Dessa forma, as agências de espionagem norte-americanas continuariam livres para vigiar e invadir comunicações eletrônicas de qualquer pessoa, fora dos Estados Unidos. 

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20 de nov. de 2013

O JÚBILO E A HIPOCRISIA


(JB) - O Ministro Joaquim Barbosa escolheu a data de 15 de novembro, Proclamação da República, para ordenar a prisão e a transferência para Brasília, em pleno feriado, e sem carta de sentença, de parte dos réus condenados pela Ação-470.
O simples fato de saber que os “mensaleiros” - como foram batizados pela grande mídia - viajaram algemados e em silêncio; que estão presos em regime fechado, tomando banho com água gelada, e comendo de marmita, encheu de regozijo parte das redes sociais.
É notável o ensandecido júbilo, principalmente nos sites e portais frequentados por certa minoria que se intitula genericamente de “classe média”, e se abriga nas colunas de comentários da mídia mais conservadora.
Parte da população, a menos informada, é levada a comemorar a prisão do grupo detido neste fim de semana como se tratasse de uma verdadeira Queda da Bastilha, com a ida de “políticos” “corruptos” para a cadeia.
Outros, menos ingênuos e mais solertes, saboreiam  seu ódio e tripudiam sobre cidadãos condenados sob as sombras do “domínio do fato”, quando sabem muito bem que  dezenas, centenas de corruptos de outros matizes políticos - alguns comprovadamente envolvidos com crimes cometidos anos antes desse processo – continuam soltos, sem nenhuma perspectiva de julgamento.
Esses, para enganar os incautos, já anteveem a queda da democracia. Propõem a formação de grupos de “caça aos corruptos”, desde que esses  tenham alguma ligação com o governo. Sugerem que cidadãos se armem. Apelam para intervenções golpistas. Torcem para que os presos de ontem, que estejam doentes morram, ou que sejam agredidos por outros presos. 
Ora, não existe justiça sem isonomia. Já que não se pode exigir equilíbrio e isenção de quem vive de manipular a opinião pública, espera-se que a própria população se manifeste, para que, na pior das hipóteses, o furor condenatório e punitivo de certos juízes caía, com a sutileza de um raio lançado por Zeus, sobre a cabeça de outros pecadores.
Há casos dez, vinte vezes maiores, que precisam ser investigados e julgados. Escândalos que envolvem inclusive a justiça de outros países, milionários e recentes ou que se arrastam desde a época da aprovação do instituto da reeleição - sempre ao abrigo de gavetas amigas, ou sucessivas manobras e protelações, destinadas a distorcer o tempo e a razão, como se estivéssemos em órbita de um buraco negro.

Seria bom, no entanto, que tudo isso se fizesse garantindo o mais amplo direito de defesa, no  exclusivo interesse da Justiça. Ou a justiça se faz de forma equânime, desinteressada, equilibrada, justa, digna e contida, ou não pode ser chamada de Justiça. Este texto foi publicado também nos seguintes sites:


A VOLTA DE JANGO


(HD) - A recepção do corpo do Presidente João Goulart, em Brasília, esta semana, com honras de chefe de Estado, é um importante passo para a consolidação e o fortalecimento da democracia em nosso país.
Ao contrário do que muitos pensam, Jango nunca foi comunista. Fiel seguidor do Presidente Getúlio Vargas, ele era, pelo contrário, filho de uma rica família de fazendeiros gaúchos, que aprendeu, com Getúlio a se preocupar com as condições de vida dos mais pobres.
Foi levado, pela história, a assumir o Brasil em um momento difícil – criado pela irresponsável renúncia do Presidente Jânio Quadros. Ele sabia que o país não iria progredir se não fizesse várias reformas que ainda hoje estão pendentes, como a própria reforma agrária.
Foram os mesmos golpistas que mataram Getúlio – levando-o a suicidar-se, com um tiro no coração, em 24 de agosto de 1954, no Palácio do Catete - que derrubaram Jango dez anos depois, com o Golpe Militar de 1964.
Antes, já haviam tentado impedir a eleição e o extraordinário governo de Juscelino Kubitscheck de Oliveira.  Carlos Lacerda dizia aos militares golpistas – é preciso ressalvar que muitos militares defendiam a democracia e pagaram caro por isso mais tarde – que JK não podia se eleger. Se eleito, não podia tomar posse. E se tomasse posse tinha que ser derrubado.
Se isso tivesse acontecido, não existiriam  hoje Brasília, nem as grandes rodovias, nem grandes hidroelétricas, nem a indústria automobilística, conquistas alcançadas por JK em um governo totalmente democrático, que resistiu a várias tentativas de golpe, como a “Crise de Novembro” ,  Jacareacanga e Aragarças.
Pressionado pela necessidade imperiosa de mudar o país, mas também pela constante sabotagem dos golpistas - esses dirigidos e apoiados por uma potência estrangeira, os EUA – que não aceitavam um projeto independente e soberano de desenvolvimento para o Brasil - Jango finalmente foi derrubado.
Uma frota norte-americana já se aproximava das costas brasileiras, para, se necessário, desembarcar tropas para ajudar os golpistas, caso houvesse resistência, organizada, de início, por corajosos chefes militares que depois tiveram de render-se.
Antes disso, em sua Carta Testamento – na qual denunciava as forças e interesses nacionais e internacionais que se organizavam contra o Brasil – Getúlio Vargas afirmou, dirigindo-se ao povo brasileiro:
Eu vos dei a minha vida. Agora vos ofereço a minha morte. Nada receio. Serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na História.”
Esta semana, em Brasília, Jango entrou mais uma vez para a história, agora com a pompa, as circunstâncias e as honras que lhe cabem como ex-Presidente da República e um dos principais líderes de nosso país no século XX.
São Borja que nos desculpe, mas seu corpo – assim como de outros presidentes que lutaram pela  liberdade e o estado de direito - deveria ficar na Capital da República, no Panteão da Liberdade e da Democracia.

