(Jornal do Brasil) - Despachos urgentes de agências internacionais dão conta da queda de um
avião Boieng 777, da Malaysia Airlines, que saiu ontem, às 12.15, hora
local, do aeroporto de Amsterdam, na Holanda, com destino a Kuala Lampur,
capital malaia.
A queda da aeronave, que levava 290 pessoas, nas imediações de Krasni
Luch, perto de Shaktarsk, em território ucraniano, próximo da fronteira com a
Rússia, ocorre em um momento em que - coincidentemente? - boa parte da opinião
pública mundial ainda tem a sua atenção voltada para a tragédia do misterioso
desaparecimento, sem deixar pistas, de um avião do mesmo modelo, e da mesma
companhia, sobre o Oceano Índico, em 8 de março deste ano, com 223 passageiros,
entre eles, 150 cidadãos chineses, a bordo.
Segundo agências de notícias ocidentais, o acidente ocorreu em
território controlado por separatistas de etnia russa, que foram imediatamente
acusados, pelo governo ucraniano, de terem derrubado o avião, usando mísseis
terra-ar.
Em conversa telefônica, anteriormente agendada, com o Presidente Obama,
dos EUA, o Presidente russo, Vladimir Putin, negou peremptoriamente essa
possibilidade, também desmentida pelo líder dos separatistas do Leste da
Ucrânia, Alexander Borodai.
Como o avião se encontrava há dez mil metros de altura, ele só poderia
ser abatido, teoricamente, por mísseis de uma bateria antiaérea, e não pelos
projéteis portáteis usados, normalmente, pelos combatentes independentistas da
região, que têm entre 3 e 4 mil metros de alcance.
Afastada a hipótese da explosão de uma bomba a bordo, e em caso de
confirmação de que a queda do avião malaio - que contava com 15 cidadãos norteamericanos
entre seus passageiros - foi provocada pelo disparo de um míssil, é preciso
desconfiar das versões apressadamente apresentadas pelas autoridades do atual
governo ucraniano.
É estranho que o incidente aconteça justamente depois da recente derrubada
de um avião militar da Ucrânia, por rebeldes separatistas, e quando os Estados
Unidos estão anunciando novas sanções contra a Rússia.
E isso, em um momento em que o Presidente Vladimir Putin acaba de colher
importantes vitórias diplomáticas, junto com o seu colega chinês, Xi Jinping,
em périplo pela América Latina, no contexto da Cúpula dos BRICS de Fortaleza, e
do lançamento do Novo Banco de Desenvolvimento e do Fundo de Reservas do grupo.
Considerando-se a permeabilidade da vasta fronteira que separa a Rússia
e a Ucrânia, e os estreitos contatos na área de defesa - incluindo a
fabricação de armamentos - que existiam entre os dois países, desde os tempos
da antiga União Soviética, seria fácil, para qualquer uma das partes em
confronto, derrubar uma aeronave usando um foguete ar-ar de origem
russa disparado de outro avião, hipótese que está sendo investigada, com base
em informações de satélites, tanto por Washington como Moscou neste momento.
É preciso não esquecer que, quando da queda de Yanukovich, teoricamente precipitada por disparos feitos por policiais contra manifestantes da Praça Maidan, correu a versão, ainda não totalmente desmentida, ou devidamente esclarecida, de que os tiros teriam partido, na verdade, de franco-atiradores ligados a facções da extrema-direita neonazista ucraniana, com a intenção de jogar a opinião pública contra o governo que estava no poder em Kiev até fevereiro deste ano.
2 comentários:
Estimado Mauro Santayana, há um excelente artigo sobre isto em RT, bem argumentado e documentado, que oferece um ponto de vista que se contrapõe àquele que os meios corporativos querem fazer valer. Fiz a tradução do texto ao português e estou tratando de divulgá-lo ao máximo possível. Se você quiser ajudar-me nesta divulgação, ficarei muito agradecido. Não posso enviar a tradução por aqui devido à falta de espaço, por isso teria de fazê-lo, caso se interesse, a um endereço que me seja indicado. O link do texto em espanhol em RT é:
http://actualidad.rt.com/actualidad/view/134748-rusia-preguntas-mh17-ucrania-avion-eeuu
Obrigado pela atenção. Jair de Souza
Prezado Jair de Souza, se quiser, você pode enviá-lo para blogdosantayana@email.com
abs
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