(HD) - Neste ano, até o mês de setembro, o déficit de transações
correntes – diferença entre o que enviamos e recebemos de dinheiro do exterior
– alcançou mais de 80 bilhões de dólares. Boa parte do rombo advindo de dois
hábitos adquiridos com o aumento da renda da população: um deles, o de andar de
automóvel. O outro, o de viajar para fazer compras no exterior.
No primeiro caso, a isenção do IPI preservou empregos. Em
2002, o Brasil produzia um milhão de automóveis, hoje fabrica quase quatro
milhões.
Mas o consumo de combustível, nacional e estrangeiro, teve
que subir na mesma proporção.
Só de gasolina, as importações aumentaram, em 42 mil vezes, de 2009 para
cá.
O programa Inovar-Auto foi, também, importante. Mas não
obrigou as montadoras a oferecer modelos mais econômicos, a não ser em
caminhões.
Outras opções teriam sido zerar os impostos, ou até mesmo
subsidiar, a produção de etanol, que é pago em reais, e não em dólares. Ou a
fabricação de carros elétricos para uso, por exemplo, como veículos de entrega
nas grandes cidades. Mas só agora isso começa a ser pensado com relação,
primeiro, a veículos híbridos.
A classe média reclama do governo - a crise está em todos os
jornais - mas não deixa de comprar carro nem de viajar para fora. O brasileiro
é o turista que mais gasta, hoje, nos EUA.
As despesas com turismo no exterior aumentaram 37%, para US$
2,168 bilhões no mês passado, contra US$ 1,703 bilhão, no mesmo mês de 2012. E
já passam de 40 bilhões de dólares nos primeiros nove meses de 2013.
Aí, também, a “culpa” é do governo. Embalado pelo aumento da
renda e do emprego e do valor do real, nos últimos anos, o setor turístico, com
destaque para a hotelaria – amplamente controlada por estrangeiros - tem metido
a mão no bolso do consumidor e enviado gordas remessas de lucro para o
exterior.
Só em 2013, as tarifas já aumentaram entre 7 e 10%, e estudos
mostram que os preços das diárias dos hotéis em cidades da Copa do Mundo vão
ficar até 583% mais caros até a competição.
Apesar disso, todo o lucro e empregos gerados hoje pelos
consumidores brasileiros em viagens de compras em outros países e os dólares
que eles gastam, poderiam ficar por aqui mesmo, se:
- o brasileiro tivesse a opção de pagar, em reais, os mesmos
preços pelos mesmos serviços e produtos que compra lá fora.
- e pudesse ter acesso aqui a hospedagem e atrações
semelhantes, sem precisar viajar para o exterior.
Independente da ZF de Manaus, e em parceria com a China –
especialista em erguer cidades em questão de meses, e na produção de gadgets de
qualquer tipo – Governo e Congresso poderiam estudar a criação de uma Área
Especial Restrita, de interesse turístico e comercial.
Com jogo liberado e venda de produtos eletrônicos, e sob
controle do BNDES, da CEF e da Embratur, ela poderia ser construída a meio caminho entre o norte e o sul do país,
e o público teria acesso a ela com o pagamento de uma pequena taxa por dia.
Com um projeto como esse, seriam gerados milhares de
empregos, e os impostos, em vez de ficar na Flórida, ou no Paraguai, viriam
para o nosso país.
Faz mais de 50 anos que Brasília foi inaugurada. Já que não dá para evitar que o pessoal viaje, precisamos –
só do ponto de vista econômico, é claro – de uma Miami para o Brasil.
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7 comentários:
E pra ja. Cabeca e pra ser usada. Indico Mauro Santayana pra assessorar o Ministerio do Turismo. Que gente preguicosa! Vamos trabalhar! Grande abraco.
Abraço!
O jeito é comprar em Miami até que um milagre no brasil aconteça.
O jeito é comprar em Miami até que um milagre no Brasil aconteça.
Pois é querido Santayana, vejas como o BRASIL ESTA CHEIO DE brasileiro falso. Se eu sei que meu PAÍS esta sendo boicotado,[existe em países alienígenas essa política de boicote]pq irei colaborar com os demoníacos? é por isto que não se sai do buraco, nesse país. Queremos VC, como MINISTRO, JÁ! D. DILMA ESTA MUITO MAL ASSESSORADA E NÃO SE DÁ CONTA....Beijão!
Nada é certo nesse país de jovens alienados que montam acampamento à espera para requebrar os quadris nos espetáculos de barulho, e tudo provém do fato de se ter um sistema econoômico comandado por um mantega que gasta muito mais em pagamento de juros do que em educação.
Excelente texto. Penso exatamente isso!
Marcos
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