(Jornal do Brasil) - Conferencista internacional, assim como Fernando Henrique
Cardoso e Lula, e um dos mais bem pagos palestrantes do mundo, o ex-presidente
Bill Clinton esteve na última semana em Brasília, onde encerrou encontro da CNI
– Confederação Nacional da Indústria.
Em seu discurso, ele lembrou as conquistas do Brasil nos
últimos anos, afirmou que o nosso futuro é brilhante, e que é preciso unir as
forças positivas da Nação para enfrentar os eventuais desafios deste que é “um
dos melhores países para se investir em todo o mundo”.
E, por isso, por nadar contra a corrente - daqueles que prefeririam
ver o país descer, se arrebentando, pedregosas corredeiras em direção a um ralo
de esgoto - Clinton foi e está sendo execrado e insultado por dezenas de indignados
hitlernautas na internet.
Em quem os brasileiros que “detonam” Clinton nas redes
sociais - porque ele diz que o Brasil não é, ao contrário do que afirmam muitos,
um barco que está afundando - querem que o ex-presidente norte-americano confie?
Nas manchetes de uma mídia seletiva, associada entre si em
veículos, negócios e pautas comuns, que pinta com as cores do diabo, o Brasil
de todos os dias, na capa dos diários, das revistas semanais, nos telejornais e
nos programas de rádio?
Ou no que diz, por exemplo, o órgão de espionagem e
contra-espionagem norte-americano, que tem o dever de informar o governo dos
EUA, a Central Intelligence Agency,
Agência Central de Inteligência, tão cantada e decantada - como bastião na
linha de frente da defesa do “ocidente” e da democracia, contra a assustadora “ameaça
comunista” - pelos mesmos radicais de direita que atacam o ex-presidente norte-americano, por falar bem do
Brasil?
Pelo que dizem a mídia, e os fascistas de plantão nos grandes
portais e nas redes sociais, o Brasil está quebrado, no fundo do poço, dominado,
destruído e inviabilizado economicamente, por um grupo criminoso mais poderoso e tentacular que a K.A.O.S,
a organização galhardamente combatida pelo Agente 86, mais conhecido como
Maxwell Smart, nas telas de televisão, no auge da Guerra Fria.
Uma suposta e fantasiosa ORCRIM (organização criminosa) -
comandada por certo Foro de São Paulo, com o objetivo de se assenhorear do
poder na América Latina, e construir “paredões” por todos lados - que destruiu
o país.
Pelo que diz a CIA, em seus relatórios anuais de informação
(The Worldfactbook 2002) (The Worldfactbook 2015), o Brasil passou de um PIB de
1.3 trilhões de dólares, em 2002, para 3.2 trilhões de dólares, em 2014, quase
triplicando o tamanho de sua economia por Poder Paritário de Compra, e mais que
duplicando, de pouco mais de 7.000 dólares, em 2002, para 16.100 dólares, a
renda per capita, também por Poder Paritário de Compra, desde que o Senhor
Fernando Henrique Cardoso deixou o poder.
É esse o retrato de um país acabado, no fundo do poço, que
está quebrado e sem solução?
Vejamos como começa o relatório da CIA sobre o Brasil:
“Characterized by
large and well-developed agricultural, mining, manufacturing, and service
sectors, and a rapidly expanding middle class, Brazil's economy outweighs that
of all other South American countries, and Brazil is expanding its presence in
world markets. Since 2003, Brazil
has steadily improved its macroeconomic stability, building up foreign
reserves, and reducing its debt profile by shifting its debt burden toward real
denominated and domestically held instruments. Since 2008, Brazil became a net external creditor and all three of the
major ratings agencies awarded investment grade status to its debt.”
“Caracterizada por setores agrícola, de mineração, manufatura
e serviços grandes e bem desenvolvidos, e uma classe média em rápida expansão,
a economia do Brasil supera a de todos os outros países da América do Sul, e o
Brasil está expandindo sua presença nos mercados mundiais. Desde 2003, (será que essa data é mera coincidência?) o Brasil melhorou a sua
estabilidade macroeconômica, construiu reservas de divisas, e reduziu o seu
perfil de dívida, transferindo sua dívida para instrumentos denominados em
reais no mercado interno. Desde 2008, o Brasil tornou-se um credor externo
líquido e as principais agências de rating
concederam grau de investimento para sua dívida.”
