(Da equipe do blog) - Se há algo característico da quebra do frágil equilíbrio que existia antes do golpe de 2016 contra Dilma, essa é a verdadeira Casa da Mãe Joana institucional em que se transformou o país com os sucessivos e permanentes embates entre evangélicos, olavistas e militares , caminhoneiros, ruralistas, entreguistas a serviço dos EUA, do "mercado" e de banqueiros, astrólogos, terraplanistas, oportunistas, pseudo anticomunistas que acham que Hitler era socialista, milicianos, bolsominions, coxinhas e petistas.
Tudo isso com o plano de fundo tradicional da delicada relação entre um legislativo contraditoriamente oriundo da bandeira anti-republicana que levou o novo presidente ao poder, caracterizada pelo golpe do vigário da "nova política", que coroou uma campanha presidencial antecipada que durou dez anos apoiada na mentira e no indiscriminado uso de fake news, sem nenhum controle ou oposição por parte da Justiça Eleitoral, com o apoio indireto da parte da mídia mais conservadora, hipócrita, cínica e manipuladora, que foi imprescindível tanto para as derrotas do PT junto à opinião pública quanto para a construção do Brasil que existe hoje.
Mas nada supera, no contexto da verdadeira zona em que se transformou o país, com a destruição do sistema de governabilidade anterior, duramente erguido, para o bem e para o mal e com todos os seus defeitos, ao longo de dezenas de anos de história e experiência política, à extraordinária sanha de poder do Ministério Público - e dentro dele, do partido lavajatista - na permanente tentativa de tutelar a República, solapando a reputação de quaisquer outras instituições que não a própria, e posando de único, derradeiro, baluarte da moralidade, em um país em que todo político deputado ou senador transformou-se, a priori, em bandido, e em que qualquer tentativa de fazer valer a Constituição por parte do Supremo Tribunal Federal - principalmente no campo dos direitos individuais e da ampla defesa - é automática e imediatamente acusada de estar a serviço da impunidade por uma malta fascista que insulta, desrespeita, e abarca com seus largos braços procuradores partidários e seletivos que se transformaram em pseudo celebridades nos últimos anos, agindo impunemente, sem nenhum tipo de controle, assim como fizeram no mesmo período não poucos juízes e desembargadores, de modo descaradamente político.
Mesmo considerando-se a heterogeneidade da corte, e concordando ou não com algumas de suas decisões, quem ataca hoje o STF - ou diretamente seus membros - são os mesmos que destruíram os já frágeis partidos políticos brasileiros, a infraestrutura e a engenharia nacionais, e pavimentaram o caminho para a abertura da Caixa de Pandora nos últimos anos.
Não sabemos se, no futuro próximo, teremos um país mais honesto.
Provavelmente não, como ocorreu no caso da Itália, onde, anos depois da operação Mãos Limpas, a corrupção continua grassando.
Mas, do ponto de vista estratégico, da democracia, da soberania, do poder do Estado, logo, da Nação, da administração e da governabilidade, da economia, da geopolítica e das instituições, teremos um Brasil muito, mas muitíssimo pior do que o que havia antes.
Não sabemos se, no futuro próximo, teremos um país mais honesto.
Provavelmente não, como ocorreu no caso da Itália, onde, anos depois da operação Mãos Limpas, a corrupção continua grassando.
Mas, do ponto de vista estratégico, da democracia, da soberania, do poder do Estado, logo, da Nação, da administração e da governabilidade, da economia, da geopolítica e das instituições, teremos um Brasil muito, mas muitíssimo pior do que o que havia antes.