(HD) - Uma grande cerimônia de tributo a Nelson Mandela marcou o programa de homenagens póstumas ao grande líder sul-africano.
Significativamente, a maioria dos dirigentes escolhidos para
discursar, diante de uma plateia da qual formavam parte cerca de 80 chefes de
estado, era de países emergentes.
Obama falou na condição de Presidente dos Estados Unidos,
mas, principalmente, como o líder negro, descendente de africanos, que
conquistou o mais alto cargo da maior economia do mundo.
O Presidente Cuba, Raul Castro, foi ovacionado pela multidão,
talvez devido ao papel que Havana teve, quando do envio de milhares de soldados
para Angola, para lutar em 1987 e 1988 contra mercenários ocidentais e o exército
racista sul-africano.
Com a vitória doa cubanos e das FAPLA contra a UNITA, na
Batalha de Cuito Cuanavale, caiu o mito da invencibilidade do exército
sul-africano, e se abriu caminho para a independência da Namíbia e o fim do
regime do apartheid na África do Sul.
A parceria entre o Brasil e a África do Sul começou com a
criação do IBAS – grupo que une a indianos, brasileiros e sul-africanos, em
2003, e aprofundou-se, depois, com a entrada da África do Sul no BRICS, do qual
também tomam parte a Índia, a China e a Rússia.
Os sul-africanos sabem que o desenvolvimento econômico e
social do continente africano só poderá ser alcançado com cooperação brasileira.
Só o Brasil dispõe, com o conhecimento gerado pela EMBRAPA, da tecnologia necessária
para promover a ocupação de milhões de hectares de savana africana – quase uma
extensão do cerrado, do ponto de vista
geológico – para a produção de
cana de açúcar e de soja resistentes à seca e ao calor, e do melhor gado do
mundo para esse tipo de clima.
(HD) - O mesmo acontece com programas sociais brasileiros, ou de
combate à AIDS e a doenças tropicais, e com a instalação de laboratórios com a
presença de técnicos nacionais, naquele continente.
É cada vez mais importante, também o entendimento bilateral na
área de defesa. Um exemplo é o desenvolvimento conjunto, pela AVIBRAS e a
MECTRON - pelo Brasil - e a DENEL – pela África do Sul - do novo míssil ar-ar
A-DARTER, destinado a equipar aviões de caça das duas nações.
Por essas razões, a Presidente Dilma foi chamada a discursar,
assim como os Presidentes da Índia e da China, também membros do grupo BRICS.
A mandinga de Mandela, se ele carregasse um patuá perto do
peito, seria a da solidariedade, da determinação, da dignidade e da justiça,
que o levaram a libertar seu povo do jugo neocolonialista europeu.
Se pudessem fazer uma mandinga, não como profissão de fé, mas de “olho gordo”, as
grandes potências ocidentais lançariam um feitiço para quebrar a crescente
união dos países emergentes, que ficou
evidenciada, mais uma vez, na escolha dos chefes de estado que falaram no
Soccer City Stadium de Johannesburgo.
Um comentário:
Caro Mauro. Citada em sua impecavel analise, a Embrapa e de dar orgulho a todos nos Brasileiros. Essa gente competente ainda vai dar o que falar.
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