(Hoje em Dia) - A imprensa internacional tem
dado destaque a rumores de que a seleção brasileira está preocupada com o
estado emocional de seus jogadores, depois do sufoco vivido no jogo com o
Chile. As notícias dão conta de que Luís Felipe Scolari teria se reunido com
psicólogos para discutir o assunto.
Também temos sido chamados de
“chorões” lá fora, e os comentários dos internautas estrangeiros não tem sido,
certamente, de elogio, para com a virilidade dos nossos jogadores.
Os espanhóis, por terem tomado a
surra que tomaram do Brasil no final da Copa das Confederações, e terem sido
vaiados - junto com Diego Costa - e “toureados” à base de “olés”, por nossa
torcida, em sua curta passagem pelo Brasil, são os mais agressivos.
Para eles, jogamos como “moças”,
e depois choramos como “tigres”, e de suas poltronas, agora
definitivamente convertidos em meros espectadores, eles torcem rancorosamente
para que sejamos estrepitosamente derrotados, seja qual for nosso adversário na
próxima fase.
A imprensa portenha com
algumas exceções como a revista Semana, cujo correspondente no Rio de
Janeiro escreveu longo artigo analisando - e desancando - o comportamento da
torcida celeste no Brasil - celebra o “Brasil, dime que se siente….”, a
música cantada pelos argentinos no estádios brasileiros, e critica nossos
comerciais de tv, como o da marca de cerveja, que mostra brasileiros mandando
nossos “hermanos” de volta a Buenos Aires, pelo mar, como provocação.
Voltando ao estado psicológico
de nossos craques, é verdade que não tem faltado emoção ao término dos embates
para a passagem para as oitavas de final.
O Brasil, no entanto, por estar
jogando em casa, e organizando a Copa do Mundo, poderia, desde o primeiro
momento, ter demonstrado, dentro e fora de campo, um pouco mais de segurança do
que mostrou até agora.
Compreende-se o desabafo do
goleiro Júlio César, marcado por sua atuação no jogo contra a Holanda, no
segundo gol de Schnejder, nas quartas de final da Copa da África do Sul. Na
disputa de penâlties no jogo contra o Chile, ele exorcizou, com suas
lágrimas, um trauma pessoal e profissional que já durava quatro anos.
No mais, as preces e o choro dos
outros jogadores, se justificaria, se tivéssemos disputado, e vencido, por um
triz, após a prolongação e os pênalties, a final da Copa do Mundo, após ser
salvos pelas mãos de Júlio César e pelo travessão.
Com todo o respeito e a
confiança que a seleção merece, a cena, em sua exagerada dramaticidade, teve
menos glória que autoindulgência e comiseração.
Afinal, nós, ganhando, choramos
mais que os chilenos, que perderam, e saíram de cabeça erguida, do Mineirão.
A sacudida que o Brasil levou
talvez tenha nos assegurado menos lágrimas e mais garra no jogo contra a
Colômbia. Afinal, é importante vencer, mas também o como vencer,
principalmente, quando se representa não apenas a si mesmo, mas toda uma Nação.
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