7 de mar. de 2016

O PACTO E O PATO


    


Convencidos de que as acusações sem trégua contra o PT correm o risco de não alcançar seus objetivos, e de que, pelo contrário, expuseram a atividade política como um todo e podem levar alguns de seus próprios membros aos bancos dos tribunais e à execração pública, há alguns parlamentares ligados à oposição que já falam na costura, ainda discreta, de uma aliança pela governabilidade, que poderia levar a um amplo pacto nas eleições de 2018, tendo como base uma plataforma que contemplasse algumas das “reformas” sem mexer nos principais bancos públicos e empresas estatais e nos avanços sociais dos últimos anos.


A percepção crescente, ainda que minoritária, seria de que o Juiz Sérgio Moro age cada vez mais como um fio desencapado, imprevisível, inconsequente e descontrolado, e de que o aprofundamento da radicalização está abrindo caminho para o fortalecimento de neófitos e aventureiros, que poderiam empurrar o país para o caos no final da década, dependendo do resultado das próximas eleições presidenciais.

A ideia é diminuir paulatinamente, de parte a parte, os ataques, e estabelecer uma agenda comum que pudesse fazer avançar algumas das questões mais prementes no Legislativo, principalmente se for concretizada uma eventual saída de Eduardo Cunha da Presidência da Câmara dos Deputados. 

O raciocínio seria mais ou menos o seguinte – me comentou uma fonte: às vezes é melhor negociar um pacto, que beneficiaria a todos e ao próprio país, se feito, de forma programática, em torno de um projeto nacional, do que “pagar o pato”, de uma conta que está ficando cada vez mais alta para quem quer que ocupe cargo público ou exerça mandato eletivo, principalmente se estiver filiado a um dos três principais partidos do espectro político nacional.

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