(HD) - Espera-se que a virtual
conclusão do processo da Ação – 470 sirva, ao menos, para abrir caminho para a
investigação e apuração de outros casos, mais antigos ou mais recentes, de
todos os tipos, lugares e tamanhos, que estão à espera de serem investigados e
julgados pela justiça.
Em vez de se transformarem
em espetáculo, a freqüentar de forma quase monocórdica as páginas da grande
imprensa, seria melhor, para o país, que a apuração e o julgamento desses
crimes se despisse do caráter de reality
show que tem adquirido em certos casos, para se transformar em coisa banal
e corriqueira.
Mais em uma regra do que na
exceção, superdimensionada e midiática,
a que temos assistido nos últimos meses.
Primeiro porque, os
tribunais, em geral se cuidam. Não desejam se transformar em palanque para quem
quer que seja. Noblesse oblige – a
lógica faz com que se espere deles tanto mais equilíbrio, dignidade e rito,
quanto mais alta for a instância que representem.
Em segundo lugar, porque o
combate à corrupção deve ser feito respeitando-se as regras constitucionais, e
a essência institucional do Estado de Direito.
Dar à população, por meio de
certas instituições – e de parcela da imprensa - a impressão de que a Nação é
uma República de Bandidos,
absolutamente inviável, do ponto de vista moral ou administrativo, não ajuda, a
médio e longo prazo, a nenhum partido ou homem público, seja qual for sua
orientação política ou o lado que ocupa da balança.
Toda campanha que substitui
a informação pelo ódio e a ignorância, nivela, por baixo, a todos, sejam eles
gregos ou troianos. Trata-se de uma faca de dois gumes, que só fortalece aos
que se apóiam em sua frustração, individual ou coletiva, para pregarem a
violência e a derrubada das instituições.
Os nazistas da pequena
burguesia não esclarecida e do lúmpem proletariado, também enfiavam todos os
“políticos” no mesmo saco. Desprezavam a República de Weimar e a democracia. Invadiam
restaurantes para hostilizar deputados em que haviam votado antes, ou espancar
aqueles a quem não haviam dado seu voto.
Depois, quando acabaram com
as eleições e com quem defendia a democracia, mandando-os para o cemitério ou a
cadeia, passaram para a pura e simples aclamação de seu líder - levantando, com
sonoros Heil Hitler! sua
mão para cima - e para o covarde genocídio de seus outros inimigos, aos
milhões, em campos de extermínio.
A lei existe. Basta que se
cumpra, com determinação e equilíbrio, para que se combata a corrupção no
Brasil. Para que se melhore o país, não é preciso acabar com o voto obrigatório,
com as urnas eletrônicas, com o Congresso, com a democracia, ou com os
“políticos”, como já tem gente – fascinada pela teatralização do óbvio –
defendendo, por aí, abertamente.
Vamos, todos, devagar com o
espetáculo. É preciso tomar cuidado. Às vezes, o vilão se esconde na platéia.
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Um comentário:
Tem toda razao caro Mauro. Nao so no Brasil, mas em todo Mundo, tenta-se recriar uma nova onda nazista. Que coisa nojenta!
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