18 de nov. de 2013

EUGENIA ZERBINI, O MILITAR NACIONAL E AS "VIÚVAS" DA TORTURA




(JB) - “Quantos destes terroristas vão responder pelos crimes praticados???? Já sei, a comissão vai mandar para Roma, para ver se o Papa Francisco encaminha a Beatificação dos mesmos ainda em vida... esta corja já deveria ter sido exterminada da crosta terrestre. A anistia só serviu para cobrir os erros destes marginais”.


- “É só aparecendo vítima agora, tudo mentindo, pra ver se ganham um dinheirim desse governo, tô com vontade de dizer q fui violentado também, será que vale pelo menos uns 300 mil ?”



- “Mais uma qualquer querendo aparecer. Mais uma descarada querendo o dinheiro publico, tinha que ser advogada mesmo, mentirosa cara de pau !!!!”


- “Não acredito. Acredito sim, que é apenas mais uma querendo entrar nas polpudas indenizações que este governo está brindando aos seus seguidores. That's it!”


- “Quanto a comissão pagará de indenização pelo depoimento ?”


- “Como saber o que é verdade? Não existem mitômanos e outros casos clínicos que usam da mentira como como forma de se projetar ou de aplacar sua ansiedade? Um país assim, com uma comissão que parece saída de um livro de Orwell ( que tinha o ministério da verdade encarregado das mentiras oficiais) é para ser levado a sério? Lamentavel.”



- “Se isso aconteceu, ela deverá dar todos os detalhes. Quem estava lá no momento, onde, como. Tudo é parte de investigação. Mas a história tem falhas. Uma menina de 16 anos, filha de general, vai sozinha visitar a mãe na cadeia? Naquelas circunstâncias fica difícil de acreditar.”


- “Agora até um mendigo qualquer que se prontificar a dar um depoimento na comissão da mentira vai ser ouvido e ganhar uma graninha..........”


- “Mais uma bolsa ditadura na nossa conta...”


- “Todo mundo quer ser vitima da ditadura, afinal se ganha dinheiro com isso. Acho que deveríamos instalar uma comissão para reparar os danos de opressões sofridas na Inconfidência Mineira, Confederação do Equador, Guerra dos Farrapos, Sabinada, Guerra de Canudos, etc, etc, etc. Um país com os problemas do Brasil dedicar tempo e dinheiro para discutir uma violência ocorrida a 40 anos é um exercício psicanalítico que nem Freud explica.”

- “Sabem como morreu Jesus Cristo? Foi torturado e crucificado pela ditadura. Todo mundo querendo ganhar um trocado.”

- “Enquanto tiver grana para rolar, a história vai longe.”


- “Querendo dinheiro facil, do povo!!! depois de 43 anos? fala serio.toma vergonha na cara...e vai trabalhar!!”

- “Mais uma que vai embolsar uma polpuda indenização, que nós, os trouxas pagamos para esse pessoal que quis transformar o Brasil em uma Cuba.”

