(HD) - O Governo Federal, através do Ministro Paulo Bernardo, do
Planejamento, insiste em incluir no Marco Civil da Internet, em votação no
Congresso, a obrigatoriedade de instalação no Brasil de bases de dados locais, por
parte de empresas como o Google ou o Facebook.
O pior é que, diante da argumentação de que a instalação
dessa infraestrutura incorreria em altos investimentos por parte das empresas,
acena-se com o estabelecimento de “compensações” na forma de financiamento
subsidiado, ou de isenção de impostos, para alcançar esse objetivo.
Como já afirmamos antes, quando se colocou a questão, a
medida é inócua e ingênua. Primeiro, porque cabe ao usuário brasileiro escolher
se quer ou não se cadastrar em um site, independente da localização de seus
dados pessoais.
Trata-se de uma questão de marketing. As empresas
estrangeiras atraem usuários brasileiros,
e vão continuar a fazê-lo, queira o governo, ou não.
A alternativa seria tomar medidas ditatoriais, bloqueando o
acesso de brasileiros a esses sites, com a instalação de filtros – que mesmo
assim poderiam ser contornados com a utilização de proxys ou VPNs – que
impedissem o acesso direto de milhões de pessoas a esses sites e portais.
A única forma que o governo tem de impedir o envio voluntário
de dados de cidadãos brasileiros ao exterior – e isso é um trabalho de longo
prazo – seria incentivar a criação de empresas nacionais, sujeitas à legislação
brasileira, que viessem a concorrer com as empresas estrangeiras pela captação
do público nacional.
Ou, acessoriamente, oferecer serviços correlatos, a partir de
empresas estatais, como o que se pretende fazer com o serviço de e-mail dos
correios.
O que equivaleria a enxugar gelo, já que o mercado de redes
sociais, sites de jogos, de hospedagem de dados na “nuvem”, e de comunicadores
instantâneos é extremamente dinâmico.
As empresas que hoje, fazem sucesso na internet, amanhã não
fazem mais. Quem se lembra do AOL, por exemplo?
Todos os dias surgem novos aplicativos, novos negócios, novas
atrações na internet. Se uma delas se tornar popular, e em semanas, conquistar
milhares de usuários brasileiros, como obrigar a empresa a instalar, a toque de
caixa, datacenters no Brasil, e a transferir para cá os dados - já recolhidos -
desse grande número de internautas nacionais?
O senhor Paulo Bernardo tem sido pródigo na sua relação com
as empresas de telecomunicações nos últimos anos, principalmente
multinacionais.
É preciso evitar que o Marco Civil não crie aparentes
dificuldades, para servir como desculpa para o oferecimento de um novo cardápio
de “facilidades” para as operadoras e empresas estrangeiras.
Elas já dominam, amplamente, o mercado brasileiro, e transferem
todos os anos – apesar da ajuda do governo – vultosas remessas de lucros, da
ordem de bilhões de dólares, para o exterior.
2 comentários:
Curriola de malandros. Bordoada neles caro Mauro. O Brasil nao e mais a casa da mae joana.
Nao seria melhor voltar pro computador a manivela? Tecnologia moderna e caro, tem funcionamento precario, e cheio de mumunha.
Postar um comentário