18 de jun. de 2015

A EMENDA E O SONETO







(HOJE EM DIA) - O lançamento do navio Anita Garibaldi, na semana passada, com 228 metros de comprimento, quase 50 de altura e 73.000 toneladas, é um marco emblemático da indústria naval brasileira e da importância de evitar-se a sua destruição e a de outros segmentos da economia, no rastro do combate à corrupção, como ele tem sido conduzido.

Como mostrou a Suíça, no caso do HSBC, não se pode exagerar na dose para não matar o paciente, ou as galinhas de ovos de ouro, de uma economia, com a desculpa de desinfetar o galinheiro. Por lá, o segundo maior banco do mundo, envolvido em um gigantesco esquema de lavagem de dinheiro, envolvendo milhares de clientes, pagou uma multa que não chega a 500 milhões de reais e encerrou-se o assunto.

Uma soma que é uma fração dos bilhões de reais em multas e subjetivas indenizações por “danos morais” que o MP quer impor a construtoras brasileiras muito menores que o HSBC, e uma quantia irrisória frente às gravíssimas, irreparáveis, consequências, que essa decisão que pretende ser exemplarmente punitiva pode provocar no mercado brasileiro de engenharia e de infraestrutura.

Centenas de pequenas e médias empresas que trabalhavam para fornecedores da Petrobras já estão quebrando, e, devido à restrição de crédito e ao agravamento da percepção de risco, as dívidas de prestadores de serviço Petrobras com seus fornecedores já aumentaram - sem que se compute em suas perdas as pretendidas multas - em aproximadamente 1.400% desde o início do ano.

A investigação, julgamento e administração da justiça devem ser feitos sem espetacularização, paixão política ou pessoal, exibicionismo, e com um mínimo de isonomia com relação a numerosos escândalos, como o do CARF, o das Próteses, o dos trens e metrô de São Paulo, que não tem recebido a mesma atenção e rigor, por parte das autoridades, dos meios de comunicação e da opinião pública.

Nunca é demais lembrar que de quem investiga, acusa, julga, se exige, sobretudo, bom-senso e equilíbrio, não apenas no respeito à presunção de inocência e de outros direitos constitucionais, mas, principalmente. para que não saía a emenda pior do que o soneto.

Não é possível que interesse ao MP ou ao Judiciário a interrupção e sucateamento de dezenas de grandes projetos que estão em andamento em todo o país, além dos que já foram paralisados devido às consequências econômicas da operação Lava-Jato, com a eliminação em cascata de milhares de empregos, do Nordeste ao Rio Grande do Sul, de São Paulo ao Vale do Aço, em Minas Gerais.

De nada adiantará essa "operação" – principalmente agora, que seu eventual efeito "didático" esvaziou-se com a manutenção, pela Câmara dos Deputados, do financiamento de campanhas por empresas privadas – se, ao seu término, como tudo indica, vier a ocorrer um prejuízo indireto para o país dezenas de vezes maior que o efetivamente, inequivocamente, cabalmente comprovado, até agora, em corrupção, depois de meses de investigações.




4 comentários:

  1. "Não é possível que interesse ao MP ou ao Judiciário a..."
    Se for para inviabilizar este governo, e/ou impedir que o PT consiga mais um quadrienio... É POSSIVEL, SIM!

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  2. Como o Brasil está infestado por traidores e entreguistas, recebendo apoio de ONGs com fundos provenientes não se sabe de que origem, não é de se estranhar que tudo esteja sendo feito com o propósito exatamente de destruir o país, criar o caos, coerentemente com a política dos patrões desses traidores, o capital transnacional.

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  3. Caro Mauro,

    Ao nosso Judiciário, empregos e progresso não importam. São todos funcionários publicos, muito bem pagos, que buscam relevancia através de atos "justiceiros". A nação que afunde, querem é aparecer nos telejornais.

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  4. Sem xénophobia, mas com espirito voltado unica e exclusivamente ao patriotismo e pela defesa de liberdade de comércio, nunca estivemos tão mal das pernas. Esse governo passou dos limites. Passadena, mensalăo, lavajato, abertura do espaço aereo para os USA, em trocs de visto para turistas. Ô pais está sendo devastado, é uma piada. Depois de devastar à construçăo civil, fala-se em aumento de competitividade... continuamos recebendo espelhos.

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