21 de mar. de 2015

MILHO TRANSGÊNICO: OS EUA PROÍBEM E O BRASIL LIBERA.


(Hoje em Dia) - A EPA, a agência de proteção ambiental dos EUA, deve aprovar, ainda neste ano, a proibição da utilização de milho transgênico em alguns lugares dos Estados Unidos, depois do desenvolvimento, pela lagarta da raiz do milho, de resistência contra as proteínas secretadas por essas plantas, que são tóxicas para os insetos que se alimentam das  plantações.


A medida deverá atingir duramente os negócios da Monsanto, da Dupont e da Dow Chemical, que vendem milhões de toneladas de sementes geneticamente modificadas nos Estados Unidos e em outros mercados.


Enquanto, por lá, isso está ocorrendo, no Brasil, a CNTBio - Comissão Técnica Nacional de Biossegurança, acaba de aprovar, em reunião realizada, agora, no último dia 5 de março, a livre comercialização de dois novos cultivares de milho transgênico.


O primeiro, justamente da Monsanto, tolerante aos herbicidas glifosato e glufosinato de amônia, e o outro, com tolerância a outros herbicidas, entre eles o 2,4-D, por “coincidência”, da também da Dow Agroscience, uma das outras empresas cujos produtos estão para ter seu uso limitado nos EUA.


A liberação de produtos sob suspeita em países do Primeiro Mundo não é novidade no Brasil, onde muitos agrotóxicos, por exemplo, já proibidos em outras regiões do mundo, ainda são utilizados, em enorme quantidade, contaminando nosso solo, nossos rios, nossos agricultores e os próprios consumidores.


O que não dá para entender é que a CNTBio o faça com relação ao milho geneticamente modificado, com relação às mesmas empresas e ao mesmo tipo de produto, que, justamente neste momento, se encontram ameaçados de limitação de seu uso em grandes áreas dos EUA.


Compreende-se que estas empresas, sob risco de perda ou diminuição de seu bilionário faturamento por lá, estejam buscando uma maneira  de substituí-lo, abrindo espaço no Brasil, o segundo maior mercado do mundo, por país, para esse tipo sementes transgênicas.


O que não se entende é como uma comissão de alto nível voltada justamente para a biossegurança, de uma nação com a importância da nossa na agricultura e no agronegócio mundial, não tenha conhecimento do que está ocorrendo nos Estados Unidos, neste exato momento, com relação a essas mesmas empresas e a esse mesmo tipo de semente.


Será que o CNTBio não tem intercâmbio com instituições congêneres de outros países, como a EPA - Environment Protection Agency, e a EFSA, a Autoridade Europeia de Segurança dos Alimentos?


Na Europa, a liberação de um produto transgênico para plantio, pode levar 15 anos, ou mais, e custar mais de 11 milhões de euros, o que fez, por exemplo, que a Monsanto retirasse os pedidos de liberação de produtos geneticamente modificados da empresa que estavam na fila para aprovação na União Européia.

No Brasil, o tempo para aprovação é muitíssimo menor, e, como vemos, não leva em consideração o que ocorre lá fora.

2 comentários:

Anônimo disse...

Não sei...entre ter que escolher entre milho transgênico e ver mulheres e crianças no nordeste do Brasil em 2015 carregarem latas d'água para umidecer mandioca para comer...a escolha pela primeira opção me parece evidente.

Temos que aceitar a realidade: a maioria dos seres humanos neste planeta somente está viva devido as técnicas de conservação e preservação de alimentos modernas, o que implica em escolher dos males o menor: ou milhoes morrem de fome ou aceitamos alguns processos na área da fisico-quimica alimentar.

Outra coisa: se todos os processos artificiais (transgenicos, etc), aplicados aos alimentos, fossem tão nocivos, como explicar o fato que agora, no mundo ocidental e industrializado, estamos em média vivendo mais de 80 anos quando somente viviamos 70, 60, 50, 40...anos atrás, quando a comida era "natural", "organica" e "saudável". Vacinas e sanitarismo básico estão longe de explicar o fenomeno. E se projeta 90 e 100 anos como expectativa de vida no Ocidente em poucos anos.

Anônimo disse...

As galinhas comem o milho trangenico, e o resultado é essa balburdia de coxinhas geneticamente alterados. Basta.