(Hoje em Dia) - Desde tempos imemoriais, a Europa foi marcada pela guerra e pela crença de que seus
limites eram os limites do mundo.
Ainda antes de Cristo, dezenas de conflitos mancharam de
sangue suas montanhas e vales, mares e rios,
praias e ilhas do Mediterrâneo.
Às invasões dóricas, seguiram-se as guerras entre romanos e
etruscos; as que opunham cidades-estado
gregas, como Esparta e Argos; as guerras persas e as sicilianas; as do
Peloponeso; as invasões Celtas e as Púnicas.
No primeiro milênio, entre muitas outras, tivemos as Guerras Ibéricas;
a conquista romana da Bretanha; as Guerras Góticas; as guerras civis romanas; a
Reconquista; as invasões húngaras; persas contra iberos; os Rus contra
Bizâncio.
O segundo milênio começou com a guerra germano-polonesa de
1002; seguida das expedições genovesas à Sardenha; da conquista normanda da
Inglaterra, e depois, da Irlanda; e outras disputas, como a Rebelião Saxônica;
a Guerra de Independência da Escócia; a guerra dos otomanos contra os sérvios;
a Rebelião dos Münster; a Guerra Anglo-Espanhola; as guerras de sucessão; as
Guerras Napoleônicas, etc.
Em extensão, duração, e intensidade, nenhuma se comparou, no
entanto, à Primeira Guerra Mundial, com 16 milhões de mortos e 20 milhões de
feridos, ao longo dos quatro anos de conflito; e à Segunda Guerra Mundial, com
85 milhões de mortos, em todo o mundo, se incluirmos os que pereceram pelo
genocídio, as fomes e as doenças.
A Segunda Guerra Mundial foi tão desastrosa para a Europa,
que, mesmo dividida, entre a OTAN e o Pacto de Varsóvia, países como a França e
a Alemanha fizeram grande esforço, a partir da Comunidade do Carvão e do Aço, para forjar a Comunidade Econômica Européia e a União Européia, com a esperança de
que, ao menos entre eles, as duas maiores nações e rivais do oeste da Europa,
não houvesse novos conflitos.
O problema é que, tendo começado como aliança voltada para a
preservação da paz, a Comunidade Européia, por meio da OTAN, passou a agir como
preposta dos interesses norte-americanos. E, mais tarde, como linha auxiliar
dos EUA, em regiões nas quais os europeus já se sentiam nostálgicos de seu
antigo poder colonial, como o Oriente Médio e o Norte da África, em países como
o Iraque, o Afeganistão e a Líbia.
Nos Balcãs, desmembrou-se a Iugoslávia, mas a intervenção
militar posterior não estava voltada contra uma nação determinada, e sim para
jogar, uns contra os outros, os pedaços desmembrados do país de Tito.
Ao meter-se na Ucrânia, junto com os EUA, para destruir o
país, e promover uma guerra civil, depois de um golpe de Estado, a UE abandonou, definitivamente, os ideais que
lhe deram origem. E voltou a abrir as portas do velho continente aos Quatro Cavaleiros
do Apocalipse, que tantas vezes já o percorreram no passado.
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