Prezado leitor, as “elevadas” e “construtivas” reações acima, retirados do UOL, reproduzem algumas reações de hitlernautas a propósito da denúncia feita pela advogada Eugenia Zerbini, à Comissão da Verdade, de que teria sido estuprada na sede da OBAN, em São Paulo, ao levar pertences para sua mãe, quando esta esteve presa no local, por oito meses, em 1970.  
Elas chamam a atenção, não apenas por serem preconceituosas e burras – Eugenia Zerbini é filha de general e bem sucedida executiva do mercado financeiro, e já foi Vice-Presidente do Citybank, em Nova Iorque, e não está pleiteando qualquer tipo de indenização – mas por tentar “linkar” as Forças Armadas com a tortura. 
Isso, quando se sabe que pouquíssimos militares das três forças se envolveram nesse processo, e que, nos centros semiclandestinos em que se cometiam esses crimes havia desde a banda podre da polícia civil e militar, até médicos, informantes e sádicos de toda a espécie, que se aproveitavam do regime e da impunidade para cometer seus crimes.  
Uma das táticas mais manjadas dos hitlernautas, nos últimos tempos, e da direita antidemocrática, em seus redutos virtuais, tem sido a de tentar jogar os militares  profissionais brasileiros contra o resto do país, como se eles se confundissem com os torturadores do regime militar.
O negócio é dar a impressão que as Forças Armadas  compactuaram e defendem os canalhas que, muitas vezes, sem nenhum vínculo com a Marinha, o Exército, a Aeronáutica, estupraram, torturaram e mataram,  protegidos pelos muros dos porões, homens e mulheres já dominados e desarmados, sem nenhuma chance de  defesa.
À sua frente, não estavam perigosos “terroristas”, mas, em sua imensa maioria - como aconteceu com a família Zerbini - estudantes secundaristas e universitários, médicos, militares, advogados e jornalistas, que, como Vladimir Herzog, ou Rubem Paiva, nunca tinham empunhado uma arma em sua vida, a não ser a sua caneta, a sua mente, a sua palavra.
Eram presos na rua, desarmados e sem resistência, encontrando-se com amigos e colegas, ou apanhados em suas casas, na calada da noite, como se sequestrados tivessem sido por vulgares bandidos. E muitos passaram pela tortura e foram assassinados sem ter nenhuma orientação ou militância política, mas apenas pelo fato de serem parentes ou amigos de quem estava sendo perseguido. 
O militar é o cidadão fardado. Ele é pai, ele é filho, ele é irmão. O militar não compactua com estupro, com a primazia da força sobre a justiça, com agredir covardemente o inimigo desarmado, imobilizado, sem reação. O militar não preza o porão, o instinto animalesco da tortura, o ódio desatado e perverso do psicopata que tem o poder na mão. 
O militar brasileiro preza o campo de manobras, a bandeira da Pátria desfraldada ao sol, o avanço dos tanques e da infantaria, a “Selva!” profunda da Amazônia, o vento que sustenta o corpo do paraquedista em queda livre, que bate no rosto do marinheiro no convés da fragata ou da corveta, na pista do porta-aviões ou na torre do submarino, ainda molhado, que acabou de emergir.
O militar brasileiro honra seu uniforme, tem - desde a escola e a academia - orgulho de participar de se perfilar e desfilar com seus companheiros de arma, mas não se sente diferente, nem superior.  Ele toma sua cerveja, gosta de assar uma carne, passeia com a família, frequenta a igreja, o cinema, leva o filho ao futebol e, de dois em dois anos, comparece à sua Seção Eleitoral,  exercendo, como qualquer brasileiro – seu pai, seu irmão, seu sobrinho, seu avô - o direito que tem de influenciar e decidir, pelo voto secreto e universal, o destino de sua cidade, de seu estado e de seu país.
Ele obedece à sua consciência de cidadão, e não dá ouvidos às sinuosas e interesseiras serpentes que - na internet, ou solertemente introduzidas dentro dos quartéis - querem enganá-lo e subverter a sua opinião. Por isso, o militar brasileiro típico não se mete com política. Porque sabe que, depois, quem se beneficia, é quem está por cima, quem quer tomar o poder no grito, arrumar uma boquinha, quem vai meter a mão. 
O militar brasileiro preza o bom combate. A disputa limpa, homem contra homem, guerreiro armado contra seu oponente, o calor da luta, a vitória honrada, fruto da estratégia, do esmerado preparo, da determinação. Ele tem orgulho de defender, contra o soldado estrangeiro, as cores da sua nação.
