18 de nov. de 2013

ASSALTO NA COPA


(HD) - A revelação de que há hotéis que pretendem aumentar, em mil por cento, o preço da diária no Rio de Janeiro durante a Copa, e que pousadas vão cobrar, no mesmo período, mil reais por dia por pessoa em quarto duplo sem banheiro, é de estarrecer.
Isso, não apenas porque se configura aí um crime de virtual estelionato, mas também porque depõe contra a organização do país - e o caráter do povo brasileiro - em um evento de importância mundial.
Se a isso somarmos outros problemas dá para ver que o turista, durante a Copa, corre o risco de ser visto, como já acontece em datas como o carnaval, como uma espécie de “Peru de Natal”.
No Rio, continuam os problemas com os táxis nos aeroportos, e mesmo com a tabela, tem “motorista” que tenta enganar o passageiro.
Quem quiser passar o fim de ano no Rio e quiser reservar um táxi para busca-lo no aeroporto, descobrirá que há empresas cobrando entre 150,00 e 300,00 reais por uma corrida durante o réveillon.
É a mesma situação dos turistas de cruzeiro, que eventualmente chegam a pagar o dobro do preço normal, quando não mais, para ir do cais do porto para o centro da cidade.
Cartilhas como as que já foram feitas para alertar os turistas são válidas, mas não resolvem o problema. Seria, talvez, a solução,  acabar com as frotas de táxi de um único dono, para que os motoristas de táxi ganhem mais, e aumentar a fiscalização.
O Governo Federal e a Prefeitura tem a obrigação de fiscalizar o que está acontecendo, ou, pelo menos, de criar condições para que esse virtual assalto não ocorra. Uma delas poderia ser cadastrar os voluntários que vão trabalhar na Copa do Mundo – principalmente os que falam língua estrangeira – em sites nos quais eles pudessem oferecer, antecipadamente, transporte e hospedagem, em suas próprias casas, para os turistas que vem de outras cidades ou do exterior.
Até porque o tiro pode sair pela culatra. Hotéis, que fizeram o mesmo, em São Paulo, na região da Avenida Paulista na época da Copa das Confederações, ficaram a ver navios por causa das manifestações de julho.
Se os hoteleiros do Rio de Janeiro – muitos deles estrangeiros - fizerem o mesmo correrão o risco de perder seus clientes normais, e os que viriam de fora - apesar dos depósitos antecipados exigidos no momento da a reserva.
Na área de transporte aéreo, o governo ameaça abrir espaço para empresas de aviação estrangeira durante a Copa, para evitar o abuso que se avizinha, com o aumento exorbitante das passagens dentro do país.
A verdade é que, no turismo receptivo, na hospedagem, na aviação, tudo isso acaba cheirando, para quem vem de fora, a desorganização e improvisação.

  
   




3 comentários:

  1. Buenas, seu Mauro.
    Torno a visitá-lo, depois de longo tempo, e de pronto reitero que o senhor é para mim um grande escriba e pensador, nacionalista da melhor cepa, motivo de admiração, um dia a meninada há de lê-lo nas escolas, como preparação para a vida.
    Eu andei viajando, atucanado, mas outro dia vi uma coluna sua no JB e aquilo não me desceu. Infelizmente hoje não a encontrei no seu blog.
    Falava dos nossos militares e seu papel na sanguinária ditadura.
    O senhor pintou um quadro distorcido. Todos sabemos que a elite civil, os mesmos que mandam até hoje, foram os grandes culpados do horror, noves fora a influência norte-americana. Mas anjos os milicos não foram.
    Repugnou-me o seu texto, pois sabemos quem foi aos EUA receber lições de tortura, além de psicopatas como o Fleury. Hoje é pacífico que os generais "presidentes" sabiam muito bem do que se passava nos porões, a selvageria bruta, ao ponto de enfiarem crianças de cabeça em latrina para a mãe dizer o que não sabia.
    A polícia civil jamais teria feito o que fez não fosse a proteção militar, e TODOS sabiam disso. Fosse somente os "ratos" (infelizmente seguem merecendo esse apelido, a herança da ditadura não desaparece tão fácil), num tapa a população os dominaria.
    Alguma razão o senhor teve para escrever aquele monte de asneiras, pela parcialidade que deixou pálido, não crendo no que lia. Sim, é hora de reconstrução, de enxugarmos as lágrimas, estancarmos o sangue, mas a verdade não pode ser subjugada assim. Só faltou o senhor chamar de santos àqueles animais, cérebros comidos pela propaganda anticomunista, brutais seres que me destruíram a puberdade e o que veio depois.
    Registro aqui, assim, que aquele texto não lhe faz jus. A minha repugnância instintiva foi a prova, o "frio en el alma".
    Com o respeito que seguirei lhe devotando.
    Um abraço.
    Antônio Garibaldi Salazar Fagundes

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  2. Buenas novamente, Sr. Mauro

    Escrevi alguns pensamentos tolos hoje em seu blog, há de ver.
    Mas queria lhe dizer que o motivo inicial para voltar aqui foi outro, que me mordia a cabeça, me tirava o sono, jamais fui injusto, tento, nem com quem me odeia, ensino-os calando, e acabei, no placo-placo das teclas (escrevi um conto que o senhor, sei, não me pergunte como sei, vai adorar, que fala do placo-placo do seu salto, recordando coisa antiga, "Pergunte aos meu tamancos" (Alcides Gonçalves-Lupi Rodrigues), que Nani gentilmente fez capa e ilustrações, sai em janeiro ou fevereiro ou outubro, quando eu tiver algum), cometendo uma grosseria.
    Eu, no placo-placo, enervado com o mundo, coloquei mal uma palavra.
    "Asneiras" o senhor nunca escreveu, fui eu que, puto da vida, viajei. O senhor me entende, às vezes a gente se deixa levar pelas teclas, o placo-placo, e quando viu saiu sem olhar para cima, é sem revisão, é de coração, mas jamais com destino a ferir ou ser injusto.
    Então, perdoe-me. Peço-lhe de rodillas.
    Nada de asneira. Uma besteirinha, coisica de nada, e olha lá.
    Abraço fraterno, do seu
    Salito

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  3. Senhores,

    Quando escrevemos, não queremos mais que aprender também com nossos leitores. Este espaço, nunca é demais lembrar, é, antes de tudo, democrático. Cada comentário é uma contribuição, e a todos leio com igual respeito e consideração.

    abraços,

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