13 de ago. de 2014

AS DESCULPAS ISRAELENSES


 
(Jornal do Brasil) - O Palácio do Planalto informou, ontem, em nota, que o Presidente eleito de Israel, Reuven Rivlin, telefonou para a Presidente Dilma Roussef, e pediu desculpas pelas declarações de Yigal Palmor, porta-voz do Ministério de Relações Exteriores de Israel. Esse funcionário classificou, em entrevista ao Jornal “The Jersusalem Post”, nosso país como um “anão diplomático”, após a retirada do embaixador brasileiro em Israel, para consultas, em consequencia da “desproporcionalidade” da resposta militar israelense, em seus ataques contra  a população palestina da Faixa de Gaza.

Em sua entrevista, Yigal Palmor respomdeu também à posição brasileira, com ironia,  afirmando que  “desproporcional é perder de 7 x 1”, lembrando o placar da derrota do Brasil para a Alemanha, na Copa do Mundo.

Depois do incidente diplomático com o Brasil, Israel perdeu, no Conselho de Direitos Humanos da ONU, por 29 votos a um – só os EUA ficaram ao lado do governo sionista – em votação que aprovou resolução recomendando a investigação de sua atuação em Gaza.   

Além  disso, o Brasil conseguiu, na Cúpula do Mercosul de Caracas, o mais amplo apoio à sua posição com relação a Gaza, e mais três países, Chile, Peru e Equador, tomaram decisão semelhante à sua, chamando também seus embaixadores nomeados para Telaviv para consulta.    

No contato com o presidente israelense, o governo brasileiro reafirmou os laços que unem brasileiros e israelenses, há muitos anos, mas Dilma Roussef reafirmou, também, que o Brasil continua achando desproporcional a força utilizada por Israel, no contexto da intervenção em Gaza, e que continuará lutando pelo direito de palestinos e israelenses à paz, à vida e à dignidade.

Como brasleiros, recebemos e agradecemos as desculpas do novo Presidente israelense, Reuven Rivlin.

Ficaríamos, alguns de nós, no entanto, mais satisfeitos, se seu país dirigisse também seu arrependimento – ao menos in memoriam - às centenas de palestinos, inclusive mais de 400 crianças, que já não se encontram entre nós, e que morreram pelas suas armas, entre  os escombros de Gaza nas últimas semanas.

Para nós, a morte de um cidadão israelense, atingido por um foguete do Hamas, é tão grave como a morte de um  cidadão palestino, atingido por uma bomba da aviação israelita, ou pelas balas de um soldado de Israel.

Só não nos peçam para acreditar, ou aceitar, que a morte de 3 civis israelenses é tão grave como a de quase 2.000 cidadãos palestinos e a destruição de milhares de casas, escolas, ruas, hospitais, que deixou dezenas de milhares de feridos e de refugiados sem um lugar para se abrigar.

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