O militar brasileiro não gosta de porões escuros, cercados por muros, nem de espancar velhos, ou ameaçar crianças, com a metade do seu tamanho. Ele despreza quem usa o uniforme – ou se esconde por trás de outros homens que honram as calças que vestem - para pisar sobre os outros, cometer crimes, massacrar o cidadão.
Suas armas são o blindado da cavalaria, as armas da infantaria, os barcos e submarinos da marinha, o manche e o joystick do avião. 
Os tanques Guarani, os velhos Leopard, Cascavel e Urutú. O AMX modernizado, as novas fragatas da Marinha, o míssil ar-ar A-Darter,  o submarino de propulsão atômica que estamos construindo, o Exocet com motorização nacional. O obus, o lança-granadas, os foguetes Astros, os mísseis da Mectron. Os AK-57, a HK, o M4, das Operações Especiais. Os rifles, as carabinas, os Snipers da IMBEL, forjados em aço brasileiro, que ele sente, ao apertar a coronha e o gatilho no campo de tiro, junto com o bater do acelerado coração.
As armas dos militares brasileiros, do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, não são o choque elétrico, o  chicote, a palmatória, o porrete, a borracha dobrada, o “telefone”, o pau de arara, o estupro,  ameaçar prender e torturar uma mãe, um filho, uma filha, um irmão, não são o terror contra outros brasileiros, ou a intimidação.
Os heróis do Exército, da Marinha, da Aeronáutica, não são aqueles que – sem sequer pertencer às forças armadas - mataram, na covardia e na pancada, brasileiros desarmados e amarrados em porões ilegais e clandestinos ou deram sumiço aos seus corpos nas sombras do terror.
Os heróis do exército, da Marinha, da Aeronáutica, são aqueles que pereceram na defesa das costas brasileiras e na Campanha da Itália, e seus corpos passaram anos ao sol, à neve e à chuva do Cemitério de Pistóia. Eles caíram, lutando digna e honradamente, contra soldados inimigos, e não contra civis, por um pedaço de mar, por um pedaço de céu, por um pedaço de chão.
Os heróis de nossas Forças Armadas deram sua vida pela liberdade e a democracia, no Atlântico e na montanha, em lugares como Monte Castello, Castelnuovo, Montese, Collechio, Fornovo di Taro - onde o Brasil fez quase 15.000 prisioneiros em uma única batalha , obtendo a rendição incondicional do General Ottto Fretter Pico, comandante da 148 Divisão Wermacht, e do General Mario Carloni, comandante da Divisão Bersaglieri Italia, capturando centenas de caminhões e veículos militares, evitando que essa importante força escapasse para a Alemanha.
Os brasileiros que caíram em nossa mais gloriosa guerra, o fizeram porque estavam combatendo o nazismo. Um regime em que não havia voto, e a tortura, o assassinato e o estupro de quem não concordava com a ditadura hitlerista e lutava pela liberdade era moeda corrente. Os nossos pracinhas – cuja memória nunca é demais reverenciar – lutaram para que os brasileiros pudessem, um dia, votar livremente em seu Presidente e livremente expressar suas ideias.      
Eugenia Zerbini não foi estuprada porque sua mãe fosse uma perigosa terrorista. A senhora Therezinha Godoy Zerbini era esposa do General de Exército Euryale de Jesus Zerbini, destituído do comando de sua tropa por ter   honrado seu juramento e resistido com seus homens ao golpe, e  ficado do lado da lei – que manda que o militar obedeça à hierarquia, ao Comandante em Chefe das Forças Armadas, que é o Presidente da República, e à Constituição.
TODO O PODER EMANA DO POVO – e os militares são filhos, irmãos, sobrinhos, netos, do povo brasileiro – E EM SEU NOME DEVE SER EXERCIDO (por meio do voto), diz a Constituição.
Ao contrário do que pensam os hitlernautas do UOL, Eugenia Zerbini não virou líder comunista nem precisa de indenização. Ela fez carreira como alta executiva do setor financeiro e foi Vice-Presidente do Citibank em Nova Iorque.
Dona Therezinha Godoy Zerbini - esposa de um general e cunhada do Dr. Euclides Zerbini, um salvador de vidas, pioneiro dos transplantes de coração no Brasil – fundou o Movimento Feminino pela Anistia, a foi uma das maiores defensoras dessa causa no Brasil. 
Quem estuprou Eugenia naquela tarde, deveria reverenciar a sua família e agradecer a coragem e a determinação de sua mãe. Se não fosse sua luta pela anistia – que beneficiou igualmente a quem foi torturado e a quem torturou – os estupradores de sua filha estariam na cadeia, pagando pelos covardes e desprezíveis crimes que cometeram. 

