O CAIXA DOIS, O CONGRESSO E A ANTIPOLÍTICA.
Por mais que se tenha que combater o poder econômico na política - e a proibição do financiamento empresarial de campanha vai, teoricamente, nesse sentido - não se pode, moralmente, aceitar que se puna, agora, o Caixa Dois, com base no mesmo argumento mendaz e revisionista que permitiu a condenação retroativa de Dilma Roussef no caso de "pedaladas" que sempre estiveram incorporadas ao universo administrativo brasileiro, até serem transformadas em crime, justamente para afastar, definitivamente, do poder, a Presidente da República.
Do ponto de vista tático, só o Congresso pode combater - com suas prerrogativas essencialmente legislativas - o avanço, ilegítimo, manipulador e deturpatório, dos procuradores e juízes sobre a seara política - e deve fazê-lo de forma desassombrada, buscando esclarecer a opinião pública sobre o que está ocorrendo com a República.
É preciso que deputados e senadores de todos os partidos saiam da defensiva e retomem a iniciativa.
A Câmara e o Senado podem estar cheios de defeitos, mas eles têm uma coisa que os jovens janotas do Sr. Janot não têm, e continuarão não tendo, apesar de se dedicarem a campanhas de coleta de assinaturas, que os nacionalistas e os defensores do Estado de Direito também podem promover: o voto.
Canalhas eventuais, eleitos, são passíveis de ser trocados a cada novo pleito.
O povo pode ser educado.
Com a plutocracia - em parte cada vez mais autosuficiente e autoelevada por seus sagrados concursos e seu inflado e armaniano ego à condição de pequenos deuses vingadores - dificilmente ocorre o mesmo.
Prezado Mauro,
ResponderExcluirEssa turma que ganha em média 50 salários mínimos por mês - e se acha, "esquecendo-se" de que um médico ou um engenheiro ou mesmo um professor rala muito mais para arranjar um emprego e ganha muito menos - baseia-se no fundamentalismo religioso para exercer sua profissão, isto é, para eles pouco importam as leis e aquela decência básica: para eles o que manda é seu doutrinarismo bíblico que lhe é passado subliminarmente, até, para daí, fazerem toda e qualquer barbaridade sob a égide da ética protestante. São os novos e perigosos fascistas.