(Da equipe do blog) - A primeira vez que a palavra robô (oriunda do vocábulo robota - trabalhador, em russo) foi utilizada, foi na estreia da peça R.U.R, do escritor tcheco Karel Capek, no dia 25 de janeiro de 1921.
E o que farão - se é que farão alguma coisa - a justiça brasileira e o Ministério Público, ou ao menos a parte mais séria dele, para punir não apenas as empresas mas os responsáveis diretos por essa mega manobra de interferência no processo político brasileiro que, aliada à conspiração jurídica-midiática da vaza-jato, levou o país e a República ao total descalabro econômico e institucional em que se encontram agora.
Em 1950, Isaac Asimov publicou Eu, Robô, um clássico romance de ficção científica, em que enumerou as Três Leis da Robótica:
1) um robô não pode ferir um humano ou permitir que um humano sofra algum mal;
2) os robôs devem obedecer às ordens dos humanos, exceto nos casos em que tais ordens entrem em conflito com a primeira lei; e
3) um robô deve proteger sua própria existência, desde que não entre em conflito com as leis anteriores.
Embora os robôs produzidos pela fábrica imaginada por Capek, a Rossum Universal Robots, tenham acabado se revoltando e extinguindo a Humanidade, e Dennis Feltham Jones, no livro Colossus, de 1966, e James Sargent, no filme homônimo de 1970, tenham imaginado uma guerra nuclear e o domínio do mundo por sistemas de inteligência artificial encarregados dos programas nucleares dos EUA e da então União Soviética; e a maioria das ameaças robóticas na ficção científica, como na série The Terminator, o Exterminador do Futuro, se refira a robôs, no caso, da Skynet, atacando fisicamente humanos, nenhum deles previu que, na segunda década do século XXI, as duas primeiras leis da robótica fossem descaradamente desobedecidas por exércitos de milhões de "robôs" virtuais, capazes de derrubar governos democráticos e de manipular eleições para impedir a chegada ao poder de favoritos e de ajudar a eleger candidatos absolutamente execráveis e teoricamente inelegíveis; ou a existência de corporações dominadas por ideologias nefastas como o fascismo, controlando países não com divisões de soldados ou assassinos como os das SS e da Gestapo, mas com enormes nuvens de clones eletrônicos dedicados a promover a discórdia e a mentira entre os humanos, com a disseminação de calúnias para milhares de imbecis ideológicos por meio de novos canais de comunicação agora chamados de redes sociais, como o Facebook, o Twitter e o WhatsApp.
Há alguns anos atrás, ninguém que não tivesse lido 1984, de Orwell, com o seu Ministério da Verdade, poderia vislumbrar, em um futuro próximo, o surgimento de empresas como a Cambridge Analytics, acusada da coleta de dados de milhões de usuários na internet, ou de iniciativas como The Mouvement, uma operação de conquista do mundo civilizado ( ou nem tão civilizado assim, vide o Brasil) pela extrema-direita, comandada por Steve Bannon, ex- assessor de campanha de Trump e apoiador “informal” e “não remunerado” do atual presidente brasileiro na campanha de 2018.
Em um momento em que pesquisadores como Mona Sloane e Emanuel Moss, chamam a atenção para o fato de que a Inteligência Artificial precisa da engenharia social para não ferir humanos, e alertam que “A IA pode exacerbar a desigualdade, perpetuar a discriminação e infligir danos”, será que, caso vivesse hoje, Asimov não teria provavelmente promulgado uma Quarta Lei da Robótica, voltada para que robôs não fossem usados para enganar ou manipular seres humanos ?
Principalmente quando essas ações fizessem decididamente mal à liberdade, à Democracia e à própria Humanidade?
Afinal, quem é mais robotizado agora ?
Os exércitos de falsos humanos que, por meio da compra de likes e de identidades virtuais, espalham inverdades e fake news o tempo todo, pelos mais variados meios de comunicação, ou as multidões de coitados que neles acreditam e que se transformam eles mesmos em robôs mentais e psicológicos, que se deixam contaminar pela injúria e estupidez incessantemente veiculada pelos primeiros ?
O avanço da Inteligência Artificial tem ajudado, por exemplo, no aprendizado, no atendimento a consumidores, na operação de aplicativos voltados para o mercado bancário e para consultas de conteúdo dos mais diferentes aspectos do conhecimento.
Os robôs que defendem o fascismo nas trincheiras da internet, aqueles que estão a serviço de malucos como Trump, e de seus ridículos asseclas, surgidos nos últimos anos em várias regiões do mundo, operam com a propagação do ódio, da ignorância, do preconceito e da hipocrisia, e para a fabricação de milhares de outros robôs, esses humanos, totalmente desprovidos de informação, cognição, raciocínio político ou estratégico.
São robôs que trabalham não com a I.A, mas com a D.A, a Desinteligência Artificial, aquela que coloca a tecnologia a serviço da desinformação, da ira e da abominação, e que têm feito, com ajuda de parte da mídia, um espetaculoso sucesso no Brasil nos últimos anos.
Cuidado com os entreguistas, os privatistas, os anti-desenvolvimentistas, os pseudo neoliberais, os neo-anticomunistas fundamentalistas, esotéricos e anacrônicos, os austericidas, os ortodoxos, aqueles que defendem diminuir ou eliminar o Estado para entregar o país, em discutíveis negociatas, a bancos privados e a nações em que ele é muitíssimo maior, mais poderoso e decisivo que o nosso.
Os assassinos da História, os verdadeiros exterminadores do futuro, sabem que para dominar o amanhã é preciso primeiro que se elimine a verdade.
Na última semana, o WhatsApp reconheceu, a existência, no Brasil, de um exército de 1.5 milhão de robôs, ou contas simuladas, em seu sistema, criadas com dados falsos ou inexistentes, usadas nas últimas eleições e ligadas à divulgação de teses, mensagens e fake news pseudo-conservadoras, mais de 40% delas ainda em pleno funcionamento, e anunciou sua eliminação imediata.
O que cabe perguntar é porque essas medidas não foram tomadas antes da eleição ou do impeachment igualmente hipócrita e baseado em uma tese ardilosa e mendaz, da ex-presidente da República, Dilma Roussef.
E o que farão - se é que farão alguma coisa - a justiça brasileira e o Ministério Público, ou ao menos a parte mais séria dele, para punir não apenas as empresas mas os responsáveis diretos por essa mega manobra de interferência no processo político brasileiro que, aliada à conspiração jurídica-midiática da vaza-jato, levou o país e a República ao total descalabro econômico e institucional em que se encontram agora.
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