(JB) - O novo corte no orçamento do Ministério da Defesa, de quase
um bilhão de reais, anunciado há uma semana pelos Ministros do Planejamento,
Miriam Belchior, e da Fazenda, Guido Mantega – que também teve seu orçamento
amputado em 900 milhões – tem que ser visto com muito cuidado pelo governo.
É preciso assegurar que projetos prioritários não venham a
ser atingidos, sob pena de interrupção e atraso em áreas estratégicas para a
evolução da indústria bélica e o
desenvolvimento tecnológico nacional.
Esse é o caso do jato militar de transporte
KC-390, da Embraer, com capacidade de 23,6 toneladas de carga (tanques,
artilharia), e que serve também para o transporte de tropas e reabastecimento
em vôo, que deve decolar pela primeira vez no ano que vem. Destinado a
concorrer com os Hercules C-130 da Lockheed norte-americana, do programa do
KC-390 tomam parte também Argentina, Colômbia, Chile, Portugal e República
Tcheca, que deverão fornecer peças, e adquirir a aeronave, em um número inicialmente
previsto de 60 aviões.
O PROSUB – Programa de Submarinos da Marinha,
também não pode ser interrompido. São quatro unidades convencionais, e uma
atômica – o reator nuclear será desenvolvido aqui mesmo - mais a construção de
uma base e de um estaleiro no Rio de Janeiro.
Temos, ainda, o SISFRON - o Sistema Integrado
de Monitoramento de Fronteiras, que exige também o desenvolvimento de vários
equipamentos, como novos radares, unidades de artilharia e veículos aéreos não
tripulados (VANTS); a família de blindados leves Guarani, e o programa de
defesa cibernética.
O país passou anos sem investir em defesa. O Governo estabeleceu, nos últimos anos, um novo
projeto para o setor, com um arcabouço mais estruturado, e criou a figura da
empresa estratégica de defesa – certificando 26 delas, na semana passada. Interromper
os programas que já estão em andamento traria prejuízo financeiro, técnico e
estratégico para o país.
No Congresso Nacional, há deputados da base
aliada e do próprio partido do governo que estão trabalhando para reverter a
situação – que prevê cortes no custeio das Forças Armadas – já debilitadas em
diversas áreas. A Marinha está estudando cortar um dia de trabalho da tropa
para se adequar.
Enquanto isso os golpistas de sempre - que
desprezam igualmente o PT e o PSDB, e a “democracia que aí está” - comemoram,
na internet, mais essa bandeira, dada pelo próprio governo, e se valem do
anúncio dos cortes para provocar grupos radicais de direita - alguns deles
ligados a segmentos minoritários da reserva das Forças Armadas - jogando-os,
mais uma vez, contra o poder civil.
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2 comentários:
O PT precisa, correndo, aprender a fazer politica. Cortar verba da Defesa é de lascar.
Não basta o Judiciário trabalhar a ferro fogo para destruir o Partido? Querem agregar ao campo inimigo os militares?
É demais...
Dificil ganhar guerra com espingarda, teco-teco e barco a remo. Nao podemos esperar mais. Equipamento pras forcas armadas.
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