Faltou completar dizendo que a dívida líquida pública
brasileira caiu quase pela metade no mesmo período, e que o Brasil é, hoje, o
terceiro maior credor individual externo dos EUA, como se pode ver na página do
próprio tesouro norte-americano:
Estará a imprensa brasileira sabendo de alguma coisa que a
CIA, ou, melhor, que o Fundo Monetário Internacional, ou o Banco Mundial, que
apresentam números ainda melhores do que os da Central Intelligence Agency
sobre a evolução do Brasil nos últimos 13 anos, não sabem?
Ou que a ONU não sabe, sobre a evolução dos indicadores sociais
do Brasil no mesmo período?
Ou terão sido os valorosos agentes secretos dos EUA, sedutoramente
enganados pelos malvados e famintos "MAVs" comedores de pão com mortadela do PT?
Ou pior, não terão os petistas, com sua conhecida competência
na insidiosa arte do aparelhamento, tão a gosto dos
esquerdistas-comunistas-gramscianos-bolivarianos, infiltrado alguns agentes
duplos “melancia” (verdes por fora, vermelhos por dentro), nos escritórios da
sede da CIA, em Langley, na Virginia?
A resposta é simples.
Clinton é norte-americano – teoricamente menos informado
sobre o Brasil, embora já tenha estado aqui por 15 vezes nos últimos anos – mas
não é burro, nem idiota.
Ao contrário de uma pseudo “maioria” ignorante e manipulada
que pulula pelos portais e redes sociais brasileiras, torcendo abertamente
contra o país e contra nossas maiores empresas (praga de urubu magro não pega
em cachorro gordo) ele não tem a mente feita – ou melhor, permanentemente
desfeita – pelo discurso raso e rasteiro da crise absoluta e do apocalipse
nacional.
Mister Clinton vive no século XXI, em um momento em que os
Estados Unidos acabam de reatar relações diplomáticas com Cuba, e são obrigados
a sentar-se e a negociar com russos e iranianos a situação na Síria.
E como uma figura pública, cuja mulher disputa a indicação
para candidata a Presidente da República pelo Partido Democrata nos EUA, ele prefere
certamente se basear em informações como as compiladas pelos funcionários do serviço secreto do seu país e por
organizações econômicas multilaterais internacionais, para analisar o Brasil,
diante de brasileiros, muitos deles
contaminados, infelizmente, por um ódio
cego e um preconceito ideológico que os impede, como viseiras, de avaliar a
verdadeira situação do país.
Nisso, Clinton se iguala a Obama, que, apesar, também, de ser
norte-americano, sabe muito bem que o Brasil é, enquanto a quinta maior nação
do planeta em território e população, e a sétima maior economia do mundo (ocupávamos
o décimo-quarto lugar em 2002) uma potência mundial, e não regional, como disse
claramente - contestando à abjeta pergunta-afirmação de uma repórter
“brasileira”, em entrevista coletiva na Casa Branca, durante visita da
Presidente Dilma aos EUA, em julho deste ano.
Tem razão o Ministro Lewandowski, que está sendo também
execrado, como Judas, pela mesma tropa fascista da internet, ao dizer que é
preciso esperar “três anos” sem golpe, que haverá eleições daqui a um ano, e
que a crise é mais política que econômica.
Como se pode ver pela recuperação do saldo da balança comercial,
pelo aumento da produção da Petrobras, pelo avanço da redução da desigualdade, por 1.5 trilhão de reais em reservas internacionais, pelos
fantásticos lucros dos bancos, está claro que a crise é, principalmente,
política.
Uma crise cada vez mais artificial, exagerada, mentirosa,
conspiratória e hipócrita.
Que precisa ser desmentida, desmistificada e combatida, politicamente,
por todo cidadão responsável e consciente deste país.
6 comentários:
Ótimo e esclarecedor artigo mestre Mauro Santayana. Pena que a CIA não recomenda aos ventílocos Willian Waack e Sarnamberg lerem no seus jornais televisivos.
Muito blablablá por nada. Clinto só disse o que disse porque estava no Brasil. Òbvio que não poderia dizer diferente. Nem entro no mérito se é verdade ou não, apenas que não foi a CIA ou qq outro órgão que preparou o discurso, apenas a conveniência da ocasião.
Sempre Mauro O Gigante! Exelente artigo!
Não sabia que o Clinton tinha que fazer média com um país da América do sul e ir de contra o qu ele acha,quando ele e FHC eram presidentes ele não fez media no G20 quando acabou com o Brasil na conferência, lembra?Ele não precisaria ser grosseiro pra falar a verdade, aceita que dói menos, um abraço.
Máfia de bancos globais manipulou moeda brasileira http://www.conversaafiada.com.br/economia/mafia-de-bancos-globais-manipulou-moeda-brasileira …
Kkkkkkk chupa essa manga
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