Estratégica, filosófica e taticamente, o campo da esquerda tem que ficar sempre - nem que seja apenas pelo silêncio ou por meio do cuidadoso estabelecimento de seu discurso e intervenções - até por uma questão de princípios, contra a Operação Lava-Jato.
Ele não pode discordar dela quando as prisões arbitrárias, as acusações rasteiras, os vazamentos propositais, as penas injustas, as conduções coercitivas, humilham, atingem ou ameaçam Lula, Dilma, Vaccari, José Dirceu, e a favor, quando interessa, querendo utilizá-la, como fizeram contra o PT, para tentar ficar bem com uma parte da opinião pública manipulada e ignorante e para atingir figuras adversárias de outros partidos.
Em razão de haver gente presa injustamente de um lado, não se pode defender que se prenda de supetão gente do outro lado, de olho apenas na repercussão momentânea do fato, sem rigorosa análise do que realmente está ocorrendo e sem respeito ao amplo direito de defesa.
É preciso entender que o movimento permanente de criminalização da política e o nivelamento por baixo de todos os partidos e homens públicos, frente à "justiça" e à população, não favorece,por si só, à Democracia, e só pode fortalecer, pelo contrário, ao Fascismo, que continua brilhando, estelar e faceiro, e sendo profusamente incensado, a cada semana, a cada dia, a cada novo episódio da "novela" política brasileira, pela mesma parcela da mídia conservadora e entreguista de sempre.
Não se pode aceitar passivamente, quando não, ansiosamente, ser pautado apenas pela imprensa e pelas circunstâncias.
Porque ao legitimar, indireta e ruidosamente, em alguns casos, a Operação Lava-Jato, o campo que se declara socialista e nacionalista não poderá se colocar contra ela, publicamente, quando for retomado o processo de massacre contra seus próprios membros e lideranças - que continua em curso, não se iludam - sob pena de ser desmoralizado pela mesma mídia, que continua armando-lhe bem pensadas esparrelas e manipulando-o descaradamente.
Não se pode entrar no jogo da judicialização da política, porque nessa modalidade ainda não oficialmente olímpica, a direita é especialista e várias vezes "medalhista".
Não se pode entrar no jogo da judicialização da política, porque nessa modalidade ainda não oficialmente olímpica, a direita é especialista e várias vezes "medalhista".
Passado o momento de "euforia" com a revelação - e posterior "queda" do Ministro do Planejamento, Jucá - me veio ontem a preocupação com os desdobramentos da escuta telefônica que flagrou a conversa entre o ex-diretor da Petrobras e o citado. Primeiro: que revelou foi a Folha, esquizofrênica e parcial como sempre; segundo:será que para o STF/Moro "virá ao caso",isto é, Jucá será preso como foi Delcídio para fazer delação?; terceiro: a gravação "levanta a bola de Moro" a todo momento, como se ele não fosse o que é; quarto: ao falar que Dilma era o atrapalho para parar a Lava-jato, mas com ela já de molho, seria o caso de saber há quanto tempo a Folha estava com essa gravação ou quem a entregou e porquê só agora.
ResponderExcluirMuito estranho tudo isso, Mauro e, mais uma vez, muito brilhante e preciso seu artigo.
Estava pensando sobre isso ainda hoje. Fico muito feliz de encontrar o seu texto tão tempestivo, nobre e festejado Mauro Santayana.
ResponderExcluirFico indignado ao assistir petistas e afins (ainda que aqui a abrangência seja muito diversificada, da extrema esquerda à centro-esquerda)louvando a Farsa Jato, exigindo a sua continuidade; estão desejando que o PMDB e o PSDB experimentem o gostinho da injustiça.
Pior do que a armadilha que estão armando para deixar a esquerda desarmada da próxima vez que tentarem prender o Lula é a visibilidade continuada a que esses bandidos disfarçados de cavaleiros da justiça estarão sujeitos, sem prazo para expirar. Disseram que pretendiam terminar a operação ou transferi-la para outras instâncias ainda neste ano; foi uma isca jogada para os imbeciloides deputados para que votassem pela admissibilidade do impeachment. Acreditaram que se o impeachment passasse eles estariam livres.
Ao que tudo indica, querem demolir todos os partidos, todos os políticos, toda a diversidade. Como o senhor cantou há muito tempo, querem criar uma República dos burocratas e fazer o Moro Presidente. Engana-se quem acha que querem entregar o Poder de bandeja para o PSDB - os áudios recentemente vazados confirmam que os tucanos já estão desconfiados.
Como é triste e curioso ver que o Brasil - justamente o nosso país! - a cada dia que passa se aproxima mais de tornar-se um experimento bem sucedido do plano macabro dos "Rulers of the World" de acabar com a política, país por país, para que seja implementado um governo único a que todos estejam submetidos.
Pois é, meu caro Mauro, a esquerda, ao celebrar os últimos vazamentos, demonstra uma miopia enorme sobre os riscos institucionais decorrentes da manipulação das informações por parte de um poder judiciário que abdicou dos limites legais e enveredou para o vale-tudo, passando por cima dos direitos de todos os cidadãos.
ResponderExcluirAs consequências serão dramáticas.
lavar uma república a jato, não estamos dando conta de entender que o fim, não é apenas aos petralhas, vários cabeças gordas do outro lado estão para se esvaziar . . .
ResponderExcluirO que vc define como esquerda? Eu defino honestidade como novo princípio ideológico e emprego e Soberania como metas, como vc definiria está ideologia ?
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