Não consta que entre os santos do panteão brasileiro no Vaticano esteja o meu nome, nem o de São Palocci, uma figura controversa e polêmica não apenas em algumas regiões de São Paulo, o seu estado, mas também em outros pontos do país.
Tais circunstâncias não negam, no entanto, o caráter arbitrário, injusto, desnecessário, injustificável, da prisão do ex-ministro da Fazenda do governo Lula pela Polícia Federal esta semana.
A maior prova contra Palocci, no caso, é a existência de um tal "italiano" em uma planilha da Odebrecht.
Palocci é sobrenome italiano.
Logo seria ele, com certa aura de moldura mafiosa, coroada pelo nome da nova fase da operação Lava-Jato, Omertá, o "italiano" que presumidamente teria recebido - não se indica quanto, em que conta, de que forma - dezenas de milhões de reais da Odebrecht.
Ora, e por que esse "italiano" não seria, seguindo a curiosa linha de raciocínio adotada pelos "investigadores", o ex-ministro Guido Mantega, por exemplo?
Afinal, a família Mantega é também oriunda da Velha Bota do Mediterrâneo.
Assim como os sobrenomes Cameli, Sperafico, Pizzolato, Vaccareza, Covatti, Vaccari, Negromonte, que também se encontram, ou já estiveram relacionados à Operação Lava-Jato pela "santa" inquisição curitibana.
Como distinguir um "italiano" do outro?
Seria o ex-ministro da Fazenda mais "italiano" que os demais?