(Hoje em Dia) - Em nota oficial, a Marinha do Brasil reconheceu, na quinta-feira passada, a ocorrência de incidentes durante a realização de testes de propulsão do Porta-Aviões São Paulo, na costa do Rio de Janeiro.
Teria havido um pequeno derramamento de óleo a partir de uma tubulação, estancado com barreiras de contenção colocadas em volta do navio, no dia 30 de janeiro, e um vazamento de vapor, no dia 29, que não chegou a ferir os três tripulantes que se encontravam no local, e, que, mesmo assim, por precaução, foram encaminhados para tratamento médico.
Nos últimos anos, a utilização de grandes navios aeródromos tem sido rediscutida mesmo em países que necessitam de projeção global de seu poderio bélico.
No caso do Brasil, uma ou mais belonaves desse tipo só se justificam, em princípio, no caso de deslocamento de contingentes e equipamentos para operação de paz, como ocorre com nossas tropas no Líbano e no Haiti; na defesa da Amazônia Azul e do Atlântico Sul de potências extra-zona; ou, teoricamente, em conjunto com os BRICS, em um futuro conflito convencional em escala global, que opusesse Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, aos Estados Unidos ou à OTAN, por exemplo.
Comprado no ano 2.000, no governo Fernando Henrique Cardoso, o São Paulo, quando se chamava Foch, participou de várias missões a serviço da França.
Esteve presente nos testes nucleares franceses, no Pacífico, em 1966; no Mar Vermelho, na campanha para apoiar a independência do Djibouti, em 1978; com o contingente de intervenção francês no Líbano, em 1983, e na Guerra dos Balcãs, entre 1983 e 1999.
Fabricado no final da década de 1950, ele tem que ser encarado mais como um instrumento de treinamento de pessoal brasileiro nessa área, do que como uma arma ofensiva de fato.
Se o Brasil quiser, um dia, possuir uma esquadra que possa navegar no Atlântico, contribuindo para proteger a Amazônia Azul e o petróleo de nosso mar territorial, precisa começar a pensar em se aliar a países como a Rússia, a Índia e a China para construir navios-aeródromos modernos.
Eles poderiam transportar, em primeiro lugar, além de mísseis de cruzeiro, uma versão naval do Grippen NG, e, depois, caças de quinta geração como os que estão sendo desenvolvidos pelos países do BRICS neste momento.
Em julho do ano passado, o Instituto Krylov de Pesquisa Naval – para o qual deveriam ser enviados pelo menos uns 120 alunos brasileiros no âmbito do Programa Ciência sem Fronteiras – apresentou, na Feira Internacional de Defesa Marítima de São Petersburgo, na Rússia, a maquete de um futuro porta-aviões de 80.000 toneladas.
Estacionados em sua coberta, se viam aviões semelhantes ao caça russo-indiano T-50. Ele está em etapa final de desenvolvimento no âmbito do programa PAK-FA. E o Brasil já foi convidado oficialmente, pelo governo russo, a participar desse projeto.
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http://botecoevs.wordpress.com/2014/02/06/os-porta-avioes-e-o-futuro-do-brasil-2/
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