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ASSALTO NA COPA


(HD) - A revelação de que há hotéis que pretendem aumentar, em mil por cento, o preço da diária no Rio de Janeiro durante a Copa, e que pousadas vão cobrar, no mesmo período, mil reais por dia por pessoa em quarto duplo sem banheiro, é de estarrecer.
Isso, não apenas porque se configura aí um crime de virtual estelionato, mas também porque depõe contra a organização do país - e o caráter do povo brasileiro - em um evento de importância mundial.
Se a isso somarmos outros problemas dá para ver que o turista, durante a Copa, corre o risco de ser visto, como já acontece em datas como o carnaval, como uma espécie de “Peru de Natal”.
No Rio, continuam os problemas com os táxis nos aeroportos, e mesmo com a tabela, tem “motorista” que tenta enganar o passageiro.
Quem quiser passar o fim de ano no Rio e quiser reservar um táxi para busca-lo no aeroporto, descobrirá que há empresas cobrando entre 150,00 e 300,00 reais por uma corrida durante o réveillon.
É a mesma situação dos turistas de cruzeiro, que eventualmente chegam a pagar o dobro do preço normal, quando não mais, para ir do cais do porto para o centro da cidade.
Cartilhas como as que já foram feitas para alertar os turistas são válidas, mas não resolvem o problema. Seria, talvez, a solução,  acabar com as frotas de táxi de um único dono, para que os motoristas de táxi ganhem mais, e aumentar a fiscalização.
O Governo Federal e a Prefeitura tem a obrigação de fiscalizar o que está acontecendo, ou, pelo menos, de criar condições para que esse virtual assalto não ocorra. Uma delas poderia ser cadastrar os voluntários que vão trabalhar na Copa do Mundo – principalmente os que falam língua estrangeira – em sites nos quais eles pudessem oferecer, antecipadamente, transporte e hospedagem, em suas próprias casas, para os turistas que vem de outras cidades ou do exterior.
Até porque o tiro pode sair pela culatra. Hotéis, que fizeram o mesmo, em São Paulo, na região da Avenida Paulista na época da Copa das Confederações, ficaram a ver navios por causa das manifestações de julho.
Se os hoteleiros do Rio de Janeiro – muitos deles estrangeiros - fizerem o mesmo correrão o risco de perder seus clientes normais, e os que viriam de fora - apesar dos depósitos antecipados exigidos no momento da a reserva.
Na área de transporte aéreo, o governo ameaça abrir espaço para empresas de aviação estrangeira durante a Copa, para evitar o abuso que se avizinha, com o aumento exorbitante das passagens dentro do país.
A verdade é que, no turismo receptivo, na hospedagem, na aviação, tudo isso acaba cheirando, para quem vem de fora, a desorganização e improvisação.

  
   




14 de nov. de 2013

SITE DA CRUZEX 2013 VEM COM BANDEIRA DOS ESTADOS UNIDOS


Parabéns à FAB pela brilhante organização dos exercícios militares aéreos da Cruzex 2013 no Nordeste. 
Com todo o respeito pela nossa Força Aérea,  faço, no entanto, duas observações: a recente inclusão dos EUA e do Canadá, países da OTAN, no evento, que é realizado desde 2002, eliminou a possibilidade de transformá-lo no primeiro projeto do embrião de um sistema de manobras militares conjuntas e periódicas, envolvendo um grande número de países da UNASUL e do Conselho de Defesa Sul-americano.
Esse fato abre a possibilidade de que outro país sul-americano o faça, se a FAB não estudar a inclusão em seu calendário de manobras, de um outro encontro, sem os EUA e o Canadá como participantes.
Em segundo lugar – o pessoal do Comando da Aeronáutica pode não ter percebido - a imperdoável ausência do espanhol – língua da grande maioria dos países convidados - do site oficial do evento, que tem como alternativas ser lido apenas em português ou em inglês, este último idioma assinalado com o absurdo - para o local e a circunstância - botão de uma bandeira dos Estados Unidos.
Como dizia o professor da escola de homens-bomba, o diabo está nos detalhes, ou "os grandes problemas vêm em pequenos pacotes".
A não ser que os EUA fossem co-organizadores do evento ou seus patrocinadores, o que não é o caso, a omissão representa, no mínimo, uma descortesia e um equívoco estratégico (que talvez ainda possam ser resolvidos a tempo) com países e clientes do Brasil, como a Força Aérea do Equador, que compareceu com seus novos Super-Tucanos.
Na pior das hipóteses, fica um recado de rasteira subordinação aos EUA (por que não uma bandeira do Canadá, país que também tem o inglês como língua, ou simplesmente as opções português/english por extenso?). E, como para bom entendedor um pingo é letra, uma mensagem que poderá ser interpretada por oficiais de forças áreas sul-americanas como: “olhaí, cucarachas... nós e nossos amiguinhos gringos estamos por cima, e vocês, por baixo”: 

http://www.cruzex.aer.mil.br/index.php


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